o amor é uma vadia, já dizia um sábio homem

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Você provavelmente já ouviu histórias sobre o cupido, o pequeno ser alado de aparência infantil que faz casais se apaixonarem. Bem irei te contar um segredo hoje.

Não é bem assim que funciona, sim, de fato ele faz florescer o amor, mas é um processo delicado, leva tempo, e apenas um único cupido para todas as pessoas do mundo é trabalho demais, mas nada que um deus não possa aguentar.

O ponto aqui, é que, o deus do amor não tem uma aparência infantil, não mais. Se você o visse caminhando pelos corredores dourados do castelo da deusa da beleza, você poderia acabar chutando que ele era qualquer deus, se não fosse pelas asas brancas e um arco em mãos. Se você pensava que ele atira flechas nos apaixonados eu sinto muito por ter que estragar sua infância desmentindo isso também, o arco é para a caça, não é muito apaixonante ser acertado por uma flecha.

Ele tinha características da sua mãe, levando em conta que a dita cuja é a deusa do amor e da beleza. Os lábios rosados, cílios escuros e grandes, e olhos felinos eram quase um reflexo da deusa, mas a bagunça prateada que era seu cabelo, e olhos azuis eram uma característica de seu pai. Oh, como filho do deus da guerra, o cupido definitivamente tinha força, força essa que estava sendo usada para abrir um portão dourado gigante que era a parada final até a sala do trono onde sua mãe estava.

"Killua! Finalmente saiu um pouco do seu castelo e veio visitar sua mãe!" Kikyo poderia ser delicada e com classe, se quisesse. No entanto, agora ela era uma mãe preocupada que estava pulando do trono e indo até o seu filho, puxando as bochechas com força para deixar a pele pálida com um vermelho vivo. "Faz décadas que você não me visita!"

"Eu sou um deus ocupado, mãe." Killua fez bico enquanto esfregava a bochecha dolorida. "De qualquer forma, isso não é uma visita, apenas um aviso. Estou indo ficar entre os mortais por um tempo." Killua não precisava da permissão de sua mãe para sair, e não é como se ela pudesse impedir quando ele está indo a trabalho, mas ainda sim ele não pode deixar de vir dar a notícia pessoalmente, é melhor do que vê-la fazer um drama desnecessário quando chegar.

"Oh." Os lábios escarlates se fecharam em uma linha fina. "O que irá fazer lá?"

Killua estalou a língua entre os dentes, sorrindo despreocupadamente. "Almas gêmeas que não conseguem se encontrar, mesmo estando vivas ao mesmo tempo. Isso é uma confusão que têm que ser desfeita com as minhas próprias mãos, preciso investigar o que está impedindo o encontro, isso é muito raro de acontecer."

"E nenhum dos seus irmãos pode lidar com isso no seu lugar? Eles também cuidam do amor! Isso é apenas uma desculpa para você sair, não é?"

"Envolve o amor Eros, logo vira minha responsabilidade." Killua encerra a discussão indo para fora da sala. Ele entende o desconforto de Kikyo perante a situação, a última vez que Killua esteve entre os mortais ele se apaixonou.

Deuses não deveriam se apaixonar, eles se envolvem apenas por luxúria. Killua se apaixonar foi um erro que a deusa não queria em hipótese alguma, ver se repetir.

Com um suspiro pesado e sensação de mal presságio, Kikyo vê o ser alado se afastar.

°°°

Gon era o que muitas pessoas chamariam de um deus grego na terra.

Ele tinha pele beijada pelo sol manchada com sardas, olhos dourados e expressivos, um corpo tonificado e bem construído sendo resultado de anos de esportes, e um cabelo espetado e bagunçado. Como se isso não bastasse, Gon ainda tinha uma lábia muito boa com flertes, uma personalidade radiante, daquelas pessoas que você se sente atraído como mariposas em direção a luz.

Estúpido Cupido ° KillugonOnde histórias criam vida. Descubra agora