Antonella Carmier.
Eu me chamo Antonella Carmier Rousseau, tenho 38 anos de idade, sou curadora do museu Louvre. Venho de uma família pequena, formada por mim, meu pai, Adam, minha mãe, Desirée e minha irmã, Marie.
Há 5 anos atrás, me divorciei e desde então, não me apaixonei por ninguém. Tenho relações de uma noite, sexos casuais e vazios de emoção. Puro desejo carnal.Quando você se dá conta que está apenas respirando ao invés de viver, um vazio te invade e você se dá conta que só tem prazer ao se encontrar com um copo de bebida ou no trabalho, analisando as obras que tanto ama.
Percebe que os pequenos prazeres lhe foram tirados e você não sabe como voltar a tê-los, não sabe como voltar atrás ou recuperar-se na imensidão de merda que te submergiram.Flashback on:
Saint Émillion, 2016.
- Nella, eu não posso mais viver com você. Não posso mais me deitar ao seu lado e imaginar outra, você já descobriu tudo. - Joenne acaricia o rosto de Antonella enquanto ela funga e limpa a face já marcada pelo choro. - Eu te amei. Amei muito, mas não posso continuar, não sou mais apaixonada por você.
- Joenne, me diz que isso não é verdade. Nós estávamos bem, você apenas teve um deslize, vamos consertar. Eu não posso imaginar minha vida sem você. -Diz Antonella voltando a chorar desesperadamente pondo mais uma dose de whisky ao copo.
Flashback off
Paris, 2021
Abro os olhos preguiçosamente e olho o relógio a beira da cama que marca 5:55am. Me espreguiço, dou um gemido audível e me levanto de maneira preguiçosa. Vou até o banheiro e me olho no espelho
- Bom dia, Antonella. Você está péssima. - digo admirando meu reflexo no espelho. Meus cabelos estão bagunçados, meus olhos arroxeados devido as olheiras por noites mal dormidas.
Tiro minha roupa lentamente, ligo o chuveiro e regulo a temperatura para que a água fique bem quente, depois de feita minha higiene. Me visto com uma roupa adequada para correr, desço e tomo meu desjejum.
Quando enfim saio, o relógio já marca 6:30am.
Vou até o local onde costumo correr, me alongo e começo uma corrida constante. Sempre me vejo admirada pela beleza do inverno, minha estação favorita. As árvores estão cobertas de neve, pequenos ramos de gramas congelados. A correria das pessoas também chama minha atenção, todos parecem tão absortos em seus celulares, fazendo seus pedidos nos cafés, acabo me distraindo pensando em como nós somos universos isolados.
Quando sinto uma pancada e caio sentada, sinto minhas mãos arderem por ter ralado e o impacto faz meu cóccix latejar. Volto a mim e escuto uma voz melodiosa, como a de uma sereia. Olho para cima e me deparo com a mulher mais bonita que já vi, mais bela até mesmo que Joenne.-Oi. Alô. Terra chamando. Moça tudo bem com você? - diz a desconhecida me despertando do transe e esticando a mão em minha direção em auxílio para que me levante.
-Oh, sim. Me desculpe eu estava distraída, não a vi, mil perdões. - digo sem jeito, limpando as mãos na calça legging que visto.
- Tudo bem. Essas coisas acontecem. Só tome um pouco mais de cuidado da próxima vez. - ela diz e sorri, com dentes brancos e alinhados, a boca avermelhada pelo frio.
- Pode deixar. Obrigada pela gentileza, mas agora preciso ir. Adeus. - digo e saio correndo.
- Tchau bela distraída! - ela grita, me viro e ela sorri correndo em direção contrária.
No caminho de volta pra casa fico pensando naquela mulher, me arrependo por não ter me apresentado corretamente. Nós poderíamos ter uma ótima noite.
Me dou conta de que faltam poucos minutos para às 8:00am. Tomo uma ducha, visto um terninho branco, uma blusa vermelha, saltos igualmente vermelhos. Uma maquiagem leve e natural, ajeito meus fios rebeldes. Verifico a bolsa, tudo ok, chaves, celular, pasta com projetos e carteira.Desço, pego as chaves do meu amado BMW X6 e vou em direção ao museu. No meio do caminho me lembro que hoje conhecerei minha nova assistente. Após o ocorrido de mais cedo, me encontro sem paciência.
Depois de longos 45 minutos de trânsito e buzinas soando, chego ao museu. Dou bom dia aos seguranças, troco cordialidades com algumas pessoas e vou para minha sala.
Assim que adentro o administrativo, dou bom dia aos funcionários.
- Bom dia, Sophie. Quando a nova assistente chegar pode pedir que ela vá até a minha sala, por favor? - digo para a recepcionista
- Sim, senhora Carmier. - diz ela eficiente e olho séria para ela
- Sophie, já disse que pode me chamar apenas de Antonella. - suavizo a expressão quando ela já se encontra vermelha.
- Me desculpe senho..., Antonella. - ela diz rindo, sorrio de volta e vou para minha sala.
Começo a organizar documentos, os nomes de artistas que vou ter reuniões para o evento de inverno. Peço um café pelo telefone, começo ler as notícias do mundo, vejo como vai a economia, quando o telefone toca.
- Alô? Oh, sim Sophie, pode mandar entrar. Obrigada. - agradeço e me levanto para desamassar a roupa.
A porta se abre e eu não posso acreditar... A mulher do parque, mas ela ainda não me viu, está com a cabeça baixa, atrapalhada com algumas pastas.
- Olá. Você é a Ella? - digo me fazendo notar.
Ela levanta a cabeça lentamente, como se tivesse finalmente encontrado algo.
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Um Amor de Inverno DEGUSTAÇÃO - ME SIGAM E LEIAM A HISTÓRIA COMPLETA NO DREAME
ChickLitDepois de 5 anos de seu divórcio, Antonella finalmente sente seu coração bater mais forte outra vez. Entre todos esses anos de reclusão, abatimento, morbidez e muito álcool. Sua nova assistente, Ella Olivier, pintada a forma de Afrodite, mexe com se...