Capítulo 1 - Hórus e a Torre Carmim

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 "Jornadas são... Estranhas, sempre buscamos algo para completar, ser rico, ser famoso, ou salvar alguém, mas sempre no fim da jornada os objetivos mudam... Não de repente, mas como ondas, calmamente indo ao seu fim"

 Num gigantesco planeta, atingido por infinitas nuvens de chuva, várias lendas são repassadas pelos seus habitantes, as lendas sobre a Torre Carmim, uma gigantesca torre, capaz de atravessar as mais altas nuvens, feita do material mais resistente do mundo. De lenda em lenda, várias especulações são feitas sobre o surgimento dela, algumas dizem sobre um Demônio, outras sobre um Vampiro, e apenas uma, sobre um único homem. Porém, todas as lendas compartilham uma semelhança, sobre o que há no topo da Torre Carmim, um pedaço da primeira rocha do universo, a Pedra Filosofal, capaz de mudar o mundo, de fazer alguém se tornar um deus entre os humanos.

 Com a passagem do tempo naquele planeta, próximo da Torre Carmim, os humanos iniciaram a construção de uma cidade, que com o tempo cresceu, cercando toda a extensão da Torre. Porém, devido as grandes sombras projetadas pela Torre Carmim, a cidade possuía uma grande dificuldade no cultivo de alimento e na criação de animais, e isso quase causou a morte de toda a sua população nos primórdios da cidade, obrigando a população a se adaptar, assim surgindo o comércio com outras civilizações. Como única maneira de ganhar dinheiro, muitos guerreiros começaram a se aventurar pelos andares da Torre Carmim, buscando tesouros valiosos.

 Com o tempo, surgiu-se uma sociedade, que implementou um sistema de intermediação entre os aventureiros, mercantes e moradores da cidade, criando assim a Guilda de Serafim, que comprava os tesouros dos aventureiros, e vendia para os mercantes, e de tempos em tempos, aceitavam missões de moradores da cidade, ou até mesmo de mercantes que buscassem algo em específico. Então, depois de poucos anos da implementação da Guilda de Serafim, foi-se perdendo a necessidade de adentrar a Torre para sobreviver, tornando-a num local exclusivo para os tolos aventureiros, que adentravam-na em busca de seus sonhos, alguns querendo dinheiro, outros fama, e os mais ambiciosos e tolos que almejavam a Pedra Filosofal.

 E por fim, com a passagem das décadas, vários aventureiros começaram a se enriquecer com os tesouros da Torre, ganhando reconhecimento e poder na sociedade. E então, esses aventureiros com a idade avançada, se aposentavam e tinham filhos, que assim como os pais, se aventuravam nos perigosos andares da Torre Carmim, surgindo então, as Famílias de Aventureiros, especializadas em habilidades especiais, adquiridas dentro da Torre. A maioria das crianças das famílias, treinavam desde os 10 anos o domínio de uso de armas, como espadas, para que com 17 anos, fossem até a Torre, e de lá voltassem com suas habilidades especiais.

 Num pequeno distrito pobre da cidade de Serafim, um jovem de pele escura, se olhava no espelho quebrado de seu quarto, com seus grandes olhos dourados, que brilhavam com a luz de uma vela próxima. Ele arrumava seus grossos cabelos negros que iam até os seus ombros, mais parecendo uma juba de um leão, do que um simples cabelo. Com o pente em mãos, o jovem penteava seu cabelo, se lembrando de quando era uma criança, sobre como ele sonhava em se tornar um aventureiro, e explorar a Torre Carmim, lutando contra monstros, conseguindo tesouros, e se tornando um herói, o primeiro a vislumbrar a Pedra Filosofal, nada incomum para crianças da cidade de Serafim, todas tinham esse sonho, mas poucas o mantinham até os 17 anos.

 -Hórus, está pronto?! - Gritou uma mulher, que logo em seguida adentrou no quarto, ela tinha a pele escura e seu cabelo era bem curto e preto.

 -Sim, Niki... Já tô pronto.

 -Então vamos embora! Já tá todo mundo lá esperando - Disse Niki.

 -Tá bom...

 -Ei irmão... Você cresceu bastante - Falou ela, logo em seguida afagando a cabeça de Hórus.

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