BRASAS DE FOGO

27 - Adeus

ᕮu no meio de meu choro vergonhoso por medo de perder a Lauren acabei dormindo, acordei com algumas vozes exaltadas na sala, eu não costumava ouvir barulhos do meu quarto, então as pessoas estavam gritando bem alto lá em cima. Amarrei meu cabelo e subi as escadas para saber o que estava acontecendo.

Quando cheguei à sala, arqueei as sobrancelhas, tinha três pessoas ali, Michael, minha mãe e um outro homem, não sabia quem era, ele estava todo de preto e social e estava revirando algo em uma maleta.

— Mãe? — chamei ela coçando os olhos, eu devia estar horrível, os olhos inchados e o nariz vermelho. Minha mãe virou na minha direção e logo arregalou os olhos. 

— Querida, achei que estivesse dormindo — disse com certa... cautela?

— Acordei com os gritos, está acontecendo alguma coisa? — os três rostos estavam me encarando fixamente.

— Não querida...

— Não. Precisamos testar ela — o homem de meia idade com cabelos compridos disse.

— Testar?

— Isso, é uma loucura meu amor, devemos esclarecer as coisas com ela, tenho certeza que isso não passa de uma brincadeira ou algo do tipo, não há motivos para tanto alvoroço — Michael se levantou passando as mãos pelos cabelos.

— Michel, por favor, você não deveria nem estar aqui, ela é minha filha, sei o que é melhor para ela! Não se meta — advertiu. Logo ela colocou uma das mãos no peito respirando fundo.

— Mãe! — ela parecia estar tendo um ataque do coração, caminhei até ela para segurar seu corpo, mas antes o homem alto entrou na minha frente com uma mão estendida. 

— Não se aproxime dela!

— Vai tomar no seu cu! — dei um empurrão nele desesperada e fui até a minha mãe, colocando ela sentada no sofá — Vai, pegar uma água para ela! — Michel rapidamente foi até a cozinha buscar a água, estava tremendo feito um cachorro molhado. 

Quando voltou entreguei a água para minha mãe que parecia estar se acalmando. 

— Respira... — dizia para ela se acalmar. Quando sua respiração já estava normal eu senti algo atingir meu rosto, era um líquido um pouco quente — Que porra?! — virei na direção do homem estranho que tinha jogado um pouco de água em mim — Mãe, que cara é esse?! Ele é demente?

— Ela não tem nada... — disse pensativo — É algo diferente do que pensei — ele voltou a revirar a maleta. Franzi meu cenho na sua direção, logo me virei para minha mãe que me olhava atentamente. 

— Mãe?

— Tirem ela daqui — o homem disse sem nos olhar. 

— Mike — minha mãe disse, o homem suspirou mas logo me puxou me fazendo me levantar. 

— Ei!

— Leva ela para o quarto dela.

— Que?! Espera — Michel era bem mais forte que eu, então facilmente ele conseguiu me arastar até meu quarto ignorando meus protestos e debates, ele me jogou lá dentro e trancou a porta por fora, eu estava perdida não sabia que porra estava acontecendo mas sabia que não era nada bom. Bati com força na porta várias vezes, mas ninguém me ouvia. 

— Eles não vão abrir — me virei assustada, encontrei Lauren sentada na minha cama, estava com os braços cruzados. 

— O que...?

— Estão tentando fazer uma espécie de exorcismo. O cara que está lá em cima é dos bons.

— É o que?! Como assim?! — disse perplexa.