Camila Cabello
Albânia — Europa
Dois dias depois
A mulher que me alimenta diz alguma coisa, mas eu não entendo sua língua. Eu sei falar inglês, fluentemente, além do grego. Aprendi quando passei a ajudar nas tarefas na mansão dos Argyros*.
A esposa do doutor Leandros, Cynthia, é inglesa e todos os empregados lá precisavam saber inglês, de modo que acabei tomando algumas lições por minha conta mesmo. Como sou muito curiosa, passei a procurar vídeos aula, o que enriqueceu bastante o meu vocabulário. Um turista americano, que esteve uma vez em nossa ilha, disse, inclusive, que a minha pronúncia é bem clara. Acho que eu tenho facilidade para idiomas. Em uma das aulas online que assisti, um professor falou que algumas pessoas aprendem a língua "de ouvido" e talvez seja esse o meu caso. Ainda assim, não faço ideia de qual seja o idioma dessa senhora.
Ela coloca o prato de comida e a água na minha frente e a seguir me mostra uma toalha. Acho que eu entendo. Ela quer que eu tome um banho. Olho para a refeição que trouxe. A aparência é estranha como sempre, mas ao contrário dos primeiros dias, agora eu tenho me alimentado.
Dinah já veio me ver mais duas vezes e disse que eu preciso me manter forte. Ela também me aconselhou a pensar em coisas boas quando estiver triste. Nos lugares que conheceremos juntas quando sairmos daqui.
O estranho é que toda vez que sinto medo, não é mais em meus pais que penso, mas nela. Dinah passou a ser a bóia que me permite ficar com a cabeça fora da água. De madrugada, quando o pânico ameaça me engolir, eu relembro de suas palavras: nós vamos sair daqui, mas precisamos antes, sobreviver.
— Eu vou a algum lugar? — falo com ela pela primeira vez, mesmo achando que não entenderá.
Tento manter a voz calma e distante, assim como Dinah me instruiu. Na verdade, não preciso de uma resposta. Eu já sabia que alguém viria me buscar porque minha amiga me avisou. Só não tínhamos certeza de quando.
O plano de Dinah era justamente esse: que eles nos levassem embora daqui, no entanto, para sairmos em definitivo, livres, eu vou precisar ser uma boa atriz. Nossa única chance será se eu for a escolhida, caso contrário, ambas estaremos em maus lençóis.
Ao invés de falar novamente, a mulher aponta para o banheiro. Meu coração está muito acelerado. Com todo o terror que passei esses últimos dias, ao menos eu estava sozinha, mas no momento em que atravessar aquela porta, nada mais será garantido.
Dinah me explicou qual deverá ser o nosso destino caso eu não seja selecionada como a companhia solicitada.
A mulher deixou um vestido em cima da cama. Ele é bonito, o tecido macio, o que parece um absurdo. Eles me puseram em um quarto frio e me alimentaram muito mal esses últimos dias e agora, por eu ter sido pré-escolhida, ganho banho e roupa.
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CAMREN: Proteção Na Máfia? (G!P)
FanfictionCamila foi sequestrada e levada para fora da Grécia. Para sobreviver ao inferno, ela precisou se tornar outra pessoa e nada restou da menina doce e ingênua de dezesseis anos de idade. Lauren, chefe da máfia russa em território norte-americano, após...