Desbotando

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Honestamente, menti por tanto tempo sobre quem eu era, que talvez eu mesma tenha acreditado. Aos poucos volta a tona tudo aquilo que guardei tão bem dentro de mim, tudo aquilo que me afastava de ser um ideal. 

Não existe ideal. Não existe um modelo pronto do que escolho ser.

Tentei, me moldar às expectativas e aparências só que... Não é só com a pandemia que aprendemos que, manter uma máscara por tanto tempo dói. 

Diria que me perdi no personagem, já não sei o que foi construído e o que realmente faz parte do que sou. Não sei se gosto do que sou, mas também não sei se consigo permanecer com a mentira pra sempre.

São muitas incertezas resumidas em uma crise de identidade que por um lado parece surto adolescente, e pelo outro parece o fim de uma era. O fim de uma pessoa. 

- escrito em 2020, pela minha verão após um término de namoro, de ciclos e de amizades. 

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