As telas e Ela - parte 2

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Chiara

Seus lábios beijam ternamente minhas pernas, causando pequenos choques onde tocam.
Suas mãos firmes, e um pouco mais frias que minha pele, seguem sem hesitar o caminho por detrás das minhas coxas. Quase me falta o ar quando elas ultrapassam a barra dos meus shorts e apertam com certa pressão minha bunda.
- Gostosa.
Ela diz baixo contra minha pele, fazendo com que meu ventre se contraísse em resposta. Ela levanta um pouco minha blusa, expondo parte da minha barriga arrepiada e distribui beijos por ali também, mas dessa vez se demorando mais, como se poupasse aquele momento da velocidade fugaz com que o tempo passa quando estamos juntas.
Com cada toque minha alma fica mais e mais presente, e meu corpo mais e mais atento a todos os movimentos dela, respondendo com mais força a tudo que ela é e faz.
Passo minhas pernas pelas laterais de seu corpo e me sento em seu colo, sem muita cerimônia. Percebo seu olhar pesado de tesão na minha boca. Sinto toda a vontade guardada se revelando, quero mais do que tudo sentir Ana em mim.
Olho em seus olhos que me miram de volta. O tempo para e nós, em câmera lenta, nos aproximamos. De repente, toda sobriedade se faz presente, toda seriedade necessária para que o beijo seja selado, paira e pesa no ar.
O coração acelera, levo minhas mãos até seu rosto. Já não tinha brincadeira nenhuma ali.
- Tu sei molto linda tamben... A mais bela.
Sussuro quase telepaticamente.
Ela fecha os olhos sorrindo de leve.
Respiro fundo e à admiro de olhos fechados; gostaria de guardar essa imagem para sempre, porém há beleza no efêmero, o fato de ter um fim me torna mais atenta.
Fecho os meus olhos. Sinto sua respiração se misturando a minha, seu calor se tornando o meu calor.

E toco seus lábios com os meus.

Eu não sei explicar nada do que sinto. Eis o céu e a terra, o carnal e o espírito, o profano e o sacro. O gosto do néctar dos deuses e o canto da sereia. A fonte da juventude e a liberdade da velhice. A cor do sangue e a ausência de cor do vácuo. O gelo dos polos nas mãos trêmulas agarradas aos cabelos e o calor do Vesúvio nas bocas.
Eis
O beijo.

Ana

Chiara senta no meu colo e sinto meu ventre se contrair pela proximidade da sua pele. Chiara tinha uma aura febril, envolvente, meus olhos já nem sabiam que parte daquela mulher capturar, tudo é muito inebriante. Apoio suas costas com minhas mãos e olho em seus olhos cheia de vontade de estar mais perto ainda. De alguma forma inexplicável meus pensamentos já nem correm pela minha cabeça mais, tudo é muito instintivo e natural.
Ela toca meu rosto de leve, e leio seus lábios sussurrar " Tu sei molto linda tamben, a mais bela. " e meu rosto queima de leve, sorrio um pouco pela timidez e outro pouco pela felicidade da reciprocidade.
As mãos dela deslizam com destreza, leveza e rapidez do meu rosto para se embrenharem nos cabelos da minha nuca, e causam um rebuliço de sensações quando seguram ali. Fecho os meus olhos, e aguardo seu próximo toque.
Sinto que ela se aproxima mais. Sua respiração bate de leve contra a minha face. E então mais perto. Agora seu hálito chega primeiro até mim, cheira a canela e a dias frescos de verão. Quero muito sentir seus lábios. Mais perto.
Finalmente sinto como se uma rosa pousasse em minha boca.
Aquilo se parece com a luz no fim do túnel pro recém chegado, o oásis no deserto pro caminhante, como um alívio para a tensão que sentia em ter ela tão perto por todo esse tempo e ainda assim intocável, a desejo desde que botei meus olhos nela. Sempre quis ela ali. No meu colo. No banco do piano ou nas paredes de qualquer lugar. Chiara me beijando e me tocando. Finalmente.
Ela morde minha boca de leve e eu ronrono sob seus dentes. Abro os olhos e me deparo com suas feições expressando o quão safada ela já se encontrava, fato que demonstrava suas intenções. O tempo mudou, e de algo tão simples, já se fazia uma nuvem pesada de tesão na sala.
Passo meus dedos pelo cós de seu short até alcançar o botão, ali abro facilmente a peça e deslizo o zíper para baixo. Chiara arfa em meus lábios.
Decido explorar outras partes.
Ergo sua blusa até que ela mesma a tire.
Admiro encantada os seios perfeitos, de doer as iris, lindos, me agradam em tudo, extremamente naturais, art nuveau. Sua cintura fina parecia familiar aos meus dedos que conheciam muito bem o corpo do violão. Segurei seus seios em minhas mãos com delicadeza e sua respiração pesou. Passo a língua lentamente pelo bico e Chiara se contorceu de prazer. Seu gemido baixo ecoa em minha mente enquanto sinto suas mãos agarradas em meus cabelos e seu peso pendendo um pouco para trás.

