Dias se passaram...

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A cada dia que passava, Harry contava como um dia sem se apaixonar por Draco Malfoy, considerava isso uma vitória. Sendo que nesses dias, sonhava com os flashes que havia visto no sonho lúcido, sonhava com o dia em que Draco poupou sua vida na mansão, sonhava com o aperto de mão entre eles que nunca aconteceu.

A verdade é que pensar em não pensar em Draco Malfoy, já era pensar. Harry também lembrou das palavras de Narcisa em sua carta, que dizia que Draco não estava bem. O loiro havia passado por coisas horríveis na vida e recentemente o suicídio de seu pai. O grifinório ficou preocupado.

— Monstro, por favor procure Draco Malfoy e diga que preciso falar com ele, se possível o traga aqui.

— Sim, sr. Potter, Monstro vai achar o menino Malfoy, senhor.

Monstro saiu para buscar Draco, não demoraria e Harry se arrumou e aguardou sentado no sofá da sala. Em poucos instantes Monstro e Malfoy chegaram. O loiro estava cada vez mais magro e com olheiras escuras em seu rosto. Malfoy usava uma camisa de mangas e gola alta preta e uma calça social também preta.

— Me chamou Potter? O que você quer?

— Oi, Malfoy! ...como você está? — Harry falou quase gaguejando

— Melhor impossível, como você pode ver.... Que pergunta idiota!

— Draco sendo Draco... — Resmungou Harry, mais para si mesmo — ... Eu preciso te perguntar uma coisa.

— Desembucha Potter, não tenho o dia todo.

— Você já viu sua profecia alguma vez?

—Ah... deixa eu pensar, não! — Draco encenou como se estivesse pensando — Porque você destruiu tudo no ministério, não lembra? Além disso, não ligo para profecia, isso é bobagem. Porque pergunta?

— Você não sabe o que sua mãe me mandou?

— Ela não disse Potter, só pediu que eu te entregasse.

— E você nem ficou curioso? Fala sério!

— Se tem tanta certeza da resposta Potter, porque perguntou?

—Tá certo, me desculpe...

— Não vai dizer o que é? — Draco perguntou, agora mostrando curiosidade e interesse.

— Pergunte a sua mãe, não a mim.

— Ok Potter, era só isso?

Harry afirmou que sim com a cabeça, Malfoy se levantou do sofá da sala de estar em que estavam novamente e Harry o seguiu se levantando também.

— Malfoy, você quer conversar?

— Não temos nada para falar um com o outro Potter, não precisa se preocupar comigo, é irritante esse seu vício em pagar de herói, sabia?

— Só pensei que pudéssemos recomeçar agora com o fim da guerra, e sermos amigos?!

Draco bufou soltando ar pela boca...

— Poderíamos? Um ex comensal da morte que quase foi mandado para Azkaban, é com essa pessoa que você quer ser amigo?

Harry pensou em todo seu histórico de tentativa de amizade com Draco e até se chateou por um instante ao lembrar das ofensas que o loiro proferiu a Rony quando crianças, se conhecendo. Mas Harry também havia lembrado do sonho lúcido e julgou que valeria a pena recomeçar e queria provar para si mesmo que não se apaixonaria por Draco Malfoy.

— Não, Draco, eu quero ser amigo do garoto que falou comigo primeiro no beco diagonal, e que me estendeu a mão no trem.

Harry então estendeu a mão para Draco, esperando que o rapaz apertasse e selasse a amizade  que há muito tempo, mal começou e já teve fim. Draco, para sua surpresa, não só não corrigiu Harry por chamá-lo pelo primeiro nome, como também aceitou a trégua e apertou a mão do moreno.

— Certo, Potter. Suponho que a guerra te deixou sentimental, não vou questioná-lo.

— Você está assim por causa da guerra, não é? Malfoy, acabou! Você tem outra chance...

— Você também, Potter.

Draco estava andando e se posicionando para ir embora, quando Harry falou

— Foi um tipo de vira tempo, com profecia, não sei explicar...

— Do que está falando?

— O que sua mãe me deu...

— Porque ela te daria isso?

— Não sei, também estou tentando saber... — Harry deu de ombros

Draco pareceu confuso e rapidamente ligou os pontos sobre o convite de Harry a sua casa, a pergunta sobre se Draco havia visto a própria profecia, sobre sua mãe ter dado o artefato, tudo estava se ligando rapidamente.

— Potter...

Draco andou até Harry ficando a poucos centímetros do rosto do grifinório.

— O que você viu? — Perguntou Draco com uma voz firme encarando o moreno.

— Eu... e você... — Harry falou relutante.

Malfoy sentiu um arrepio percorrer todo seu corpo. Harry pode perceber seus pelos loiros extremamente claros e eriçados sob sua pele também extremamente clara.

— Vamos ver se isso te ajuda com seu questionamento... —Disse Malfoy

Draco aproximou seu rosto cada vez mais do rosto de Harry...e então o moreno fechou os olhos e entreabriu a boca, esperando por um beijo que não veio. Draco aproximou sua boca do ouvido de Harry e sussurrou:

—Acho que agora você já sabe a resposta... Até mais, Potter.

Harry abriu os olhos e o loiro já havia aparatado. O moreno estava arrepiado e trêmulo, imóvel com os braços parados do lado do corpo. O que havia acontecido ali?

Mil acasos me levam a você_Drarry. (Shortfic)Onde histórias criam vida. Descubra agora