9- Pais e filhos

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Boa leitura!

"Você diz que Deus pais não lhe entendem
Mas você não entende
Seus pais"

Eram duas da tarde quando Luna resolveu levantar da cama. Isso por que ela acordou cedo, mas não saiu do quarto em nenhum momento, nem mesmo para comer. Madalena bem que tentou, indo a cada trinta minutos convencer ela a descer e se alimentar, mas em vão.

— Eu estou horrível... — murmurou para si mesma ao ver seu reflexo no espelho camarim.

Seguiu até o banheiro e fez suas higienes pessoais, voltando a se deitar logo em seguida. Não queria pensar, não conseguia pensar, mas sua mente a perturbava como sempre com os acontecimentos do dia anterior e as palavras "mãe" e "Dulce María" a perturbavam mais do que nunca.

— Lu? — a voz de seu pai ecoou junto com a batida na porta mas ela não fez questão de responder — Luna já são três da tarde, você pode levantar da cama?

E mais uma vez, ela não respondeu.

Ouviu o pai suspirar e se encostar na porta. Sabia que ele tinha saído de madrugada e voltado às oito da manhã para casa, por que estava acordada na hora.

— Luna? — agora era a voz de Piettro e dessa vez ela correu para abrir — Oi pequena...

Luna o abraçou e ele a envolveu com os braços a confortando. O sentimento de anestesia se esvaiu e ela sentiu novamente as lágrimas salpicarem seu rosto, numa maré.

Por cinco minutos ela chorou, chorou e chorou e Piettro se manteve ali em pé a abraçando. Ele também acabou chorando silenciosamente pois não suportava ver a sua melhor amiga naquele estado. Ela estava acabada, e não havia maquiagem que escondesse aquilo. Luna sempre fora intensa , daquele tipo de pessoa que você pode ver o que está sentindo pelo seu olhar.

Assim como Dulce.

— A sua ...hm, a Dulce, ela está aqui. — ele disse baixinho e sentiu a morena enfiar a cabeça em seu peito

— Não sei se estou pronta. Tem muita coisa entalada aqui, Piettro. — apontou para a garganta — Não sei se quero ver ela.

— Você sempre desejou ver a sua mãe, Lu. E quando tem a oportunidade de fazer isso...

— É diferente Piettro — o interrompeu — Eu pensei que ela estava morta.

— Mas não está. — disse limpando suas lágrimas com o polegar — Agora você tem a chance de confronta-la.

Luna escondeu o rosto entre as mãos, e suspirou longamente.

— Tudo bem. Fale para ela subir aqui, eu não estou afim mesmo de descer e encarar ela e meu pai ao mesmo tempo.

— Eu sabia que você faria a decisão certa — o loiro sorriu , e beijou o topo da cabeça dela. — Boa sorte, eu amo você.

— Vou precisar, e eu também amo você.

Quando Piettro saiu do seu quarto, ela começou a se sentir ansiosa. Já tinha visto Dulce duas outras vezes, mas agora sabendo que era sua mãe, era bem diferente.

— Luna?... — uma voz feminina a chamou e ela se virou já sabendo de quem se tratava — Oi

Luna encarou a mulher a sua frente, notando as semelhanças que eram impossíveis de não serem notadas. Se fossem colocadas lado a lado, seriam quase gêmeas. Tinham a mesma cor de cabelo, mesmos olhos, mesmo formato do rosto e mesma altura.

— Oi.

Dulce sentiu suas mãos tremerem. Ela queria muito abraçá-la, mas seria inapropriado para o momento por que muito provavelmente sua filha estava com muita raiva dela

Luna - VONDYOnde histórias criam vida. Descubra agora