capítulo 2

9.7K 830 124
                                    

The Jauregui's point of view.

Cansada de ler, e sem conseguir me concentrar por conta das risadas, decidi ir para sala, percorri o comodo com os meus olhos e o pousei em meu piano, caminho até o mesmo, sento-me e decido tocar Nocturne op. 9 n.º 2 de Chopin. Fico tocando por quase uma hora, só não finalizei a música, pois o som estridente de minha campainha ressoou pela casa e por consequência me desconcentrei. Levanto-me do banquinho de meu piano, caminho descalça pelo piso frio de madeira até a porta e abro a mesma, dando de frente com Normani, minha amiga, e suas malas.

- Você ganhou uma inquilina. – Diz sorrindo, franzi o cenho no mesmo segundo.

- O que faz aqui Kordei?

-Oi para você também.- Revira os olho e entra em minha casa. — Papá me expulsou de casa.

- E porque ele fez isso? — Indago fechando a porta e seguindo-a.

Porque eu me recusei a casar com Matthew. — Ela se joga em meu sofá, paro em frente a ela. — O que estava tocando quando cheguei?

- Nocturne de Chopin.

- É linda. – Meneio minha cabeça em sinal de concordância, a negra se sentou no sofá. — Mamá ficou do lado de papá, Lauren. – Choraminga e abraça minha cintura.

- Ainda não acredito que saiu de Miami veio para Fargo. - Afago o cabelo de Normani, que solta um suspiro.

- Eu tinha somente três opções: ou me casava com Matthew e ia morar com ele; ou eu ia morar na rua; e quatro. eu vinha morar com você. Eu só tenho dezenove anos, não posso me casar com aquele cara velho.

- Compreendi. Bom, pode escolher qualquer quarto, no total são quatro.

Normani soltou minha cintura antes de se colocar de pé, a ajudo a subir com suas bagagens, enquanto arrumávamos suas roupas no closet, Mani foi me contando todas as coisas horríveis que seu pai lhe falou, mas paramos em todas as vezes que ela começou a chorar copiosamente e eu, sem ter muito o que fazer e dizer, a abracei bem apertado,tendo que confortar o doce coraçãozinho machucado dela.

Normani Kordei Hamilton é uma negra maravilhosa de dezenove anos, cabelo escuro e longo, olhos castanhos e dona de um corpo lindo. A conheci saindo de uma cafeteria, estava atrasada e precisava correr para chegar no trabalho ou seria demitida. Em um esbarrão não proposital, meu café caiu sobre a anotações de Normani e ela teve um surto, muito envergonhada comecei a me desculpar e ela falou várias coisas em espanhol, que para mim, foram incompreensíveis.

Depois daquele dia, Mani e eu nos encontramos outras vezes na cafeteria mesmo, e a negra pediu o meu número, desde então somos amigas mesmo tendo quatro anos de diferença entre nós duas. Eu tive a oportunidade de conhecer os pais de Normani, eles são pessoas ótimas, mas também são extremamente severos e bem tradicionais, tive que mentir minha sexualidade para eles e descobri que Normani fazia o mesmo por medo deles.

- Você já conheceu alguém nessa cidade?— Indaga se jogando na cama, ela tem uma mania terrível de se jogar em qualquer lugar confortável.

- Apenas as vizinhas quando fui pedir informação.

- Vizinhas? São um casal?

-Não, Normani. São mãe e filha. — Liberei uma baixa risada com a expressão de frustração dela. - Mas e você? Conheceu alguém?

-sim! Uma loira linda dos olhos escuros e de uma voz rouca, que fez minhas pernas tremerem e minha calcinha molhar. Solto uma risada, Normani não tem limites algum. — É sério, laur. Ela é linda demais, tem um corpo tão gostoso, fiquei tentada em avançar nela e beijá-la.

-Que horror, Kordei!

-O que foi? Vai dizer que nunca quis fazer isso com alguém? Céus, Dinah é muito linda.

- Já sabe até o nome da menina?

-Sei o número também, o assento dela era ao lado do meu e nós viemos conversando. Você não faz ideia da força que eu fiz para não fodê-la durante o voo, Laur. Eu queria me abrir toda e dar a minha boceta para ela. — Solto uma gargalhada alta. Acho que estou apaixonada por aquela demônio, Lauren.

- Trocou meia dúzias de palavras e já se apaixonou, o auge. Ela me jogou o travesseiro. — Ela tem que ser hétero só para você se foder, Kordei. — Jogo o travesseiro nela.

-Que amiga você é, puta que pariu.- Sorrio.- Vamos dar uma volta pela cidade?

-Ainda tenho que desempacotar algumas coisas, você deveria me ajudar já que vai morar aqui.

- Certo, então vamos para o serviço chato.

Nós descemos e fomos para cozinha, com a ajuda de Normani guardei todas as coisas que ainda estavam em caixas, arrumamos a decoração da casa e mudamos alguns móveis de lugar, mas ao anoitecer, Mani recebeu uma ligação da tal Dinah e me deixou sozinha em casa. Sem ter o que fazer, decidi ir para o meu quarto, peguei o meu livro e voltei a ler de onde parei.

AUTISM (Concluída)Onde histórias criam vida. Descubra agora