Dezenove

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Eu podia sentir as lágrimas começarem a deslizar por meu rosto, uma após a outra. Meu coração parecia que iria explodir dentro de meu peito com aquela sensação surpreendente de alívio, de certeza, de amor... Sarada é a minha filha. Meu coração sempre teve aquela certeza, sempre soube aquele tempo todo. E como eu amava aquela menina, um amor incondicional que transbordava de cada poro de meu corpo.

Com minha mão tampando minha boca e outra em meu ventre eu chorei. Chorei por cada dia que me senti vazia. Chorei por ser preenchida pela verdade que minhas memórias me arrebatavam. E chorei por finalmente minha vida ter tomado algum sentido desde o dia que acordei daquele coma.

- Ela é minha... – eu balbuciava entre um choro e um soluço – minha menininha.

- Sakura...

- Eu sempre soube... meu coração sempre me dizia isso.

- Sakura.

Ergui meus olhos para Sasuke quando senti suas mãos segurarem meus dois braços. Ele estava sentado na ponta da cama e de frente para mim, seu rosto era sério enquanto me fitava.

Franzi o cenho e a emoção que sentia naquele momento estava se transformando em raiva e magoa por ele ter agido daquele jeito e escondido aquela verdade de mim. Assim como a Ino havia fingido que nada aconteceu. Eu sabia agora.

- Por que você não me disse antes? – Minha voz saiu baixinha, minha boca tremia. – Por que você fingiu que não me conhecia?

- Sakura...

- Você me escorraçou da sua casa, me impedido até de me despedir da menina – eu gritava agora. – Por que você fez isso, Sasuke? Por quê?

- Por que as coisas não são tão simples como você imagina – ele gritou também, seus olhos negros me fitavam, sério. – Têm muita coisa em jogo.

- Você me separou da minha filha. – Minha voz saiu entredentes, apertava minhas mãos em punhos, tentava controlar o peso que havia se formado em minhas costas.

- Eu não fiz isso, não da forma como você está pensando.

E foi num ato impulsivo que agarrei a sua camisa com força, meu rosto próximo ao seu, a raiva fazia meu sangue correr mais rápido em minhas veias.

- Como não? Olha a droga de lugar que você se meteu!? O que você quer que eu pense?

Suas mãos que estavam segurando meus braços subiram e ele segurou cada lado de meu rosto. Tentei ignorar a forma como meu corpo reagiu ao seu toque, eu estava com raiva.

- Olha para mim, Iubirea mea – e fitei os seus olhos negros, sua voz agora soava suave. – Juro pela nossa filha que não foi minha intenção separá-las. Você não sabe o inferno que passei longe de você esse tempo todo, sem poder chegar perto de você, sem poder tocá-la – e afagou meu lado esquerdo de meu rosto com sua mão.

Fechei os olhos com aquela sensação.

- Então por quê?

- Eu fiz isso tudo, aguentei tudo o que passei para te proteger.

Abri meus olhos novamente e fitei a face de um homem jovem, mas com uma alma centenária. O cansaço e fadiga psicológica podia ser visto em seus olhos negros como uma noite escura, olhos esses que já viu muitas coisas, que sabe de muitas coisas e que está por passar e ver mais coisas ainda.

- Me proteger?

- Você e a Sarada correm perigo – ele jogou a bomba. – Até a sua amiga Ino corre esse perigo também.

The SecretOnde histórias criam vida. Descubra agora