A Vida de Vera Regina. - A Nossa Jóia Rara.

- Desde o início.

Bom... A minha avó sempre me contou que ela teve uma família muito grande. Eram mais de 10 filhos que o pai e mãe dela tinham.

Minha bisavó se casou muito cedo. Com 16 anos, a minha idade. Casou com um homem mais velho, militar e viúvo. Quando eles casaram, ele já tinha filhos, 7 ao total, porém, teve mais com a minha bisavó. Acho incrível como antigamente as famílias tinham tantos filhos.

Então, minha bisavó se casou e teve mais filhos do que eu consigo lembrar. Mas, na sua última gestação, ela teve gêmeas, minha avó, Vera Regina e minha tia avó, Vera Luz. Sim, a criatividade é linda.

Quando minha bisavó fez aniversário de casamento, no dia 07 de março de 1954, ela deu a luz as meninas, minha vó e a sua irmã. As caçulas. No Rio Grande do Sul, na cidade de Sant'Ana do Livramento.

Vera Luz, uma das gêmeas, era uma menina educada, com cabelos negros e cacheados tranquila e de certa forma obediente. Já a Vera Regina, era um furacão, uma linda criança de cabelos negros e lisos e, por ela não ter os cabelos cacheados, sempre quis esses crespos no seu. O oposto da irmã, desde pequena foi sapeca, e com 12 anos, roubou o cabelo que a irmã tinha cortado para vender e usou o dinheiro para alimentar uma família que necessitava e não tinha para dar de comer aos filhos. Gesto nobre não? Pois é, Vera Regina sempre foi assim, uma criança espetácular.

Quando cresceu, foi morar em Aracaju, Sergipe. Onde vários de seus irmãos ainda moram lá. Vera fazia tudo que tinha vontade, tamanha vontade que fez topless na praia, isso, mostrou os peitos para todos verem e alguém tem alguma coisa contra? Os peitos não eram dela? Isso que ela dizia. Também contou que desviou um padre da igreja, fazendo ele se apaixonar por ela e enfim, desistindo do cargo. Os dois namoraram por um bom tempo. Namorou um cara gay, que se assumiu depois de namorarem, então ela dizia rindo, dando muitas gargalhadas que ele se traumatizou.

Por um tempo, Vera Regina viajou por todo o Brasil, conhecendo a cultura, culinária e vendo tudo de bonito em cada lugar por onde passou.

Vera quase se casou com um argentino, porém, em suas idas e vindas dela, de Aracaju para cá, em Sant'Ana do Livramento, aos seus 30 anos.. ou por aí, conheceu um homem chamado Raimundo Caldas. Sim, ele era parente do cantor Luiz Caldas. E se apaixonou por ele, deixando o argentino a ver navios.

Os dois se conheceram em um ônibus, romântico? Nada romântico. Mas, minha avó queria muito ficar com aquele homem. Depois de um tempo, se casaram, apenas no cartório e foram morar juntos. Vera Regina abriu um restaurante na frente da praia e lá servia comida gaúcha, da sua terra natal. O nome do restaurante condizia com a comida: Tempero Gaúcho.

Ela era conhecida por a gaúcha de Aracaju. Todos lá chamavam ela assim. Ela foi muito feliz com o seu restaurante e sua vida lá. Aos 32 anos,  teve uma menina, no mesmo dia de seu aniversário, 07 de março de 1986, adivinhem o nome... Sim, Vera Regina, eu disse que a criatividade era linda não? Regina, que deu a luz a uma menina, se viu imensamente feliz com a chegada de seu bebê e o pai também, porém, Raimundo tinha muitas mulheres, muitos filhos, e sua infidelidade era enorme, o que feria o coração de Regina.

Aos 36 anos, deu a luz a outra menina, no mesmo dia de seu aniversário e de sua filha mais velha, dia 07 de março de 1990, deu o nome de Emanuelle Germanny a caçula. Sua filha primogênita, apelidada de Verinha, completava 4 anos quando ganhou sua irmãzinha. Porém, Emanuelle foi registrada no dia 08 de março, fazendo então, questão de dizer que nasceu um dia depois, por não querer compartilhar o aniversário com tantas pessoas, justo não?

Com tudo, Raimundo era muito infiel, o que magoou muito Vera Regina.

Vendo todo o seu casamento desmoronar, Regina voltou para o Rio Grande do Sul, onde passou por vários bocados, mas sempre com a sua fé em Deus e Ele a ajudando. Por tempos Regina não teve ninguém, muito triste com o homem que amou e de coração partido, se fechou para o amor e viveu apenas para alimentar as filhas.