Malditos Sonhos Lúcidos (One Shot)

Sonhos Lúcidos

É um termo criado por Frederik Willems van Eeden no início do século XX.
No seu conceito mais simples
sonho lúcido é um estado de consciência possível enquanto você está dormindo.
Por meio dele, é possível perceber
que está no meio de um sonho,
mas continuar ali,
sem acordar.

Alguns afirmam que os sonhos lúcidos são como uma "hiper-realidade", aparentando muitas vezes serem mais reais que a própria realidade em vigília e que todos os elementos que compõem a realidade dos sonhos são amplificados.

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Olá!
Hoje sonhei contigo.
Só Deus sabe o quanto segurei minhas saudades para não te ligar e falar tudo o que eu...

No sonho estávamos comemorando nosso casamento que já tinha anos e anos, não sei quantos ao certo. Eu e você estávamos na nossa casa plenamente confortável, eu conversava com algumas pessoas durante o convívio e você também do outro lado, enquanto isso, de longe eu apreciava suas caras e esse seu carisma envolvente... era inevitável sorrir ao te ver, mesmo não fazendo ideia de qual frase tua fez seus companheiros gargalharem felizes. A dado momento percebi que você também me fitava, talvez fosse para ter certeza se eu não havia desistido de conviver com tantos seres humanos; seja como for, aquele era o sentimento mais acolhedor que alguma vez senti.

No sonho tive a sensação de que eu estava tendo aquele momento um pouco tarde porque mesmo olhando para ti e estando as duas no mesmo cômodo, eu sentia muito a tua falta, coisa que ao abrir os olhos jamais me permitiria dizer em voz alta.

Na televisão passava uma simples comédia que retratava como nós duas nos conhecemos, confesso que enquanto eu passeava pela nossa casa e olhava cada detalhe seu, nosso, eu ficava mais lúcida no entanto mesmo já sabendo que era um sonho eu queria estar lá... era talvez o melhor sonho da minha vida e eu queria continuar lá... queria pelo menos no sonho contar o quanto eu constantemente gosto desse seu jeito de ser.

Lembro de ter dito em Paris que você era como eu, mas era mentira. Você nunca perderia sua essência, você ao contrário de mim, conseguiria sorrir na volta de um dia infernal de trabalho porque uma borboleta pousou na sua mão e aí teu dia estaria salvo. — rio ao pensar o muito do quanto isso é verdade

A dado momento da nossa festa eu finalmente a vi sozinha, de vestido branco num sofá, apenas observando o andar de baixo relaxando com uma taça de vinho na mão e finalmente não tentando fazer daquela festa a melhor festa do mundo... me perguntei se você não estaria tendo o mesmo sonho que eu, e se... e se aquele sonho fosse bom apenas para mim? Qual seria realmente a sua vontade de estar lá? Talvez nenhuma pois enquanto eu estava tendo a melhor realidade da minha vida, você estava lá, triste num maldito sofá. Eu sinto muito por mais uma vez sentir algo tão diferente de ti e não saber entender seu coração.

Sentei-me de frente e estendi minhas mãos para que segurasse, aí você sorriu, você fica sempre mais linda quando sorri, e você sabe disso

— O que foi?! Eu odeio pegar suas mãos frias... — você falou rindo de sua frase e segurando minhas mãos quase sempre frias — Miranda, eu amo-te tanto que até chega a doer, ter você comigo é o mais lindo presente que eu poderia ter tido, obrigada por tudo meu amor. — você beijou-as e afagou-as na pele macia do seu rosto, mas mesmo com toda sinceridade, seu rosto permanecia triste.

Sua tristeza doía tanto em mim, de uma forma que eu não conseguia explicar. Será que aquele momento não te deixava feliz? Será que você não queria estar ali comigo? Você provavelmente sonha com outra pessoa, o seu namorado cozinheiro ou talvez o playboyzinho Christian; você provavelmente só disse o que eu queria ouvir... é tão ridículo de mim perspectivar a realidade me baseando num maldito sonho lúcido.