capítulo quinze, Heros.

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"Não é preciso que a bondade se mostre;
Mas sim que se deixe ver."

Já são oito da manhã e meu café está super
atrasado, não sei o que aconteceu com Anita ou até
mesmo com Lua, nunca aconteceu esse tipo de
coisa aqui em casa.
Saio rumo a cozinha para perguntar o que está
acontecendo e talvez até tome meu café por lá
mesmo, entro na cozinha e Anita se espanta com
minha presença e já se apressa em dar as
explicações.
— Senhor, desculpe, sei que seu café está atrasado,
aliás muito atrasado.
Mas deixe-me explicar o motivo.
— Sou todo ouvidos.
Sento na bancada e ela me serve uma xicara de café
o tomo e puta merda, como está amargo.
— Eu acordei cedinho para adiantar as coisas mas
Lua não apareceu, já eram quase sete da manhã e
ela ainda não havia descido então fui lá para ver o
que estava acontecendo.
Senhor você precisa ver as olheiras roxas que estão
em seus lindo olhinhos, parece que a menina não
dorme a anos estava em pânico quando entrei em
seu quarto, tive um trabalho para trazê-la de volta
de onde quer que a mente dela estava, dei um
calmante a ela e agora ela está lá, desmaiada na
cama.
— Anita, ontem a vi e notei mesmo ela com
olheiras, mas imaginei que não fosse nada, dê dois
dias de folga a ela, para se recuperar antes de voltar
ao trabalho ok.
— O senhor fica diferente quando fala dela.
— Não, eu estou normal, isso é coisa dessa sua
cabeça, mas também não me espantaria já está
quase gagá.
Ela cai na gargalhada mas fecha a cara.
— Foi até engraçado, mas me respeite, menino. Eu
não sou tão idosa assim.
— Ah ta, não é mesmo.
Sorrio para ela.
Termino meu café levanto para sair mas Anita me
para antes que passe pela porta.
— Cuide dela senhor, essa menina já sofreu mais do
que imaginamos.
É eu sei.
Aceno que sim para ela afirmando o que me pediu,
uma tarefa difícil, posso proteger ela do mundo,
mas não posso protege-la de mim mesmo.
— Vou para o escritório, daqui a pouco vou ao
quarto dela, para ver como está.
Saio e vou para o escritório.
Será o que tanto Lua esconde? Será qual é a
dimensão do tamanho de seus demônios, queria
poder livra-la dos sonhos que sei que tem... fiquei bastante intrigado com a vez que ela tava delirando
e falando que estava perdoando um garotinho.
Isso tudo é muito estranho para mim é tudo muito
novo, não sei como agir ou como ser bom com ela,
ajudar de algum modo.
Ligo meu notebook coloco uma música que sempre
foi como um amuleto para mim, e começo a
trabalhar são vários relatórios e documentos não
tenho paciência para essas contabilidades, tomara
que Dominic volte logo a trabalhar para que eu
possa ficar livre dessa merda.
Meu telefone começa a tocar é Henrique, não deve
ser coisa boa para variar.
— Cospe.
Já falo sem paciência.
— Senhor houve um ataque no galpão 178.
— Porra, que caralho será que eu não posso ter a
merda de um dia de paz. Me fale com precisão
quais foram os danos.
— Senhor, levaram quase toda a nossa coca, várias
armas, e o pacote 122 que iam ser encaminhados
ao mercado negro também.
— Merda, Henrique você tem noção do prejuízo
que isso trás para nós.
— Sim, senhor.
— Você tem alguma notícia boa para mim depois
desse vendaval de caos que me contou?
— A gente conseguiu matar dois deles e balear um,
o desgraçado está irredutível senhor, precisamos
que compareça aqui.
— Agora eu não poço, leve ele ao galpão 44 e faça
ele sentir dor até que eu chegue, e sem matar, você
já sabe.
— Você acha que isso é coisa daquele russo?
— Eu não sei, pode ser, vamos descobrir em breve,
limpe tudo, ligue para Dominic ele irá ajudar, e veja
o que podemos fazer para recuperar o que nos
roubaram.
— Ok chefe.
Desligo o telefone e praticamente amasso todo o
aparelho de tanta raiva, como ousam, se eu
descobrir que isso é coisa daquele russo filho da
puta, vou fazer de sua vida um inferno, por que até
dele eu sou o dono.
Tenho que achar uma distração para manter a
calma antes que eu mande matar cada membro da
liderança daqueles russos, e suas famílias junto não
irá sobrar um na terra para contar história.
Saio do escritório sem saber o que fazer ou para
onde ir, Lua tenho que ir ver a Lua, acho que vê-la
me acalmaria, mas não sei como ser bom ou ser
gentil com tanta raiva guardada. Saio pela porta dos
fundos caminho até o jardim que minha mãe tanto
amava aqui tem todo tipo de rosas e flores que se
possa imaginar é imenso, pelo menos de ter um
jardim aquele velho filho da puta não a impediu de
ter.
Olho para cada rosa, tem amarelas, cor de rosa,
brancas, vermelhas e claro pretas, não sei por que
estou ao menos cogitando fazer isso mas quando se
trata dela sou gentil e mesmo que não goste
bondoso, de acordo com o que conheço dela, sei
que a preta será a ideal.
Tiro uma só levo ao nariz, tão cheirosa...
Entro em casa e vou direto ao seu quarto assim que
entro tudo está silencioso o quarto está meio
escuro, mas consigo vê-la vestida no meu paletó,
me da um aperto no peito.
Ela dorme se mexendo muito parece que está
sonhando.
— Não, por favor.
Está implorando para alguém, me parte o coração,
que mais uma vez achei que não tinha, vendo isso.
Olho para o aparelho que a Anita lhe deu para ela
poder ouvir músicas, e tenho uma ideia, vou ao
meu quarto rápidão pego um bloco de notas uma
caneta e meu iPod.
No bloquinho escrevo:
"Não sei quais são os seus demônios minha Lua,
quero que saiba que um dia você irá aprender a
conviver com eles, como eu aprendi, vou deixar o
trechinho de uma música que para mim é como um
amuleto, vou deixar também o meu ipod para você
ouvi-la toda, espero que a ajude.
Heros.

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