- Ana...

Lambo e chupo o outro seio com um pouco mais de voracidade e o gemido em resposta é mais consistente, ela se esfrega em mim, implorando por mais.

- Cosi, mmmm... Fuck.

Seguro seus cabelos com certa pressão e exponho seu pescoço para mim, então, beijo toda extensão até seu queijo. Seu quadril se move ritmadamente sobre mim, ela exige mais contato...

- Quero você en me, fammi godere, Ana...

Com o pouco de italiano que compreendo sei que ela diz sacanagens, não é nem necessário ser bilíngue, bastou escutar a voz rouca de Chiara e ter assistido a dois ou três filmes naquela língua, logo sabia que ela desejava ser minha essa noite.
Abaixo seu short até que ela termine de o tirar. Sua calcinha vermelha de renda belissíma se parece com uma tatuagem contra sua pele, e a lua emoldura suas curvas com um chiaro-oscuro suave.
Ela volta seu olhar para o meu e morde seus lábios com cara de vontade...

- Toccami.

- Então tira tutto. - Digo misturando as línguas e ela sorri, com cara de surpresa.

- Parla italiano? - Diz enquanto abaixa a calcinha lentamente, me olhando.

- Un può, mas ando precisando de uma professora... - Digo sacana.

Ela morde os lábios pensando numa resposta.

- Me piaccere ser sua professora, Ana Carolina... Mas me pague adiantado. De você, só aceito essa forma de pagamento.

Ela se senta com um joelho de cada lado do meu corpo, pega minha mão, leva os meus dedos em sua boca e os chupa devagar, olhando em meus olhos. Fico embasbacada ao assistir essa cena, essa mulher é sexy em tudo que faz, imagina no sexo. Logo depois, ela guia meus dedos até sua intimidade e começa a rebolar lentamente em minha mão.

- Puta que pariu...

- Cosi, Ana... Assim...

Ela geme, se contorce.

A partir dali o clima era instintivo. Sensível. Sonoro.

- Você gosta assim? - Pergunto para me certificar

- Sí, sí, Ana. Contínua - Ela responde jogando a cabeça para trás e gemendo com meu movimento.

O corpo dela reluzia à luz fraca da lua e a cada movimento me sentia parte de uma dança pagã, me senti venerando uma deusa da maneira mais profunda. A cada movimento seus gemidos aumentavam e sua respiração se aprofundava

- Dai Ana, sto venendo... - Ela diz entre gemidos

- Goza pra mim, gostosa - Digo perto do seu ouvido.

Quase instantaneamente sinto seu corpo se convulsionando, a seguro perto para evitar que ela se desequilibre. Após seus espasmos passarem beijo seu pescoço lentamente e a olho nos olhos. Ela sorri calma. E então, fica séria e quase baba ao assistir o momento em que levo meu próprio dedo com seu gosto até a boca e chupo, fazendo minha melhor cara de safada.

- Muito gostosa.

- Mia vez - ela diz, sorrindo de canto.

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