Só posso fazer o pior que eu puder.

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Eu me afundava na superfície de madeira, minha mão latejava enquanto aquele psicopata ria, porque eu precisava passar por isso?

Ele continuava segurando minha mão, estava em pé na altura das minhas coxas mais ou menos. As minhas pernas, eu as sentia agora, sentia meus pés. Deviam estar dormentes por eu não ter me mexido antes. A questão agora é que aquela dor torturante me impedia de ter qualquer pensamento útil.

Do lado de fora, na rua, Hange corria.

— AAH!  — Gritei. — ME SOLTA, PORRA! — A dor subia pelo meu braço e parecia me consumir, Haru apenas me olhava sorrindo. — O que você tá fazendo? Seu doente!!

— Eu estou apenas brincando... — Ele segurou minha mão pendurada pelos dois dedos quebrados, eu gritei novamente. — Vai me dizer que você não gosta de joguinhos?

As lágrimas escorriam pelos cantos dos meus olhos, minha boca estava com um gosto metálico, não pude conter minha cara de nojo misturada uma de dor pulsante.

— Uh? — Haru me olhou de cima. O único impulso que eu tive foi levantar minha perna atingindo a lateral de seu ombro com meu joelho. — EEEI, AHHH NÃO — Ele segurou minha perna, parando-a no ar.

Essa não...

— O que você está pensando? Quem dita as ordens aqui sou eu, você sabe, né? Que agora vai pagar por ter tocado em mim.

— NÃO! POR FAVOR! — Ele sorriu. — HARU, POR FAVOR!

Me olhou maliciosamente e foi até o canto do quarto onde havia dois pedaços de madeira.

— O QUE VOCÊ VAI FAZER?! — Tentei me levantar o máximo que pude e me contorcia para tentar sair dali.

— S/N... Além de aprender que só eu poderei colocar as mãos em Hange, parece que você também precisa aprender a me respeitar...

— Haru.... — Eu comecei a chorar, como uma criança. — Por favor — Lagrimas desciam sem parar. Será que alguém pode me ouvir? Será que Hange notou que eu sumi? Onde ela está? — Haru se aproximou com as duas madeiras, usou seu cinto para amarrar uma das minhas pernas na lateral da cama, em seguida tirou o meu cinto para amarrar a outra perna. Entre as duas ele colocou um pedaço de madeira, na horizontal. — Vamos deixar esse pezinho quieto?

O que ele vai fazer? O desespero já estava tomando a minha sanidade, onde estava ela, onde está Hange?

Hange estava parada em pé perto da minha casa, ela olhava as marcas de sangue no chão, alguns fios de cabelo e uma bagunça na areia, mais para a frente, 2 pares de pegadas, um par maior e outro menor. Então, só restaram as pegadas maiores. Alguém havia sido carregado.

Ela soube, soube que as pegadas que tinham sumido eram minhas e sabia exatamente para onde ele teria me levado. Enquanto isso...

— Fica com essa porra de pé parado! Você me chutou porque quis! — Ele levantou o outro pedaço de madeira.

— Haru... Não... HARU! Vamos falar sobre isso, por favor!

A madeira foi levada mais acima, ela era de um tom bege claro, com pequenas marcas marrons. Eu nunca mais esqueceria isso.

— Não faça isso! Haru, por favor! Eu vou me afastar dela, eu prometo! Por favor! HARU!

Ele me olhou nos olhos, uma expressão de vacuidade perplexa tomou conta de seu rosto. Minha mente já estava consumida pelo pânico. Minhas palavras tornaram-se uma torrente de incoerências. — Só mais um minutinho. — Ele disse e ajeitou as mãos na madeira. — VAI SER SÓ UM MINUTINHO! HAHAHAHA!

Before Chaos - Hange ZoeOnde histórias criam vida. Descubra agora