Achei a minha voz
E fiquei menos veloz
Tive que escutar cada crise
Cada asneira
Que desisti de manter inteira
Vi os seus olhos
E me culpei por tudo
Sou a mariposa indesejada
A melancolia desastrada
Achei a minha voz e isso não me deixou nada melhor
Azarei meu caminho
Com as palavras que consegui
Fiz de mim um moinho
Lerdo
Asséptico
E fétido
Não reagi
E virei a falta mal interpretada
A mariposa
Nem caolha nem esposa
Acabou morta na pata da raposa
Porque o que ela escutou como voz
Foi apenas um zumbido
Incomodativo
E nada mais
Zonza no seu desajeito
Ela se matou de jeito
Desbaratinando cada pisada
Foi a azarada
Bem onde a culpa foi depositada
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Melancolia - O que tece o turno de sintoma ao taciturno
PoetryDe todos os anos, que se foram, que perdemos. De toda a vida, que escolhemos, que é sabida. De todos os sentimentos, que criamos, que são cinzentos. De todas as tristezas, que não cabem, que são defesas. De todos os sintomas, que escondemos, que vir...