Capítulo 19

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E eu que achei que as mensagens era o pior daquela manhã de domingo. Eu ainda estava nos braços do meu pai, sendo consolada por ter o meu coração partido pela primeira vez por um garoto, quando a campainha de casa tocou. Sequei o meu rosto nos punhos do meu pijama e sentei, deixando que meu pai fosse abri-la.

- Bom dia. - ouvi uma voz masculina saudar do lado de fora.

- Em que posso ajudá-los? - papai perguntou.

- Nós recebemos uma denuncia de que um residente nessa casa está em posse de quantidades ilegais de drogas.

- O que? Isso não é possível. Ninguém aqui faz uso de nada. - meu pai responde.

- Então, o senhor não será contra o mandato de busca que temos aqui? - levanto-me e aproximo-me das costas do meu pai, vendo três policiais.

- Eu vou chamar o meu advogado primeiro. - ele devolve o papel e pega o celular no bolso da calça. - Querida, vá para cima.

Eu assinto e escuto-o falando com o tio Liam antes de entrar no meu quarto e fechar a porta. Se essa não era a situação mais estranha da minha vida, eu não sabia qual seria. Nunca tinha visto a polícia na porta da minha casa e muito menos pedindo para revistá-la. Eu sabia que na minha casa nunca entrou qualquer tipo de droga, tão menos em quantidade suficiente para os policiais baterem a nossa porta.

- Filha. - ouço a voz da minha mãe e viro-me para vê-la na porta do meu quarto entreaberta. - Você precisa se trocar, nós teremos que esperar do lado de fora da casa enquanto eles fazem o trabalho deles.

- Por que isso está acontecendo, mãe? - pergunto, levantando-me da cama.

- Não sei, querida. - ela me dá um pequeno sorriso, querendo passar conforto. - Eles não disseram nada ainda, apenas que foi uma denúncia anônima, mas como não temos nada a esconder, nós decidimos por deixá-los entrar para que tudo isso acabe logo.

Ela me deixa sozinha mais uma vez e eu visto uma calça e moletom antes de prender os cabelos de qualquer jeito. Pego o meu celular e desço as escadas, vendo meu pai e minha mãe conversarem com Liam num canto do nosso quintal enquanto Henry mexe no tablet e Amy brinca sobre um cobertor aos pés dos nossos pais.

- Está tudo bem? - pergunto, sentando-me perto deles.

- Vai ficar, meu amor. - mamãe beija minha testa e puxa-me para deitar a cabeça em seu ombro.

Eles demoram do lado de dentro de casa, mas o verdadeiro susto atinge-me quando eles caminham em nossa direção com a bolsa que eu usei ontem na festa em mãos. Meu corpo todo gela e eu levanto-me, agarrando a mão da minha mãe fortemente.

- Nós encontramos isso no quarto da sua filha. - a policial que os acompanha abre as mãos calçadas com luvas e mostra quantidades absurdas de cigarros, pó e cristais dentro de vários saquinhos lacrados.

Eu não sabia quanto era preciso para configurar tráfico nesse país, no entanto, eu tinha plena certeza que aquilo nas mãos deles era o suficiente para me acusar disso.

- O que? Isso é impossível! Eu nunca fiz uso de nada disso. Eu sequer sei de quem é isso. - sinto minha garganta fechar. - Pai.

- Eu tenho certeza que é um mal entendido. - papai diz. - Eu conheço a minha filha.

- Aparentemente, não o suficiente, senhor. - um deles diz. - Eu preciso que vocês me acompanhem para a delegacia.

- Não! - grito e deixo as lágrimas caírem no meu rosto. - Eu nunca toquei nisso, não sei nem o nome dessas coisas. Nada disso é meu.

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