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Takami Keigo (Hawks) - Parte 2/3

Capítulo narrado pelo Hawks

Publicado em 09/03/2021

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A Ajuda

Dois meses se passaram desde o dia em que cometi meu ato vergonhoso com a S/n.

Deixei uma vilã fugir e levar uma joia. Pior, eu a coloquei no pescoço dela. Qual é a droga do meu problema?!

Porém eu me perdoo todas as vezes em que abro a galeria do celular e vejo aquela foto. Está em uma pasta apenas para ela.

A imagem escura, mas que é possível ver o corpo nu daquela bandida desgraçada.

Me dar isso foi o pior ato de tortura que ela poderia ter feito. Passo horas do meu dia olhando para essa foto. Já bati tantas que cheguei a assar a porcaria do meu pau.

Até no trabalho, fico pensando nela.

Não sei como meu rendimento como herói não caiu. Chamo isso de golpe de sorte.

Porém hoje era um dia diferente. Eu estava sentado no meu escritório em casa, olhando para a tela do celular, encarando aquelas curvas deliciosas que tive o prazer de provar.

Ela havia sido presa. Ainda não fora transferida para um presídio, pois isso ocorrera hoje de dia. Agora, poucas horas mais tarde, a imaginava em uma delegacia, atrás das grades.

Uma heroína qualquer a jogou lá. Deveria ter sido eu, mas não fui capaz.

E o sentimento de saber que estava presa era agridoce. Finalmente uma rata longe das ruas, mas aquilo significava que eu nunca mais a veria.

Nunca...

Meu cérebro parece ser incapaz de processar essa informação.

Eu sou a vergonha da profissão.

O barulho da campainha tocando me tirou dos devaneios. Olhei para o horário no celular e vi que era quase meia-noite. Quem seria, em uma hora dessas?

Talvez Endeavor surgindo com o trabalho de capturar algum vilão, não sei.

Suspirei e me coloquei de pé, bloqueando a tela do celular e o guardando no bolso. Andei calmamente até as escadas e as desci, andando até a porta principal. Enquanto isso, a campainha não parava de tocar.

— Droga, já vou! — Falei alto, de trás da porta e a abri.

Nem tive tempo de esboçar uma reação, quando a minha casa foi invadida pela pessoa que assombra meus sonhos, que me empurrou e passou pelo meu lado.

Me virei assustado. Ela novamente se aproximou e fechou a porta, a trancando com dois giros de chave.

— Eu... Eu sinto muito. Sinto muito, mesmo. Já te causei muitos problemas, eu sei, mas por favor, por favor, Hawks, eu preciso da sua ajuda. — Notei que lágrimas caíam de seus olhos e ela chegava a soluçar.

Meus instintos quase me fizeram me aproximar e a abraçar, mas o raciocínio me obrigou a ficar parado. Ela queria me usar novamente, para ficar longe da prisão.

— Você devia estar presa. — Falei — Não vou livrar a sua barra de novo. Vou chamar a polícia.

— Pode chamar, não tem problema, só me deixe longe daquela delegacia... Daqueles policiais. Por favor.

Meu coração gelou na hora, tanto que achei que ia infartar. Até fiquei com tontura. Precisei me escorar na porta para não cair. Ela chorando daquela forma... Era claro.