nocturne, drarry

capítulo único

eu tive um surto de criatividade no meio da madrugada e resolvi escrever essa one, ela é bem levinha e curta, mas eu amei muito. é a primeira coisa que eu escrevo e realmente gosto. aqui o Draco não quase nenhum trauma de infância e o Harry teve uma infância feliz, ou seja, tudo de bom. espero que vocês gostem.

Nocturne

drarry | ua | sem magia | 2422 palavras

Draco achava a vida dele monótona e chata. Solitária. Os pais dele o amavam, e ele tinha certeza disso, mas não era o suficiente. Faltava alguma coisa, alguma coisa que complete o vazio que ele sinta e faça ele se sentir bem, como ele nunca foi. Então, depois de uma noite sem dormir após um turbilhão de pensamentos, Draco deixou sua casa. Ele deixou seus pais para trás. Deixou sua cama quentinha e confortável para ir em busca de algo diferente. Ele precisava.

Draco nunca falou para os seus pais para onde estava indo, e que estava indo embora. Era desnecessário, seria um sofrimento desnecessário. E ele não gostava de despedidas, de qualquer forma.

Draco se mudou para uma cidade pequena no interior, ninguém o conhecia lá. Era uma cidade sem graça. As ruas eram quase sempre sem movimento e de tarde, raramente tinham pessoas na rua. Draco alugou um apartamento, não tinha tanto luxo igual a sua antiga casa. Era até arrumadinho, o prédio era simples e os vizinhos, bom, os vizinhos ele não sabia o que ele pensava sobre. Parecia tudo rotineiro e chato naquela cidade, mas era um lugar novo.

...

O dia estava extremamente frio, Draco aguardava por seu pai. Ele iria trazer um presente, ele tinha prometido. Ele esperou, esperou e esperou. A ansiedade já consumia o seu corpo. Sentado no sofá da enorme sala, a perna de Draco não parava de balançar, ele batucava os dedos na perna e continuava esperando. Passaram-se uma, duas, três horas e enfim, seu pai chegou. Draco levantou correndo, ele queria abraçar seu pai e perguntar como foi seu dia. Ele amava muito Lucios.

"Papai," disse draco. "Como foi seu dia?"

Lucios olhou para o filho e pensou se estava esquecendo alguma coisa. Ele achava que não.

"Foi cansativo, meu filho." Draco o olhava com atenção, seus olhinhos piscavam com toda admiração. Ele amava ver seu pai chegar do trabalho." Onde está sua mãe?" Lúcios perguntou.

"Ela disse que iria passar a noite na casa de uma amiga, não entendi o porquê." Ele entendia. Lucios não era um companheiro muito bom. Narcisa preferiria ficar um tempo fora.

"Tudo bem, querido, eu vou subir, tá bom? estou cansado e preciso tomar um banho." Lucios foi embora sem nem esperar uma resposta.

Era óbvio que ele estava esquecendo alguma coisa. E ele não foi capaz de lembrar. Draco fazia onze anos nesse dia. Essa foi uma das primeiras decepções da vida de Draco, e uma das muitas que viria do seu pai e da sua mãe.

...

Draco adotou um cachorro. Ele era marrom com as patinhas pretas. Draco o achou quando estava voltando do mercado, o cachorro logo chamou sua atenção. Ele encontrava-se ao lado de um poste, sentado, com a língua para fora. Quando ele viu Draco foi amor à primeira vista. Ele logo correu até o garoto, que acariciou seu pelo macio e sedoso.

"Oi, garoto." O cachorro o olhava com delicadeza. "Você não tem dono?"

Draco analisou o cachorro por mais um tempo. "Pois bem, agora você tem."

Essa com certeza foi uma das melhores decisões de toda a sua vida.

Ele levou seu novo cachorro para casa, mostrou todos os cômodos do apartamento para ele, literalmente todos, até a lavanderia. É óbvio que o cachorro adorou. Ele tinha uma casa agora. Na mesma tarde Draco comprou tudo que seu novo bichinho precisava, a melhor cama, os melhores brinquedos e a ração mais cara. Lucios nunca o deixaria ter um animal de estimação. Malfoys não tinham tempo para isso, era uma coisa idiota. Draco deveria se preocupar com suas aulas de piano, etiqueta, tirar as melhores notas de toda a turma e, ainda, ter tempo para cuidar de sua aparência. Ele tinha que ser perfeito em todas as coisas e ocasiões.