Capítulo 1 - Erros

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A rotina de Sakura era basicamente acordar, fazer as tarefas domésticas mais básicas como lavar a louça, lavar e estender as roupas e preparar o café da manhã para a filha Sarada de dois anos. Assim que a comida feita com todo o carinho do mundo estava pronta, ela corria para o quarto da filha e a acordava para que pudessem tomar banho. A mãe se arrumava e auxiliava a filha a se vestir, assim as duas poderiam tomar café e aproveitar os poucos momentos que tinham juntas durante o dia.

Felizmente a pequena Uchiha adorava ficar com os avós, o que era um problema a menos para Sakura, que precisava deixá-la com alguém para que pudesse trabalhar. Com uma rotina carregada de trabalho, sua melhor opção era deixar a filha sob os cuidados de Mebuki, que nunca se opunha e adorava mimar a neta.

Depois de deixar a filha na casa dos pais, a ninja médica ia para o trabalho no hospital de Konoha e se enterrava em consultas, papéis e cirurgias, ela amava o que fazia. Mas também era uma forma de ocupar o tempo e não pensar nos problemas de sua vida pessoal. Embora fosse bem sucedida nos aspectos da vida profissional e tivesse o seu bem mais precioso – sua filha – para alegrar seus dias solitários, existia algo que não a deixava ser feliz completamente.

Em toda sua vida, Sakura sonhou no dia em que se casaria e formaria uma família com Sasuke. E agora estava ela, casada, com uma filha linda e há quase três anos sem ver o marido e pior ainda, o homem nunca se importou em enviar uma carta que seja para ao menos perguntar como a filha estava.

No início dessa situação, ela acreditava que tudo era por uma causa maior, mas quando fez-se um ano que o marido havia saído da vila em missão, sem dar nenhuma notícia sequer, ela começou a perceber que não importava a causa que fosse, se quisesse, Sasuke teria voltado pelo menos para vê-las.

Sentia saudades do marido no início, mas isso foi mudando a cada dia que ele estava distante, o amor que achava que seria eterno pelo homem, esfriou gradativamente até deixar de existir e se tornar apenas um sentimento de mágoa.

E toda a mágoa que sentia não tinha a ver com a promessa que haviam feito no dia em que se casaram. A mágoa estava em todas as vezes que sua querida filha perguntava: "Onde está o papa?", "Quem é o papa?", "Eu tenho um papa?". A cada vez que Sakura escutava isso, seu coração se partia em mil pedacinhos, porque nunca sabia o que responder.

Agora que Sarada estava prestes a completar três anos, Sakura já havia se decidido sobre o que queria verdadeiramente. Não queria mais ser uma Uchiha, não bordava mais suas roupas com o símbolo do clã e estava se organizando para deixar o distrito Uchiha. Comprou uma casa próxima ao hospital e estava terminando de mobiliá-la para poder se mudar com a pequena. Tudo que queria era se separar do marido, acabar com o vínculo matrimonial que tinham era o melhor que ela podia fazer por si mesma, sabia que ele nunca estaria fora de sua vida totalmente porque tinha algo muito importante que ligava os dois pela eternidade: Sarada Uchiha.


❀❀❀


Em uma sexta-feira após sair do trabalho, Sakura decidiu que iria sair para beber, precisava disso, um tempo sozinha para pensar em todas as decisões que tinha tomado nos últimos dias. Passou na casa da mãe para perguntar se Sarada poderia ficar para dormir, a kunoichi não precisou nem terminar de falar para que a mãe aceitasse.

Foi até sua casa – não por muito tempo – no distrito Uchiha, tomou banho e vestiu um dos típicos vestidos curtos em tom carmesim, sem nenhum símbolo bordado, o que as pessoas achavam estranho e até chegavam a perguntar, mas Sakura sempre desviava do assunto, logo todos saberiam o porquê e a julgariam da mesma forma como já fazem. Passou uma maquiagem leve, penteou os cabelos que agora estavam enormes e se dirigiu para o bar que sempre costumava ir.

Escolhas (Concluída)Onde histórias criam vida. Descubra agora