On Cloud Nine | B.E

It's your rival? Well, suddenly I'm horny, i guess im gonna call him...

Chloe's POV

A música estava alta fora daquele cubículo, com cabines de ferro, vozes femininas ecoavam nos ladrilhos do banheiro. Meu coração acelerado, sua mão em minha boca evitando que eu nos denunciasse ali. Vi seu cabelo negro entre minhas pernas, eu estava de saia, então era fácil ela se enfiar ali. Senti o aperto tão familiar em meu ventre, e tão rapidamente ela se levantou, parando seja lá o que for que estava fazendo. Seus lábios brilhavam pela umidade que ela provocou, e dali surgiu um sorriso maléfico, senti minhas pernas tremerem. Ela tomou aquilo como um convite para me puxar para seu colo, se posicionando. Senti algo forçar minha entrada, e suspirei alto.

Acordei suada, coração pulsando em meu peito, coloquei minha mão nele, numa tentativa falha de me acalmar. Joguei o edredom longe, buscando fôlego.

Óbvio que eu ia sonhar com ela, minha vida é um total clichê, teria como ser mais previsível? Que inferno. Não tenho paz nem no mundo dos sonhos. Eu só queria um Ecstasy e sai com a mente poluída por ela. Ótimo Chloe, lembra de nunca mais tomar decisões bêbada.

Me levantei para tomar uma ducha gelada, para acalmar o calor que eu sentia em meu corpo, quando ouvi meu celular tocar. Eu o peguei jogado no meio da cama e fui ver a mensagem que eu havia recebido.

"Olá Chloe, tudo bem? Espero que você tenha gostado de trabalhar aqui, pois estamos oferecendo uma vaga fixa para você. Você se saiu super bem ontem. Te espero hoje a noite!"

A gerente terminou a mensagem com alguns emojis felizes. Eu franzi o cenho. Estranho, nem terminei a semana de teste e já me deram a vaga. O dinheiro que é bom nada né? Enfim, vou aceitar assim mesmo, eu preciso do emprego.

Eu sorri, talvez seja um sinal do universo para que eu adote um gato! Dei alguns pulinhos e corri para entrar no chuveiro.

Talvez eu esteja colocando a culpa no universo para algum impulso meu? Com certeza. Vou deixar de adotar o gato? Não. Está decidido!

Sai do chuveiro, secando meu corpo, e em seguida voltando ao quarto. Coloquei um shorts e uma regata, nada fora do comum, e decidi ir comprar algumas coisas pro gato. Pelo menos uma caixinha de areia e comedouros eu tinha que comprar, certo? E a ração. E a areia. Nossa é muita coisa pra um gato só.

Desci do prédio, me apressando a ir ao pet shop mais próximo. Acendi um cigarro, como uma comemoração ao meu novo emprego, e continuei minha caminhada, não demoraria mais de cinco minutos, mas nesses poucos minutos me senti vigiada, e eu virava o tempo todo pra trás, e não via nada suspeito. Paranóica? Imagina.

Chegando em casa, eu estava com o gato e a sacola das coisas dele. Por sorte estava tendo uma campanha de adoção na frente da loja. Entrei e comprei as coisas todas rosas, achando que eu pegaria uma fêmea, e me apaixonei por esse pedaço de bosta preto. Macho.

-Mas não tem problema né filho? Somos avançados e sabemos que cores não tem gênero. E também você nem deve saber o que é essa cor. Será que você realmente vê em preto e branco?

Não tinha 10 minutos que eu tava com o gato e eu já estava falando com ele como se ele me entendesse. Isso que é ser mãe de pet então? Acho que gostei. Coloquei ele no chão. Ele ficou meio acanhado, cheirando desconfiado, mas segundo a moça ia demorar uns dias ou semanas para ele se acostumar. Coloquei a ração, água e areia, e o deixei explorar o novo local.

-Você precisa de um nome. Negro? Não... Muito simples.

Eu observei subir no balcão da cozinha, cheirando uma banana que provavelmente já estava podre. Ele fez ânsia de vômito, e eu não pude evitar em gargalhar, o que o fez pular assustado.