Sabrina e Gerson também decidiram morar juntos. O camisa oito do Flamengo queria acompanhar a gravidez da namorada de perto e se ela estivesse em sua residência, seria mais fácil para ambos. Me senti menos mal ao sair do apartamento da minha melhor amiga, já que ela também não moraria mais lá.
- Vou sentir falta disso aqui.- Sabrina disse chorosa observando a sala do apartamento.- Eita bebêzinho, você já começou a mudar a vida da mamãe.- minha amiga alisou a barriga ainda esguia.
- O bebêzinho tá juntando a mamãe e o papai dele, já que os dois foram incapazes de admitir o que sentiam.- comentei também passando a mão na barriga dela.
- Nós dois éramos espíritos livres...
- Só na cabeça de vocês.- a interrompi.- Viviam juntos e falavam aos quatro ventos que não tinham nada.
Ela sorriu.- Vamos parar de conversa atoa e guardar logo nossas coisas.- disse e começou caminhar até seu quarto.
- E o que acontece com o apartamento?- a gente só falou em ir embora, mas não conversamos sobre o que aconteceria com o lugar que foi meu lar por esses meses.
- Pensei em alugar, mas vou deixar ele desocupado mesmo e pagar alguém pra limpar por pelo menos, uma vez por semana.- minha amiga respondeu.- Sei que não posso entrar em um relacionamento já pensando no término, mas preciso ser precavida, caso não dê certo, já tenho pra onde voltar e você também.
Sabrina é a cabeça e eu sou o coração, por isso nossa amizade da tão certo. Eu no lugar da minha amiga, não iria pensar nisso, eu só iria embora e pensaria no que fazer muito tempo depois, talvez seja porque eu sou muito emocionada.
- Você pensa em tudo, te amo.- a abracei e em seguida beijei seu rosto, demonstrando todo o meu amor e gratidão.
- Também te amo, agora vamos nos apressar, daqui a pouco os meninos chegam e a gente nem arrumou nada.- vi uma lágrima solitária descer pela bochecha de Sabrina, devem ser os hormônios da gravidez a deixando um pouco sensível.
Concordei com ela e fui para o meu quarto, organizar minhas poucas coisas que ainda estavam ali, já que grande parte das minhas roupas já estavam na casa de Pedro.
Quando saí da casa de Henrique, tive que pegar uma das bolsas dele, mas me neguei a usá-la novamente, tinha que ter me livrado dela a tempos, mas acabei esquecendo, então a coloquei na cama, bem ao alcance de meus olhos, pretendia doa-la ao primeiro morador de rua que encontrasse. Peguei uma mala emprestada do meu namorado, era bem grande caberia tudo e capaz de ainda sobrar espaço.
Toquei na bolsa de Mariana e o coração bateu forte, como se fosse sair de meu peito. É sempre uma emoção quando vejo as coisinhas dela, era o sentimento de amor e tristeza juntos. Meses já haviam se passado desde a sua partida, mas a dor ainda não havia diminuído, mesmo com tanta coisa boa acontecendo, parecia que algo ainda faltava.
- Pronta?- Sabrina perguntou.
Enxuguei as lágrimas com a barra da blusa, mas não adiantou muita coisa, meu rosto vermelho me entregou.
- Tá tudo bem?- Sabrina fez um biquinho.
- Sim, é só ver as coisas dela.- mostrei a bolsa da Mari.- Que eu fico assim, será se um dia passa?
- Provavelmente não, é a sua filha, a dor vai com você até o fim da sua vida, ainda mais porque a amou mais que tudo, mas com o tempo, creio que alivia, ainda mais quando você perceber que a Mari não está aqui fisicamente, mas está aqui.- colocou a mão em meu peito.- Ela sempre vai estar aqui.- e me abraçou.
- Obrigada por tanto.- funguei com a cabeça apoiada em seu ombro
- De nada.- ela fez carinho em meu cabelo.
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Salvação// Pedro Guilherme✅
ChickLitDébora casou muito nova, não tinha nenhuma noção da vida, o que era pra ser um conto de fadas, se transformou em um completo pesadelo. No segundo ano de casamento, descobriu a verdadeira face de seu marido, mas era muito dependente para poder sair d...