Dente-de-leão

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Haveria algum momento no presente em que eu desejaria voltar para o início de tudo?
Abraçar novamente os sonhos empacotados que deixei cair no meio do caminho.
Não consegui guardar minhas lembranças em potes, as flores secaram, e os dentes-de-leão que sopravam no campo evaporaram.
As cartas amareladas, letras borradas, palavras que não me salvam mais de mim.
Não te encontro nem na coloração do céu, nem na brisa fria de dias nublados.
Mas ainda pergunto o que te tirou de mim, os gritos abafados, mentiras toleradas?
O espaço exagerado, o tempo apressado?
Antes de tudo, depois de tudo, ainda te encontro nas paredes manchadas e na casa esverdeada...

Tudo pode ir com o vento.
Tudo de mim pode ir com o vento.
Tudo de ti se foi com o vento.

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