capitulo treze, Heros.

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“Não devemos mostrar a nossa cólera ou o nosso ódio
senão por meio de atos. Os animais de sangue frio são os
únicos que têm veneno.”

Mal o dia amanhece e já estou com a cabeça cheia,
Dominic não colaborando comigo como sempre e
ainda tenho a Viviane pra lidar, estou pensando
seriamente no que vou fazer com ela, já tinha
avisado para que ficasse longe da Lua, mas não me
obedece infelizmente tenho que tomar medidas drásticas para recuperar o meu respeito, por que
parece que estão esquecendo quem eu sou, eles
tem que entender que só por que um é meu irmão
e a outra é amiga da família a anos, não me devem
respeito e obediência total.
A porta do meu escritório se abre abruptamente e
Dominic entra.
— Ah que ótimo, a mocinha cansou de fazer drama.
Ele faz cara de deboche e se senta.
— Não me enche.
Fala todo cheio de petulância.
— Não me enche você, chegou faz dois dias e até
agora fica enfurnado naquele quarto com aquela
garota e não me diz nada, porra.
— Você não foi me buscar.
Fala com rancor.
— Eu confiei em você e você me deixou lá sendo
torturado por aqueles russos, você tem noção da
merda que eu passei. Afinal como conseguiu me
tirar de lá tão facil?
— Dominic não me venha com dramas, quantas
vezes eu tenho que falar para você fazer somente o
que eu mando, quando eu te envio para a porra de uma missão hein? Bom e quanto a tirar você de lá
acha mesmo que eu sou um idiota, eu tenho meus
meios de barganha.
— Ah qual é você estava ocupado de mais com aquela
mulher dos olhos estranhos para se preocupar com
seu irmão aqui.
— Cale a boca, você não sabe de absolutamente
nada.
Digo já com muita raiva.
— Então me explica o por que.
— Tinhas uns caras atrás de mim e eu precisei ir
descobrir algo, e eu deixei você lá de propósito
mesmo, para que aprenda de uma vez por todas o
que venho repetindo a anos.
— Eu poderia estar morto nesse momento seu
desgraçado.
— E isso seria culpa totalmente exclusiva sua, ou
você acha que eu não fiquei sabendo o que você
andou fazendo. E quanto a essa garota que trouxe
com você? O que pretende?
— Ué me divertir, apenas, tem algo nela que me
atrai mas não pense que confio, e não vou deixar que faça nada a ela até descobrir o que a com ela
realmente.
— Hum, mas você se esquece que quem dar as
ordens por aqui sou eu e se eu quiser ela morta
agora mesmo é isso mesmo que ira acontecer.
— Qual é Heros, só alguns dias.
— Você sabia que ela é uma Ferrara? Ou melhor
que ela é irmã da garota que estou mantendo aqui?
— Opaa disso eu não sabia.
— Então, pelo o que eu percebi não se conhecem, a
moça vivia presa, não sabe nada, só fala do pai e
disse que só conhecia o irmão, que eu já matei.
— É claro que matou. Espera, mas eu conheço esse
nome, Ferrara.
— Claro que conhece. E você não sabe o mais, o
Felix está vivo, deu a garota que está com você ao
Geovan em troca de favores.
— Que desgraçado.
— Pois é, mas me conta uma coisa. O que você sabe
sobre o que aconteceu com Viviane lá?
— Por que?
— Você conhece bem os russos, e sabe muito bem
do que eles são capazes do que eles fazem rincipalmente com mulheres, Viviane chegou aqui
só com alguns arranhões o que me deixou bem
intrigado.
— Bom.... Eu não sei de nada, já disse isso a você
quando você me pegou lá na Rússia, não lembra
não? Eu sai do avião direto pra boate e não levei ela
pra que a festa não fosse estragada.
— Então, isso tudo está muito estranho, vou
mandar que fiquem de olho nela, e ainda tenho que
castiga-la por não obedecer minhas ordens.
— Você vai castiga-la somente por que ela tocou na
sua vadia? É isso Heros? Porra eu sei que essa
história está estranha, mas cara a Vivi sempre
esteve com a gente.
— Não me venha com isso Dominic, e não fale
assim da Lua seu filho da puta. Vou sair agora
mesmo e mostrar quem manda e quem obedece
por aqui.
Falo e saio, Augusto já está a minha espera, ele abre
a porta do carro entro e damos partida para um dos
galpões que tenho, mandei que Enzo levasse
Viviane para lá, sinceramente não gosto da ideia de
fazer isso mas ela além de me desobedecer ainda
machucou a Lua.
Meia hora depois estamos entrando no galpão, vejo
Viviane sentada e amarrada a uma cadeira com a
cabeça coberta por um saco preto, me aproximo
dela e o tiro de sua cabeça para que possa me ver.
— Você sabe por que está aqui Viviane?
Pergunto mas ela fica calada, está com raiva, a
conheço o bastante para saber.
Mas ela também sabe que não responder perguntas
minhas me irrita bastante e nunca acaba bem.
— Sim.
— Sim o que?
— Sim, chefe.
Vou até a mesa das ferramentas e pego um alicate.
— Não gosto do que vou fazer agora Viviane, você
sempre esteve por perto sempre foi leal e
obediente, mas isso mudou de uns tempos para cá,
e não estou gostando nada disso.
Ela se assusta, mas a essa hora a emoção de ver
sangue de machucar alguém já tomou conta de
mim e nada me pararia.
— Por favor Heros, não.
Sua voz é fraca, está com medo, e eu excitado.
— Eu estava pensando em cortar sua mão fora por
tocar no que te avisei para ficar longe, mas você
não ouviu, e você me serve bastante e sem a mão
