capítulo 2

138 21 29
                                    

Meu celular tocou e eu tentei medesvencilhar dos braços de Diarra sem acordá-la

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

Meu celular tocou e eu tentei me
desvencilhar dos braços de Diarra sem acordá-la.

- Alô - falei em um tom de voz baixo.

Era o meu tio Ron, provavelmente querendo que eu fosse até a fazenda.

- Tieta está parindo e, pelo que vejo, não conseguirá sem você - ele disse e, antes de ele terminar a frase, eu já estava à procura das minhas roupas.

- Estou indo - respondi enquanto vestia meu jeans.

Joguei a camisa no ombro e peguei meu chapéu na mesa de cabeceira ao lado da cama, onde Diarra dormia profundamente.

Também, depois da noite passada...

Eu e Diarra tínhamos uma relação nada convencional. Ela é dona do melhor bar da pequena cidade onde moro. Uma mulher decidida e que sabe o que quer, e ela quer o mesmo que eu: sexo sem amarras.

A Di foi casada e não estava disposta a se jogar em um novo relacionamento. E eu? Era um cara de estrada que não se apaixonava. Não porque não gostasse de relacionamentos, acontece que não podia me prender a ninguém se quisesse participar do circuito nacional de rodeio.

Eu ficaria muito tempo fora de casa e não acreditava que uma relação, fosse ela como fosse, pudesse sobreviver a distância. E o rodeio é minha paixão desde que me entendo por gente. Não deixaria essa oportunidade passar.

Tranquei a porta e passei a chave por baixo dela. Di saberia o que fazer quando acordasse, ela sempre sabia.

Entrei na minha caminhonete e parti em direção à fazenda da qual meu tio é caseiro há muitos anos. Não ficava longe da cidade, eram poucos quilômetros, e minha jabiraca estava pronta para enfrentar a estrada. Ela era azul, antiga. Nada de tração nas rodas, painel digital e todas essas merdas que destroem os clássicos. Eu era adepto das coisas mais simples e em sua forma real, por isso não abria mão da minha caminhonete.

Cheguei e vi que meu tio tinha razão: Tieta necessitava de uma cesariana de emergência, ou ela e o filhote não sobreviveriam.

Preparei-me para realizar o meu trabalho: verifiquei se todo o instrumental que usaria estava devidamente esterilizado e, após confirmar, coloquei as luvas e o retirei das embalagens. Contei com a ajuda de dois funcionários, além do meu tio, que chegou com o isopor em que estava a anestesia.

- Valeu, tio.

- Acho que o filhote é grande demais para Tieta.

Concordei com ele enquanto observava a anestesia descer pelo vidro e encher a seringa.
.
Encaixei a agulha e procurei o local adequado para aplicá-la.

- Calma, garota. - Acariciei o animal quando ele tentou se mexer. Tieta ficou imóvel e terminei de anestesiá-la com segurança.

Todos os materiais necessários estavam à mão. Fiz uma pequena incisão em sua pele para encontrar o útero e retirar o feto. Então, troquei o bisturi pela tesoura e fiz a abertura, tomando todo o cuidado possível para não haver a entrada de líquidos fetais na cavidade abdominal.

𝟾 𝚜𝚎𝚐𝚞𝚗𝚍𝚘𝚜- 𝙱𝚎𝚊𝚞𝚊𝚗𝚢Onde histórias criam vida. Descubra agora