31.12.2017
São apenas oito da manhã, mas a casa de Busan já está toda acordada, chego até a duvidar que algumas das pessoas chegaram a dormir. Ontem depois da "festa de abertura", como as pessoas chamavam por aí, muitas pessoas foram embora e realizei que a maioria só estava aqui pela festa e não para se hospedar de verdade.
Depois que a maioria das pessoas foram embora, o restante foi dormir. Eu subi as escadas com Yeri e Seulgi enquanto percebia que Jungkook estava no video-game com outros garotos desde que chegamos, eu tirei sarro dele por isso depois. Quando finalmente achei o quarto no segundo andar, me separei das meninas que, aparentemente, iriam dormir no mesmo quarto que Hoseok. Eu simplesmente caí no sono profundo, se houvesse um incêndio eu com certeza não iria escutar nada, mas quando Jungkook chegou e se deitou atrás de mim me abraçando por trás, eu notei. Um acidente brutal não me acordaria, mas bastou o toque delicado de Jungkook para me tirar da inconsciência. Ele não fez mais nada que alisar meu cabelo e ficar fungando aquela área para sentir o cheiro do meu shampoo, e essa simples ação me deixou débil como sempre, sonolenta, quase como uma canção de ninar.
Eu estou sentada no balcão da cozinha com Yeri, Seulgi e outras pessoas que eu não faço a mínima ideia de quem sejam. Alguns rapazes ficaram encarregados de cozinhar o café da manhã, entre eles o JB. Na festa de ontem a noite, ele não parava de me olhar, deixou de ser desconfortável e até cogitei que ele estava flertando comigo, então eu tentava não dar a entender que queria algo, desviando o olhar depois de meio segundo olhando para rapaz. Talvez tenha funcionado, pois hoje ele não faz mais a mesma coisa.
— Iai gatinha. - Jungkook desceu as escadas tão silenciosamente que ao menos notei sua presença. Ele veste um conjunto de moletom preto e tem o cabelo macio, suponho que tenha lavado e secado agora de manhã, ele entrelaça seus braços pelos meus ombros e puxa minha cabeça de leve para cheirar meu cabelo como fez ontem à noite até pegar no sono. Mais uma vez, aquele apelido se faz presente, ele parece mais amigável agora, não mais vergonhoso como da última vez, mas ainda me pegou desprevenida. Posso escutar o tilintar de seus brincos de tão perto que estão, também sinto o cheiro de sua colônia masculina pós-banho se soltar quase como fumaça de seu pescoço bonito.
Jungkook, de repente, ergue a postura como se estivesse em alerta e não mais relaxado, quando viro minha cabeça vejo onde seus olhos pararam. JB está exatamente na nossa frente segurando um prato com ovos fritos e bacon, ele tem a visão voltada a Jungkook com os olhos semi-cerrados e quando me viro para olhar Jungkook ele não desvia o olhar nem um segundo, parece até uma guerra fria sendo erguida bem na minha frente. Sinto o braço de Jungkook escorregar dos meus ombros até o encosto do banco onde estão minhas costas, posso sentir sua mão firme apertando o aço daquela parte.
— Qual seu nome mesmo? - JB mantém seu olhar em Jungkook mesmo depois de fazer a pergunta e só quando ele olha para mim percebo que fala comigo.
— Chaewon. - falo hesitante depois de olhar para Jungkook e notar que ele ainda olha para o rapaz na nossa frente, é realmente um conflito silencioso, ninguém do local parece notar o que acontece aqui e praguejo um palavrão por ser eu a pessoa que está bem no meio dessa guerra.
— Eu fiz para você, Chaewon. - ele enfatiza meu nome de um jeito provocativo, JB mantém o olhar em mim e agora parece fingir que Jungkook nem está mais aqui, ele sorri simpático, na verdade seria simpático se não estivesse inserido nesse contexto. JB escorrega o prato branco até quase chegar em mim mas é barrado pela mão de Jungkook.
— Obrigado JB, você vai fazer para mim também? - Jungkook fala assim que percebe que tem a atenção do rapaz na nossa frente, ele sorri cinicamente mostrando aqueles dentes de coelho realmente amáveis, mas nem tanto agora.
VOCÊ ESTÁ LENDO
SAY YES TO HEAVEN || 🄹🄹🄺
Fanfiction[Concluída] Essa memória vai me assombrar para todo sempre, a primeira vez que te vi, naquele inverno castigante de 2017. Tão livre que tinha medo de te tocar e te assustar, fazendo você voltar do lugar mágico que veio. Tão proibido que me sentia um...