- De volta a Hogwarts -
Ao descer na pequena plataforma escura, Aurora estremeceu ao ar frio da noite. O chão estava escorregadio sob seus sapatos, brilhando com poças de chuva e folhas amareladas. Havia uma grande fila em direção às carruagens e ela correu para encontrar seus amigos antes que eles entrassem no coche.
— O que aconteceu lá? — perguntou Pansy, com um olhar estranho, assim que Aurora se aproximou.
— Quebrei o pescoço de Malfoy e o joguei pela janela do trem.
Pansy revirou os olhos e elas continuaram a acompanhar o restante da escola pela trilha enlameada. Logo, embarcaram em uma carruagem que saiu andando, aos trancos e balanços. Aurora se debruçou pela pequena janela, apertando os olhos para tentar ver algum sinal de Draco, mas o coche ganhou velocidade no caminho longo e inclinado até o castelo, e tudo que ela pôde ver foram as torres que se aproximavam.
As carruagens avançaram em comboio até cruzarem os altos pilares de pedra com os javalis alados, que ladeavam o portão para os terrenos da escola. Era possível ver o castelo de Hogwarts se aproximando cada vez mais: um conjunto de torres altas, recortadas contra o céu noturno, onde várias janelas alaranjadas brilhavam na escuridão.
As carruagens pararam, tilintando, perto da escadaria de pedra que levava às portas de carvalho. Ao descer, Aurora observou a longa fila que se estendia diante da entrada.
— O que é isso agora? — indagou ela, os olhos estreitos.
O zelador Filch e o Professor Snape esperavam nas escadarias; as vestes negras do professor ondeavam à brisa gelada, e ele parecia verificar os nomes dos alunos num longo pergaminho, enquanto Filch fazia uma grande inspeção com um sensor de segredos.
Um por um, eles foram inspecionados. E o único que não estava tenso com tudo aquilo era Bennedict, que caçoou quando Filch começou a apalpar os bolsos de suas vestes com firmeza.
— Ei, a maioria costuma pagar um jantar antes! — o atrevimento lhe custou umas cutucadas a mais. E ele saiu andando de cara feia.
— Vocês estão liberados. — informou Snape, olhando-os de cima a baixo com uma carranca.
— E nossas malas? — perguntou Daphne, confusa.
— Passarão por uma inspeção minuciosa e serão entregues amanhã de manhã no dormitório de vocês. Boa noite. — completou ele, antes que qualquer um pudesse se manifestar.
— Inacreditável... — murmurou Aurora.
O grupo adentrou o saguão flamejante à luz dos archotes, os passos ecoando enquanto atravessavam o piso de lajotas em direção às portas duplas que davam acesso ao Salão Principal e ao banquete de abertura do ano letivo.
As quatro mesas compridas dispostas no salão foram se enchendo sob o céu escuro, exatamente igual ao céu que podia ser visto pelas altas janelas do aposento. As velas flutuavam à meia altura ao longo das mesas, iluminando os fantasmas prateados que pontilhavam o salão e os rostos dos alunos que conversavam e riam, trocando notícias sobre as férias.
Assim que o grupo de sonserinos adentrou o salão, a quantidade das conversas diminuíram, e as pessoas passaram a esticar o pescoço para enxerga-los melhor.
VOCÊ ESTÁ LENDO
The Black Heiress
أدب الهواةVoldemort havia retornado e trouxe consigo todo o medo que a sociedade bruxa não sentia há anos. A guerra era iminente, o caos restaurado. E aqueles cujo destino fora traçado pelo sangue de seus ancestrais seriam os primeiros a sofrerem as consequên...