Mr. Bowie

Capítulo 3

Copérnico tinha uma fama relevante em relação a sua longa carreira como Agente. Entrou para corporação em sua juventude, com a ajuda do seu pai que era um policial renomado em uma cidade pequena no Sul do país. Alguns sinais da idade estavam cada vez mais evidentes: como a sua falta de paciência.
Todos os seus casos tinham alguém desagradável e situações adversas; porém Mr Bowie era de longe o mais desagradável. Ele não poderia simplesmente prendê-lo, precisava lidar da melhor forma possível para o golpista colaborar com o caso de Daphne. O único problema é não poder contar tudo, deixando o jovem mágico ainda mais desconfiado.

- Você deve pensar que só por eu ter vinte e oito anos, sou idiota. - O mágico reclama, após a falha tentativa de Copérnico em enganá-lo sobre o motivo de Daphne estar presa. - Amanhã é o dia e só tenho o plano superficial e, essa ficha - Ele aponta para o dossiê - Não diz nada em detalhes sobre ela.

Na verdade, nem o próprio Agente conhecia a garota. Os detalhes mais sombrios eram confidenciais e a personalidade era desconhecida. Bowie estava cada vez mais estressado. O grande dia era amanhã e, praticamente, teria que improvisar.

- Todas as suas perguntas foram respondidas. O que mais você quer? - Copérnico tinha certeza que iria ter mais fios brancos depois de hoje.

Bowie revira seus olhos, pensando que era óbvio. Infelizmente, o Agente não iria lhe dar mais informações, então ele teimava em saber mais.

- Qual era a profissão dela? - Encara o dossiê - Não está na ficha.

- Garçonete em uma pequena lanchonete em Manhattan. - Encosta na cadeira tentando passar um ar despreocupado

Bowie solta um sorriso sombrio.

- Ah... Claro, o governo tem interesse gigantesco em uma garçonete. - Ironiza. - E como ela é?

Copérnico não estava mentindo, na verdade ela era apenas uma garota comum se não fosse o passado dos familiares.

- Está na foto e abaixo as características físicas detalhadas. - Suspira entediado.

- Quero saber se sabe alguma arte marcial, inteligência fora do comum... - Franze o cenho - Esse tipo de habilidade extra curricular de garçonete.

Apesar da ironia, Bowie estava exausto pelo treinamento de hoje e com medo de estar à poucas horas de sua possível morte.

- Não que saiba. - Responde com sinceridade.

Bowie bufa, apoiando suas mãos na cintura e desvia seu olhar. Não tinha mais nada que pudesse saber e, sinceramente, sua mente estava extremamente cansada.

- Vou tomar um banho e me arrumar. Nos vemos daqui à algumas horas, chefe. - Segura o ombro da Copérnico enquanto passa por ele. Precisava dormir um pouco.

O Agente se levanta, encarandk Bowie saindo da ala de treinamento. A Comandante Cooper chega próxima com sua feição preocupada.

- O presidente me enviou uma mensagem e perguntou se estava tudo certo... - Começa a dizer e Copérnico a encara. - Realmente confia no Bowie?

- Não. - Cruza os braços - Somente na habilidade dele. Não temos muita escolha.

[...]



Dezesseis horas.

Era o tempo de vida de Daphne antes da execução.

A garota cantarolava com a cantiga de ninar que sua mãe fazia antes de dormir.

"É hora de dormir
Seus olhinhos fecham assim
Pensamentos bons dominam nossa mente
Pensamentos lindos com os anjinhos lá do céu
Amanhã é um dia muito especial
O renovo vai chegar
Oportunidades irão surgir
Precisamos de energia para o que está por vir
Essa é a hora de descansar
A hora que você vai sonhar"