isso não seria mais possível, visto que você iria ficar
invalida e se você fica invalida não serve para nada
e teria que te matar, vou me contentar em tirar três
de suas unhas, as mesmas que você usou para
machucar alguém sem piedade, alguém que já
estava machucada.
Falo e ela chora, pego o alicate e começo, arranco a
primeira e ela grita, seus gritos são tão altos a
agonia a dor que estou causando me trás alivio faço
isso mas duas vezes e quando acabo ela está quase
desmaiando.
— Agora você sabe, eu mando, e quando eu
mandar, você apenas obedece, não serei tão gentil
na próxima vez.
Acabo de falar e ela desmaia.
— Enzo, trate de colocar uns curativos e a leve para
casa.
— Sim, senhor.
Pelo menos agora sumiu um pouco da tenção.
Vou para casa tomo um longo banho e passo o dia
trancado no escritório assinando vários papeis
legais e ilegais.
Ouço batidas na porta, levanto e vou abri-la e vejo
nada mais nada menos que lua, bem na minha
frente com uma bandeja na mão.
— Trouxe seu jantar, senhor.
— Coloque ali na mesa.
— Sim, senhor.
Ela está usando um uniforme igual ao da Anita, mas
fica tão melhor nela.
— Deseja mas alguma coisa, senhor?
— Não, pode sair.
Ela acena com a cabeça e sai.
Sento e como tudo o que me trouxe, estou
precisando gastar energia.
Já são dez da noite quando saio do escritório e subo
para o meu quarto, antes que pegue na maçaneta
da porta ouço uma linda voz cantarolando uma
musica, a voz está vindo do quarto a minha frente,
parece a voz de uma sereia me encanta a cada
melodia, não consigo me conter, e entro em seu
quarto.
Ela se espanta e para de cantar assim que me ve.
— Desculpe se incomodei senhor.
Ela fala toda tímida me olhando com olhos
tristonhos.
— Sua voz, é como a de uma sereia.
Ela fica vermelha na hora, mas se aproxima um
pouco de mim.
— Essa musica que estava cantando, eu a conheço,
minha mãe costumava cantar para mim.
— A minha também, acho que isso é só o que me
lembro dela.
— Você quer caminhar um pouco?
Pergunto e me surpreendo com a resposta.
— Seria, bom.
Droga como faço um convite desses, essa mulher
tem o poder de mandar minha sanidade mental
para a puta que pariu.
— Você não vem?
Ela pergunta já na porta, nem percebi seus
movimentos.
— Vamos.
Descemos as escadas e vamos caminhando em
silêncio, aqui fora está muito frio, Lua passa as
mãos em seus braços, tiro meu paletó e dou para
ela, talvez a esquente mas.
Seguimos calados, pego em suas mãos e sinto
aquele mesmo choque de sempre, mas não solto
pois preciso guia-la até o lugar onde ninguém nunca
vem a não ser eu ou Anita que é quem cuida daqui.
— Onde estamos indo?
Ela pergunta quebrando o silêncio.
— Você já vai descobrir.
Falo e abro o portão da entrada do jardim
particular, o meu refúgio.
Tem dois bancos um de um lado e o outro do outro
e no centro tem um pé frondoso de maçã.
— Minha mãe costumava vir sentar aqui todos os
dias acho que para relaxar e comer as maçãs, acho
que este lugar era o refugio dela.
— Por que está... me contando isso senhor?
Ela pergunta meio apreensiva.
— Eu não sei.
Sou o mais sincero possível.
— Derrepente me deu vontade de compartilhar isso
com alguém e você me pareceu adequada.
— Entendi, como era sua mãe?
— Ah ela era linda, cheia de vida amava este lugar
em particular este onde estamos agora, nunca
trouxe ninguém aqui.
Ela fica surpresa e sem saber o que dizer.
— Quer provar uma?
Pergunto me referindo as maçãs.
— Sim por favor.
Pego uma e a entrego, pego outra para mim e dou
uma mordida, não sei por que estou aqui fazendo
isso, odeio maçãs.
— Se Anita visse a gente fazendo isto, veria o
inferno fora dela.
Ela da risadas, é a primeira vez que ri pelo menos na
minha frente.
Não me contendo em já estar aqui nesse lugar com
ela, pego em suas mãos, ela fica desconcertada mas
se aproxima fica na pontinha do pé e me da um
beijo na bochecha, eu fico sem jeito ninguém nunca
tinha feito isso de forma tão carinhosa, minha pele
onde ela beijou ficou ardendo, não aguento mais fingir que não tenho tesão nessa mulher, que ela
não me atrai.
Novamente sem pensar a puxo para mim e a beijo,
um beijo cheio de emoção uma que desconheço a
pele dela queima sob a minha cheia de desejo.
De repente o rosto dela se transforma no da
menininha é como se eu tivesse me transformado
no meu pai, paro imediatamente, dou uns passos
para trás e vomito meu pior pesadelo de vida, é um
dia me transformar nele.
É difícil respirar conto até dez devagar, até
conseguir um pouco de controle.
Lua não entende nada.
— Senhor, está tudo bem? O que aconteceu?.
Está toda confusa.
— Sinto muito, não posso explicar.
Infelizmente minha vida é assim saio no automático
rumo a casa, subo as escadas e entro no meu
quarto, vou direto para o banheiro ligo o chuveiro e
com as roupas ainda, entro debaixo d'agua, fico
relembrando a cena toda hora na minha cabeça
fodida, sinto tanto ódio mas uma vez sem pensar
soco repetidas vezes a parede até sentir a fera dentro de mim ir se acalmando aos poucos, minhas
mãos sangram e o azulejo já era.
Tiro as roupas acabo o banho e caio direto na minha
cama.

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