Capítulo 14

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O clima era de tensão entre todos que acompanhavam a entrada dos agentes na casa de portão branco. Os segundos pareciam horas para Júlio, que aguardava ter uma boa notícia sobre a mãe. Mas não foi o que recebeu assim que o som de tiro disparado foi escutado. Tudo pareceu girar em câmera lenta para o homem. Os policias fardados gritando nos rádios e entrando mais rápido na residência, a cara de desespero dos demais em volta do local, Isabela em estado de choque o olhando. Tudo. Não saber o que aconteceu dentro da casa era desesperador.

Minutos depois o barulho da sirene da ambulância chegando o despertou, vendo em seguida sua mãe ser retirada do local em cima de uma maca e os policiais acompanhando os dois responsáveis por aquilo tudo, algemados. Correu em direção à sua mãe e viu que ela ainda estava acordada.

Júlio: mãe! A senhora tá bem??

Emma: não se preocupe, meu filho, eu vou ficar bem – ela diz fraco, enquanto os socorristas a levavam para dentro do veículo.

Socorrista: você vem conosco?

Júlio: sim, claro!

Isa: te encontro no hospital! – ela disse um pouco mais alto para o homem que entrava na ambulância desesperado. Ele apenas concordou com a cabeça antes que as portas fossem fechadas.

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Isabela chegou ao hospital e entrou na área de espera a procura do amigo. Girou no lugar olhando para todas as pessoas que ali estavam e não encontrou nenhum sinal dele. Foi até a recepção e perguntou pelas últimas ambulâncias chegadas ao local. Nenhuma com indícios de paciente baleado. Se afastou do balcão preocupada e pegou seu celular na bolsa. Assim que o desbloqueou, a tela acendeu com uma ligação de Júlio, que ela logo atendeu.

Júlio: Isabela, tá tudo bem com você, onde você está??

Isa: sim, já estou aqui no pronto-socorro, mas não consigo encontra-los.

Júlio: como não? Estou sentado do lado esquerdo – os dois passavam os olhos pelo local a fim de se encontrarem.

Isa: não estou te vendo, Júlio!

Júlio: espera! Em qual hospital você está?

Isa: no Hospital Central!

Júlio: nós estamos no Hospital Durant!

Isa: é claro! Como fui burra de não ter perguntado antes de sair!

Júlio: eu também nem me toquei na hora...

Isa: eu vou para aí, então... – disse já saindo do local e indo até seu carro que estava estacionado a alguns metros dali.

Júlio: Isa, tem certeza que não irá te atrapalhar? Sério, você já me fez companhia mais cedo, vai pra casa descansar, afinal você acorda cedo amanhã.

Isa: Júlio, tá tudo bem. Eu não me importo em te fazer companhia por mais algum tempo... a não ser que você não queira...

Júlio: não, não é isso, fico agradecido por se preocupar comigo, mas também não quero que deixe de fazer suas coisas para aguentar um marmanjo chorando no seu ouvido! – aquilo arrancou um pequeno sorriso da mulher.

Isa: tá tudo bem, pode chorar a vontade que estarei aqui para ouvir, afinal, amigos são para essas coisas, não é? Já já chego aí – assim que finalizou a ligação, Isabela apressou os passos em direção ao carro.

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Júlio estava a mais de 40 minutos aguardando alguma notícia sobre o estado de sua mãe quando percebeu alguém se aproximar e chamar por seu nome. Assim que levantou a cabeça levou poucos segundos para reconhecer a mulher à sua frente.

Onde Tudo Começou (Isulio)Onde histórias criam vida. Descubra agora