A Estranha Perfeita - Philnê

Fourty six

POV PHILIPPE
Estava muito nervoso ontem, inseguro, com medo de Ainê dar para trás, sei lá, medo de ela não aceitar e ficar aquela torta de climão na mesa.

Mas graças a todas as minhas orações, deu tudo certo!

Philippe: bom dia, namorada - falei dando alguns beijos em seu rosto.

Ainê: bom dia, namorado - abriu os olhos, chocando seu olhar ao meu com aqueles lindos olhos cor de esmeralda.

Philippe: precisamos levantar, logo dá meio dia, preguiçosa - falei apertando levemente seu nariz.

Ainê: não podemos passar o dia deitados aqui não? Vendo filmes, séries? - questionou se espreguiçando.

Philippe: humm... qual série? - me interessei.

Ainê: Lucifer? - falou animada.

Philippe: você quer assistir pela trama ou pelo ator, bonita?

Ainê: pela trama, lógico - riu.

Philippe: aprenda a mentir melhor, amor, está péssima - ri.

Ainê: me chamou do que?

Philippe: amor? Meu amor.

Ainê: você se supera a cada dia que passa, meu amor - riu me puxando para beijá-la.

Philippe: ainda não me convenceu que quer assistir apenas pela trama - estreitei os olhos.

Ainê: claro que é, se fosse pelo ator eu tenho um bem melhor aqui no meu lado - me olhou maliciosamente.

Philippe: Ainêzinha safada, estou gostando - rimos.

Fui vencido, assistimos alguns episódios de Lucifer enquanto comíamos nosso almoço, depois nosso café... é, passamos a tarde ali.

Ainê: pegou tudo? - questionou enquanto estávamos saindo do quarto.

Philippe: acho que sim, não trouxemos muita coisa na verdade.

Ainê: mas jogamos tudo longe - sorriu, indicando a noite anterior.

Philippe: tu gosta, não é?

Ainê: sabe que amo - riu, dessa vez mais envergonhada.

*Quebra de tempo*

Thais: finalmente os pombinhos chegaram - falou ao abrir a porta - achei que estavam em lua de mel.

Philippe: quase - sorriu, piscando para mim.

Thais: credo, se segurem, ainda sou muito nova para ser tia.

Ainê: ei, não viaja - respondeu se sentando no sofá - também somos novos para ser pais - me indicou com a cabeça.

Thais: realmente, a maturidade do Philippe é um tanto quanto questionável com essa questão - mostrou a língua.

Philippe: engraçadona você, não é?

Thais: a própria - se gabou, seguindo para a cozinha.

Philippe: como é que você tem tanta paciência com ela? - questionei a Ainê, que apenas riu e negou com a cabeça - vamos subir até o jantar ficar pronto.

                         
                  *25 de novembro - 20:48pm*

Hoje é dia de ação de graças aqui no país, então estamos todos em casa. Já tiramos a clássica foto em família - dessa vez com Ainê e Allan juntos - e agora estamos esperando o jantar ser servido.

Ainê: minha mãe pediu para dizer que estão todos muito lindos - falou para nós após ler a notificação que acabara de chegar.

Esmeraldina: agradeça a ela, diga que estamos ansiosos para conhecê-la.

Ainê sorriu. Ela está meio aérea esses dias, e não a julgo, em menos de um mês e meio ela estará tendo que voltar ao Brasil... já nos questionamos tanto!

E se nosso relacionamento não aguentar a distância? Como vamos lidar com isso? Estamos morando juntos a oito meses, é muito tempo, nos acostumamos com a presença um do outro, fazemos absolutamente tudo juntos, não vai ser fácil nos distanciarmos assim, do nada, rápido demais.

Ano que vem começo minha faculdade, sim, eu finalmente tomei rumo em minha vida. Decidi seguir os passos de meus pais, me tornar um advogado. No próximo ano irei iniciar a faculdade, mas longe de Ainê não sei se seguirei por muito tempo.

É aquela coisa, a gente se ama muito, não temos problemas com inseguranças e falta de confiança um no outro, mas pensa comigo, uma coisa é você estar ali com a pessoa diariamente, tendo contato físico, outra coisa é ela estar a doze horas de voo daqui, a cinco horas a minha frente, onde nosso único contato vai ser por ligação.

Insisti tanto para ela ficar, mas eu também a entendo, não gostaria de ficar na casa de alguém sendo bancado até decidir no que irei trabalhar, ou o que irei fazer da vida, da mesma forma que não me sentiria bem estando a tanto tempo longe da família.

Eu espero que consigamos passar por isso da melhor forma possível.

Ainê: ela disse que também está ansiosa para conhecer todos vocês - falou, me despertando de meus pensamentos.

Thais: podemos fazer uma chamada de vídeo com sua família no Natal, o que acha? - sugeriu.

Ainê: creio que ela iria amar - sorriu.

Thais: então combinado - sorriu novamente.

Logo o jantar chegou, agradecemos por tudo o que havia mudado no ano, principalmente em relação a mim, que mudei da água para o vinho, de forma que nem eu sabia que era possível.

A comida estava maravilhosa, um cardápio californiano dos deuses. Após as sobremesas, também de nossa região, fomos para a sala assistir.

Thais finalmente conseguiu convencer meu pai e eu - por incrível que pareça eu estava com ciúmes dela também - que era uma boa Allan dormir aqui. No começo foi estranho, meu melhor amigo na cama da minha irmã, tão estranho que meu pai os obrigou a deixar a porta aberta nos primeiros dias, depois nos acostumamos melhor com a ideia e hoje aceitamos tudo muito bem.

Ainê ainda dorme em seu quarto e eu no meu, algumas vezes na semana dormimos juntos, para aproveitar e tudo mais... me entendem, não é?

Minha avó surgiu quando contamos do namoro, disse que fazia muito gosto e que Ainê seria tratada como neta dela também. Óbvio que minha pequena surtou com isso.

No mais estamos bem. Não há nada para fazer, eu ainda não estou estudando, Ainê já concluiu o curso, Thais segue como modelo e Allan está nas faculdades de finanças e gestão de qualidade. No próximo ano ele se forma em finanças, e quando terminar seu outro curso pretende montar uma agência de modelos, até porque ele "trabalhava" com isso junto comigo e Thais a um tempo atrás.

Parece que o tempo não está a nosso favor. As horas voam, e parece que o tão temido início de janeiro está chegando mais depressa do que pensamos e queremos.

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<Reforçando aqui gente, ninguém precisa fazer uma faculdade para se dar bem na vida ou simplesmente ser alguém de sucesso, faça aquilo que lhe agrada, não ligue para o que os outros pensam, ok? >
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IC: "O Intercâmbio"
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