Faz mais de quatro semanas que estou assim, eu não posso vê-lo, não posso sentir seu cheiro, nem mesmo olha-lo, pois somente sua voz me direcionando um mero e amigável "bom dia", já é o suficiente para que todo o meu ser entre em colapso, me sinto nervoso, meu coração bate mais forte e minhas mãos esquentam. Eu não sei explicar o que é isso, mas criei uma teoria em minha cabeça; eu acho que contraí algum tipo de gripe, da qual só ataca quando estou perto do Midoriya... Faz total sentido!
"Shoto... Shoto...? Todoroki-kun!" Ouço alguém me chamar, mas parece tão distante... Aos poucos a voz vai aumentando e percorre meus ouvidos, sinto como se tivesse sido trazido de volta para a realidade com um puxão.
- Huh? - Esse foi o único som que consegui produzir no momento.
- Que bom! Você está vivo, você derrepente começou a olhar para o teto e ficou calado, achei que eu pudesse estar incomodando.
Vejo Izuku sentando em minha frente, na mesa haviam livros espalhados, me ajudando a recordar do porquê eu estava ali. Midoriya tinha se juntado a minha mesa para concluir uma atividade em dupla, acabei por deixar ele falar sozinho depois de começar a boiar nos meu pensamentos.
- No que estava pensando, Shoto? - Ele me pergunta.
- Huh? No que eu estava pensando...? - Ligeiramente tenho aquela sensação, meu rosto esquenta ao lembrar dos pensamentos que sempre terminavam em Izuku, eu não poderia dizer isso, ele poderia sentir alguma aversão a essa gripe e não querer mais aproximar-se de mim, não! Tudo menos isso. Droga! O que está acontecendo comigo?" - Em onigiri.
- Onigiri? - Izuku soltou uma leve risada nasal. - Shoto, você está com fome? Não se preocupe, se quiser posso dividir meu almoço com você.
- Você não devia imcomodar-se, me desculpe por ter deixar falando sozinho naquela hora.
- Shoto, está tudo bem, as pessoas não costumam prestar atenção em mim.
Put@ merda, o que foi isso? Tão doloroso, eu quero abraça-lo, eu quero dizer que eu nunca mais vou fazer isso, e que ele é sim relevante... Mas por que diabos eu quero fazer isso?
- Me perdoe, Midoriya. - Foi a única coisa que consegui dizer.
______________;; Quebra de tempo.
Já era bem tarde, mesmo assim Uraraka nos arrastou para uma sorveteria depois da escola, eu me sentia um intruso entre eles, mas ela insistiu que quanto mais pessoas melhor, embora tivesse deixado claro de que eu também não era muito de falar.
- Eu vou querer de morango! - A garota pediu a garçonete que nos atendia.
- Apenas água. - Disse Lida.
- Eu quero um de limão, o Todoroki provavelmente vai querer de baunilha. - Izuku disse rindo.
- Ah... Midoriya, como sabe? - Eu o perguntei, sem tirar os olhos do menino.
- Você tem cara de quem gosta de coisas mais doces.
- Eu tenho? Bom, eu também vou querer um de limão de qualquer forma.
- Kya! Eu errei feio! - Ele protestou para si mesmo.
Esbocei um pequeno sorriso com aquela reação, não era como se o meu sabor preferido de sorvete realmente importasse, mas foi engraçado ouvi-lo tentar adivinhar.
- Hã! A prova do Aizawa sempre é tão difícil! Eu fico me perguntando como a Momo, o Lida e o Midoriya conseguem notas tão boas! É frustrante! - Ochako comia seu sorvete, depressiva com a situação.
- Uraraka-chan, talvez eu possa te ajudar na próxima, apenas peça, certo? - Midoriya a respondeu.
- O certo seria se todos formassemos um grupo de estudos, depois organizar um cronograma de treinos individuais, pois precisamos aprender sobre nossas afinidades sozinhos também.
- Lida-kun... Você pensa em tudo mesmo... - Ochako transparecia um enorme tédio em sua voz.
Era uma conversa entre amigos e eu apenas observava, incapaz de achar um brecha para dialogar.
