One Shot

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Robert

Fazia exatos dois dias que eu havia me divorciado oficialmente depois de um casamento de 2 anos, não sei dizer o que aconteceu, mas simplesmente durou o que tinha para durar. Na verdade eu sabia exatamente o que tinha acontecido e era um clichê, o problema não era ela, era eu.

Oito anos atrás conheci uma garota, em uma das cidades que toquei e ela era espetacular, a mulher mais incrível que já tive o prazer de me envolver. Eu não aceitei meus sentimentos por anos e talvez não tenha aceitado ainda, achava impossível me apaixonar tão rápido e acabei evitando as coisas que me lembrassem dela. Foi quando decidi estacionar em uma cidade e construir uma vida, com o desenrolar das coisas conheci uma mulher incrível com a qual eu me casei, que me amou o bastante mas continuava não sendo ela e assim eu percebi que ninguém superaria a Kristen, que eu nunca a esqueceria e não seria honesto com ninguém se continuasse lutando com meus sentimentos, é uma pena eu ter demorado oito anos para entender e conseguir lidar com eles.

Mas nunca é tarde e agora eu estava saindo do aeroporto, pegando um táxi para o apartamento que um dia me proporcionou momentos que nunca consegui esquecer. Quando cheguei lá, dei uma respirada longa demais e pensei se o que eu estava fazendo era certo. "E se ela estiver casada?"; "E se ela não morar mais aqui?"; "E se tivesse acontecido algo com ela?" eram as perguntas que rodeavam minha cabeça, mas criei coragem e caminhei até a entrada do prédio.

- Boa tarde - disse para o síndico - Queria saber se a senhorita Kristen Stewart ainda mora aqui.

Ele me olhou dos pés à cabeça e pensou um pouco antes de falar.

- Boa tarde, senhor, ela mora sim - respondeu sério - Gostaria de algo?

- Sim! Eu queria subir para falar com ela - disse com um sorriso.

- Qual seu nome? - indagou abrindo um caderno.

Droga, vou precisar da liberação dela para subir e isso não estava em meus planos, era pra ser uma surpresa.

- Robert. Robert Pattinson.

- Sinto muito, senhor, mas seu nome não está na lista de liberados para subir, vou ter que ligar para ela - disse já pegando o telefone.

- Somos amigos de anos, por isso não sou liberado. Eu não moro aqui na cidade e vim visitar, queria fazer uma surpresa para ela  - expliquei.

- Desculpe, senhor, mas eu não posso liberar sua entrada.

- Por favor, ela mora no 304, se isso ajudar em algo. Prometo que se ela não quiser que eu fique, eu saio imediatamente - implorei - Pode até me revistar, se quiser.

Ele me olhou desconfiado e deixou que eu entrasse pelo menos no portão, fez sinal para que eu entregasse a mochila e a revistou, me revistando logo em seguida.

- Pode subir, mas daqui cinco minutos irei ligar para o apartamento para saber se está tudo bem - avisou.

- Muito, muito obrigado - disse antes de ir correndo até o elevador.

Ele estava descendo e esperei ansioso batendo o pé no chão. Não estava demorando mas meu nervosismo fazia o tempo passar mais devagar. Quando as portas finalmente se abriram, entrei rápido e apertei o botão do terceiro andar, esperava que ninguém fizesse esse elevador parar até lá. Novamente as portas se abriram e logo em frente ao elevador, estava a porta que oito anos atrás eu havia saído com a intenção de não voltar, mas aqui estava eu, apertando a campainha.

- Já vou - disse ela lá dentro.

Só de ouvir sua voz, meu corpo inteiro se arrepiou e meu coração quase saiu do peito, não me lembro de ter ficado tão nervoso assim antes. Não havia olho mágico nas portas desse prédio e ela precisaria abrir a porta para ver quem era. O barulho das chaves, da fechadura se abrindo e finalmente, da maçaneta girando e lá estava ela, mais linda do que eu me lembrava.

PS: Eu não esqueci você.Onde histórias criam vida. Descubra agora