uma pedrinha, uma cor e um beijo.

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Em tantos olhares diferentes, havia magia. Mas unicamente em um olhar havia mais, bem mais que uma mistura de palavras que outrora escutou em diálogos pertencentes a Harry Potter. Existia toda uma série de pequeninos detalhes, os quais se deitavam sobre os curiosos pensares acerca de peculiaridades distintas.

Mesmo dando voltas, o quadrado que vez ou outra era sua vida ainda estava ali. Seja direto, seja objetivo, seja tudo, menos você.

Somente uma pessoa dizia o oposto, que ele poderia ser o que desejasse ser. E ele era. Era o coração que completava a alma de Christopher enquanto Chan era a alma que completava o coração de Changbin.

Quando mais novo, Changbin costumava passar despercebido. Suas notas eram medianas, sua personalidade doce — com aqueles que mereciam — e sua atenção era dedicada a seu melhor amigo, Christopher.

Ele, um dia, apresentou ao mais novo uma pequena pedra de tonalidade arroxeada, alegando que a mesma poderia levar embora seus sentimentos negativos. Não achou ser possível, até precisar desta e tudo se resolver.

Tendo seus oito anos, ainda possuía vergonha de apresentar trabalhos na frente de todos. Sua confiança se assemelhava a um filhote recém nascido: precisa ter experiência para se ter coragem.

Horas antes, Chan deu-lhe o amuleto, dizendo para Changbin respirar fundo e murmurar que iria conseguir.

Sendo o medo um conceito abstrato que se alastra por todos os demais seres humanos, naquele momento, ao ver de Changbin, parecia apenas uma mera palavra perdida num dicionário.

Hoje, anos depois, era a apresentação do tcc de Changbin. Ele tinha estudado por semanas, se preparando da melhor forma possível para o que viria a ocorrer e memorizado cada pequena palavra em seus textos.

— Eu não deveria ter quebrado o amuleto, que droga. — sussurrou para si mesmo, fechando os olhos e se encostando na parede.

Na semana anterior, pediu o amuleto a Christopher; porém, tempos depois, acabou quebrando-o. Chan disse estar tudo bem, que era apenas um detalhe em meio a anos de amizade.

Mas Changbin ainda se sentia culpado quanto a isso.

E agora estava ali, em um quase colapso interno.

— Você precisa relaxar. — uma voz fala, o assustando. Christopher já terminara os estudos, atualmente atuava como compositor e músico. Mas fizera questão de presenciar o desenvolver dos últimos momentos do melhor amigo em sua faculdade.

— Eu não consigo, tudo está tão estressante, tão... — para de falar quando sente os lábios de Chan sobre os seus, relaxando os ombros e fechando os olhos.

O mundo girava, certo? Então por que somente sentia o rodar de seus pensamentos? Era como uma centrífuga, os perfeitos círculos.

Os lábios de Christopher eram macios no ponto exato, suas mãos seguravam com firmeza a cintura de Changbin e todo o beijo pareceu durar horas, mas fora apenas uns minutos.

— Melhor? — perguntou o australiano, um sorriso no recanto dos lábios. Changbin respira mais aliviado, então balança a cabeça concordando. — Estou torcendo por você, vá lá e dê o seu melhor.

— E esse beijo?

— Se tudo der certo, será o primeiro de vários. — depositou um selar na testa de Changbin, acenou e foi embora.

No final, mesmo que o amuleto tivesse sido quebrado, Changbin arrumou outro tão bom quanto o antigo.

dedicado a: jeonglovs e CH4NSVILLE.

fazia um tempo desde que eu queria fazer algo dedicado ao matheus, e cá estamos nós. vi recentemente uma cena específica num anime e pensei em montar em outra versão, no caso, chanchang. é, também, algo dedicado ao yuri, o meu amorzinho :(( os dois são meus bebês, e eu amo muito vocês, okay?

espero que tenham gostado e até uma próxima!

Amuleto.Onde histórias criam vida. Descubra agora