Reencontro inesperado

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 Depois do clima tenso ser instalado na mesa, todos haviam ficado sem graça pela amiga. O silêncio se instalou no local, visto que ninguém tomava coragem para se pronunciar sobre. Era um silêncio um tanto constrangedor.

— Olha… se você quiser a gente pode sair e ir bebendo no caminho. — Sugeriu Midoriya.

— Não, tá tudo bem! Não precisamos sair por minha causa. Eu vou ficar bem! — Ochako se recompôs.

— Tem certeza? — Tornou a se preocupar com a jovem.

— Tenho. Além do mais, a for pra ficar fugindo dele em todo lugar que o encontrarmos, não vamos aproveitar nada. Deixa isso pra lá! — Tentou dar o sorriso mais convincente que pôde. — É sério! Não vou me preocupar com isso.

Ochako conseguiu convencê-los de que estava bem com isso, mesmo não sendo exatamente verdade. Mas teria que tentar. Afinal, aparentemente seria impossível evitá-lo estando na mesma cidade. 

A jovem pegou seu copo para saborear o frappuccino, quando percebeu que havia escrito muito mais que apenas seu nome no objeto. Logo abaixo de seu nome, havia também um pequeno bilhete escrito no copo. Os dizeres eram: "Podemos conversar? Quando terminar, me encontra nos fundos da loja." 

Só podia ser brincadeira, pensou. Ele estava realmente pedindo o falar com ela? A jovem voltou seu olhar para ele, vendo que o mesmo a olhou de volta rapidamente antes de ir limpar algumas mesas. Talvez ele tivesse alguma explicação pelo sumiço repentino. Mesmo não querendo admitir o si mesma, aquilo criou uma certa expectativa de que ambos pudessem se acertar. Não queria ir com muita sede ao pote, mas de qualquer forma iria ver o que ele teria para dizer.

Ouviu o sininho da entrada tocar, anunciando a chegada de mais um cliente. Era ninguém menos que o ruivo que estava junto dele no restaurante fast food no dia anterior. Estava tudo bem até Ochako vê-los se cumprimentando com um selinho. Agora sim, talvez ela não devesse mesmo ir com muita sede ao pote. Suas expectativas foram para o lixo? Talvez. 

O ruivo olhou para ela, e logo depois disse algo ao companheiro, tendo uma resposta do mesmo. Ele então deu um sorriso, e estava prestes a acenar para a jovem, sendo advertido pelo loiro, que parecia bravo com a atitude. 

Queria muito poder ouvir o que diziam sobre ela. Até pediria para Jirou prestar atenção nos dois e ouvir o que falavam, mas havia dito aos amigos que estava tudo bem, e não queria preocupá-los. O loiro então a olha por uma última vez antes de voltar para a cozinha.

A curiosidade acabou sendo maior que seu orgulho, então decidiu mesmo assim vê o que ele queria. Ochako tomou seu frappuccino, agindo naturalmente na frente dos amigos. Quando acabaram, decidiram explorar a loja, e ler alguns livros. Uraraka deu a desculpa de que iria ao banheiro. 

Foi em direção aos sanitários, vendo que a porta ao lado, que dava para os fundos da loja, estava entreaberta. Depois de alguns segundos de hesitação, ela tomou coragem para entrar. Lá havia apenas o estoque de mercadorias. Quando menos esperou, a porta que dava para a cozinha foi aberta, revelando ser o loiro que até então só observou de longe. Agora estavam perto um do outro, e a sós. O nervosismo tomou conta de si.

— K-katsuki… — Foi apenas o que conseguiu dizer.

— Oi… quanto tempo. — Respondeu, igualmente sem graça.

— Sim. Você sumiu, não é? — Queria parecer firme nessa fala, mesmo saindo mais com um tom de tristeza do que de raiva.

— Eu sei. Você deve me achar um babaca por isso. Mas eu posso explicar. — Ela o olhou, esperando a tal explicação. — Foi uma fase muito difícil pra mim. Eu estava correndo sério perigo, e não queria meter ninguém nisso também. Não queria meter você nisso.

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