Capítulo 8

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- De volta a Hogwarts -

Ao descer na pequena plataforma escura, Aurora estremeceu ao ar frio da noite. O chão estava escorregadio sob seus sapatos, brilhando com poças de chuva e folhas amareladas. Havia uma grande fila em direção às carruagens e ela correu para encontrar seus amigos antes que eles entrassem no coche.

— O que aconteceu lá? — perguntou Pansy, com um olhar estranho, assim que Aurora se aproximou.

— Quebrei o pescoço de Malfoy e o joguei pela janela do trem.

Pansy revirou os olhos e elas continuaram a acompanhar o restante da escola pela trilha enlameada. Logo, embarcaram em uma carruagem que saiu andando, aos trancos e balanços. Aurora se debruçou pela pequena janela, apertando os olhos para tentar ver algum sinal de Draco, mas o coche ganhou velocidade no caminho longo e inclinado até o castelo, e tudo que ela pôde ver foram as torres que se aproximavam.

As carruagens avançaram em comboio até cruzarem os altos pilares de pedra com os javalis alados, que ladeavam o portão para os terrenos da escola. Era possível ver o castelo de Hogwarts se aproximando cada vez mais: um conjunto de torres altas, recortadas contra o céu noturno, onde várias janelas alaranjadas brilhavam na escuridão.

As carruagens pararam, tilintando, perto da escadaria de pedra que levava às portas de carvalho. Ao descer, Aurora observou a longa fila que se estendia diante da entrada.

— O que é isso agora? — indagou ela, os olhos estreitos.

O zelador Filch e o Professor Snape esperavam nas escadarias; as vestes negras do professor ondeavam à brisa gelada, e ele parecia verificar os nomes dos alunos num longo pergaminho, enquanto Filch fazia uma grande inspeção com um sensor de segredos.

Um por um, eles foram inspecionados. E o único que não estava tenso com tudo aquilo era Bennedict, que caçoou quando Filch começou a apalpar os bolsos de suas vestes com firmeza.

— Ei, a maioria costuma pagar um jantar antes! — o atrevimento lhe custou umas cutucadas a mais. E ele saiu andando de cara feia.

— Vocês estão liberados. — informou Snape, olhando-os de cima a baixo com uma carranca.

— E nossas malas? — perguntou Daphne, confusa.

— Passarão por uma inspeção minuciosa e serão entregues amanhã de manhã no dormitório de vocês. Boa noite. — completou ele, antes que qualquer um pudesse se manifestar.

— Inacreditável... — murmurou Aurora.

O grupo adentrou o saguão flamejante à luz dos archotes, os passos ecoando enquanto atravessavam o piso de lajotas em direção às portas duplas que davam acesso ao Salão Principal e ao banquete de abertura do ano letivo.

As quatro mesas compridas dispostas no salão foram se enchendo sob o céu escuro, exatamente igual ao céu que podia ser visto pelas altas janelas do aposento. As velas flutuavam à meia altura ao longo das mesas, iluminando os fantasmas prateados que pontilhavam o salão e os rostos dos alunos que conversavam e riam, trocando notícias sobre as férias.

Assim que o grupo de sonserinos adentrou o salão, a quantidade das conversas diminuíram, e as pessoas passaram a esticar o pescoço para enxerga-los melhor.

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