YOLANDA CAPÍTULO 4.

1.4K 245 35
                                    

YOLANDA.

CAPÍTULO 4.

Panico, eu me encontrava em total estado de pânico, eu só queria um lugar para me esconder pensar e no outro dia ver o que fazer da minha vida. Mas ser impulsiva e achar ser dona do meu nariz me colocou em uma posição desconfortável, me vi encurralada, com o oceano a minha volta.

O homem a minha frente me olhava com os olhos arregalados, e eu a ele, a noite quando subi no barco, na escuridão, buscando abrigo pensei que estava só, o silêncio era tanto que cheguei a imaginar que era um barco fantasma, caminhei devagar sentia um pouco de medo, mas o que era o medo do escuro perto do que estavam querendo me obrigar a fazer, então só me restou enfrentar.

A proa estava livre daqueles caixotes enormes de madeira e outros de aço, no canto perto de umas boias havia um amontoado no chão, me abaixei e senti a textura grossa, sentei, me aconcheguei nas boias me cobri com aquele pano deixado ali como providencia divina, cheirava a poeira, mas iria servir para me abrigar do vento frio da noite.

Eu estava tão chateada com meus pais, cansada de tudo que aconteceu na minha casa, e depois saber por minha amiga que o senhor Jafari queria que o casamento fosse realizado pela manhã me deixou desesperada, que opção eu tinha além de fugir?  Nem uma, fiquei ali quieta até meus olhos se fecharem.

Acordei com a claridade batendo em minha face, mirei o céu e as nuvens andavam, firmei minhas vistas pensava estar alucinando, me levantei correndo, eu estava navegando, o barco estava navegando. Senti um mal estar na boca do estomago, em seguida um frio subir minha espinha, eu precisava fazer alguma coisa e então comecei a gritar e a correr em meio um monte de caixas de metal, pedia para voltarem que parassem que eu queria descer, até que fui surpreendida por um homem.

Me choquei contra ele e no impacto fui lançada ao chão, outros homens aparecerão e me olhavam como se eu tivesse duas cabeças ao invés de uma.

-Qual de vocês permitiu que a diversão subisse a bordo. Falou o homem olhando a todos ao seu redor com os olhos arregalados em mim. Os homens olhavam de um para o outro e balançavam suas cabeças em negação, falavam entre si que nunca tinham me visto.

-Qual é a primeira regra que a tripulação tem que obedecer?  -Diversão e bebidas a milhas do navio. Respondeu um dos homens, eu não era uma idiota e entendia perfeitamente o que estavam dizendo, eu sabia muito bem o que significava diversão.

Me levantei atordoada do chão. -O que acha que sou, porque insinua que sou um objeto de diversão, pare esse barco agora, eu preciso voltar, voltem agora. Berrei, o medo me sucumbia, mas eu não iria me calar eu precisava voltar.

-A quem quer enganar, acha que está em posição de exigir alguma coisa garota, com qual desses homens estava fornicando a noite passada? Me senti envergonhada, rebaixada eu não tinha feito nada do que aquele homem falava, mas me senti ofendida todos me olhavam de um jeito estranho.

Um deles me lançou um olhar muito parecido com o que o senhor Jafari me deu na porta da minha casa, abracei meu corpo, eu estava só metida em um problema grande. -Não sou o que está pensando senhor, não conheço nenhum desses homens presentes. Eu me equivoquei e subi no barco a noite passada para...

-Para o que garota? Pensa que sou bobo, que vai me enganar com esse jeitinho fingido tímido, não se anda a noite em um cais sozinha altas horas da noite. Apenas as putas costumam fazer isso para arrancar uma grana dos marinheiros bêbados e carentes por um corpo quente.

Ele me insultava e eu não iria contar a ele que estava fugindo, então me calei, me deixei ser agredida com aquelas palavras frias.-Inferno diga quem estava com você? -Eu não conheço nenhum desses homens não estava com ninguém! -Porque subiu a bordo. O homem insistia, gritou, os outros continuavam me olhando.

Senhor de Araruna.EM ANDAMENTO.Onde histórias criam vida. Descubra agora