O orfanato

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Os céus noturnos estavam tomados por uma luz azul e oscilante, que dissipava a antiga escuridão predominante. Tal brilho, rodeava em totalidade e sincronia a grande lua cheia, flutuante em ascensão e nebulosidade.
Ainda que em sua forma noturna, o céu carregava as mais densas nuvens tempestuosas, que emitiam raios azulados em conjunto, chocando-os contra o solo, e o possuindo de grandes queimaduras mágicas e ardentes, que consumiam toda a forma de vida.

Caídos, haviam três jovens rapazes, recém ceifados pela morte. Estes possuíam uma marca cintilante em seu peito, que parecia a causadora de tudo aquilo, culpada por ter drenado e destruído a força vital que antes os habitava.

A responsável por isso? Uma jovem garota, de longos cabelos cor de rosa, e olhos tomados completamente por tons negros e opacos.

— Pandora? — a voz aguda e desacreditada de uma garota se alastrou pelo local. E ainda que em meio a tantos raios e trovões, ela poderia ser ouvida perfeitamente. — O que você fez? — a jovem morena perguntou horrorizada com o que havia acabado de presenciar.

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Eu poderia continuar contando o final desta história, impedindo que crie qualquer expectativa ou esperança de que ela tenha um final feliz, mas para que entenda as motivações que levaram nossa querida protagonista a isso, é preciso que saiba da história toda. Então, peço que aguarde pacientemente e se prepare para ouvir uma longa e conturbada história.

(...)

Em um apertado quarto, dentro das paredes de um antigo orfanato, e em uma pequena cidade com poucos habitantes, vivia uma jovem e bela garota, portadora de uma mente, que ainda que fosse conturbada, portava sonhos e pensamentos um pouco fantasiosos demais.

Esta, cresceu quase sozinha, já que sua única companhia verdadeiramente duradoura, fora, e ainda era, a de uma pequenina gata de pelos brancos e olhos amarelados.

O nome de tal solitária garota, era Pandora, uma jovem com pensamentos um pouco questionáveis, e uma confusão nítida pelo mundo como um todo.

Talvez, Pandora não portasse pensamentos como esse, se tivesse tido uma criação um pouco mais normal, como todas as outras crianças da cidade em que vivia, Port Townsend.

A verdade, é que a pequena garota aprendeu desde muito jovem a conviver, e gostar de solidão. Sua vida, sempre fora simples, mas um pouco incomum demais, tendo em vista que sempre viveu em um único lugar, e jamais havia conhecido o mundo além das grades deste, e da visão obstruída que conseguia ter das janelas de seu quarto.

Apesar de ser a única ainda moradora do orfanato em que cresceu, em algumas poucas ocasiões, ela recebia visitas. Todas, de uma única mulher de cabelos ruivos e olhos castanhos.

Genevive, a dona de tais alaranjados cabelos, era uma das poucas amizades da jovem Pandora, e além disso, a dona do grande e vazio orfanato, que no momento, se encontrava com as portas fechadas a visitantes e novos moradores.

Era unicamente por meio de Genevive, que conseguia ter algumas informações e descobertas sobre o mundo fora dos muros do orfanato, ainda que fossem mínimas, já que não tinha a permissão para sair dali, nem mesmo para passear em meio ao jardim, pelo menos, não sozinha.

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⏰ Última atualização: Feb 23, 2021 ⏰

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