- Okay! Chegou a minha hora, eu devo voltar aos dormitórios.
- Uraraka-chan... Isso é um pouco injusto, você vai ser a primeira a ir depois de nos chamar?
- Desculpe, Deku-kun, prometo que dá próxima não será assim. - Uraraka deixou o dinheiro sobre a mesa e foi se despedindo.
- Não é esse o ponto! - Deku novamente riu, despedindo-se de sua amiga, que seguiu junto a Lida.
- Por que o Lida também foi? - Eu indaguei a Izuku, que agora era o único ali.
- Já são 8 da noite, imagino que ele tenha um cronograma ou coisa do tipo. - Midoriya ainda estava na metade de seu sorvete.
- Entendo...
Depois daquilo um silêncio multo instalou-se, ele não queria puxar assunto comigo? Ou será que ele descobriu sobre a gripe?
- Deku, seu cabelo combina com a cor do sorvete, é um pouco fofo.
- Huh?
Quando eu percebi o que havia dito, já era tarde demais, apenas desejava que alguém me desse um belo de um tapa. Sem reação eu fiquei apenas o encarando, o objetivo era apenas falar algo para interromper o silêncio, mas acabei falando algo estranho, não tinha volta.
- Sendo assim... Você seria um napolitano, não é? - Um sorriso se formou na face do esverdeado.
- Por causa do meu cabelo...?
Izuku iria me responder, se não fosse a garçonete, chegando para avisar que o local já estava fechando, o garoto pareceu meio decepcionado, mas recolheu seu sorvete e decidiu termina-lo no caminho para o dormitório.
Logo estavamos eu e Izuku conversando sobre coisas aleatórias do nosso curso de heróis, era ligeiramente simples conversar com ele, ou apenas confortável.
- Não não, meu sorvete vai derreter, não! - Izuku encarava o sorvete como se ele fosse voltar a gelar apenas com o poder da mente.
- Sabe que eu posso dar um jeito nisso, não é?
- Todoroki! É verdade! Pode tentar? - Ele me estendeu a casquinha de sorvete, tão derretido que já escorria pelas mãos brancas de Izuku.
Estendi minha palma até o sorvete e comecei a usar minha individualidade para congelar novamente o doce. Izuku arregalou os olhos, sorrindo de forma boba enquanto via o sorvete tomar forma novamente. Naquele momento meus olhos vidraram no rosto do esverdeado, como alguém pode rir de maneira tão genuína, é como um anjo.
- T-Todoroki, minha mão! Acho que já está bom.
Tinha me perdido mais uma vez no transe dos olhos de Izuku, e quando mal percebi havia de fato congelado o sorvete e de quebra a mão de Midoriya, no momento em que o vi reclamar pelo incomodo, não tive nenhuma outra reação a não ser pegar a palma do garoto e levar até a minha bochecha esquerda, usando minha individualidade para esquentar a mão do mesmo.
- Todoroki, o que está fazen-...
- Desculpe! Izuku, desculpe. - Eu pedi.
- Você anda meio avoado esses dias, t-tem algo de estranho. - Pude perceber um tom rosa subir para as bochechas de Izuku.
- Tão adorável... Izuku, não mude nunca. - E assim como as deles, minha face se tornou vermelha, apesar de que meu nervozismo havia sumido.
- Do quê está falando... Todoroki, você está ficando vermelho, porfavor me explica.
- Izuku, isso é... Só uma gripe, se ela não curar, eu vou aprender a lidar com isso. - Aperto a mão em meu rosto, fechando os olhos enquanto dizia aquelas palavras, mais estranhas que a bendita gripe.
- HÃ!??? E você ainda comeu sorvete?
- E-er... Bem... Isso não deve importar...
_________________________________Nota da autora:
O que acham, o nosso menino tem gripe ou fogo no kur? Kksksksskkskkkkkksk.Espero que tenham gostado.
Bjs bjs.
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;; Complement - tododeku 🚩
FanfictionImagine só um bicolor antissocial, que por acaso apaixona-se por um colega gentil de classe, e agora tenta - do seu jeitinho - chamar a atenção de seu amado. ____________________________________________ Desculpem pela sinopse. Enfim, espero que gost...