Capítulo Trinta e Nove

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Uma hora mais tarde, Angeline está do lado de fora da casa de Holly, em uma parte isolada dos outros convidados barulhentos da festa. Ela bebe com calma uma garrafa de Smirnoff, se sentindo pra baixo. Foi divertido dançar com Holly, mas depois sua amiga sumiu e ela ficou sozinha. Não que se importasse de dançar sozinha – já fizera isso muitas vezes antes. Ela gosta de se exibir para os garotos. Mas depois de um tempo ficou entediante, porque na verdade, só há um garoto para quem ela quer se exibir, e ele não está ali.

Ela suspira no ar gelado da noite, odiando sua vida. Por que não pode ser mais simples? Por que Diego não é um garoto que ela tinha conhecido no meio da rua e se apaixonado, ao invés do filho do seu padrasto? Por que o amor deles tem que ser impossível? Eles podiam estar dançando juntos agora. Ela nem sabe se ele gosta de dançar, mas adoraria descobrir, se pudesse.

- Oi, princesa – a voz surge nas sombras, arrancando Angeline de seus pensamentos.

A pessoa se aproxima e ela vê que é Danilo, com um sorriso sinistro no rosto e um copo na mão que tem um cheiro muito forte de álcool.

Angeline se empertiga. Não vê Danilo desde o dia em que ele foi almoçar na sua casa e não está muito afim de vê-lo agora também. Ele parece bêbado e ameaçador, e essa é uma combinação terrível, ainda mais vindo dele.

- Oi, Danilo – ela tenta soar o mais natural possível, daquele seu jeitinho descomplicado.

- Finalmente consegui te pegar – ele fala dubiamente, se aproximando de Angeline e colocando o braço estendido na parede da casa, ao lado do corpo dela – você anda fugindo de mim na escola – ele a acusa.

Angeline ri, como se ele tivesse dito um absurdo. Ela está mesmo fugindo dele na escola. Sabe do que ele está atrás, e claro que ela não vai dar isso a ele.

- Não estou fugindo de você! – ela fala bem-humorada – só aconteceu de a gente não se encontrar. Eu tenho andado muito ocupada com os estudos.

- Ah, é claro que você está fugindo de mim – ele não acredita na desculpa dela – você está me devendo uma, e eu vim cobrar – ele despeja seu bafo de vodca na cara dela, não parecendo nem um pouco atraente quando sorri.

- Não sei do que você está falando – ela se faz de desentendida, tentando parecer tranquila, mesmo que esteja se sentindo encurralada por ele estar tão perto dela.

- Ah, qual é Angeline – ele fala com um pouco de impaciência – você me prometeu que se eu fosse almoçar na sua casa e conhecesse sua mãe, você ia perder a virgindade comigo.

- Eu nunca disse isso – ela cruza os braços, petulante.

- É claro que disse – ele insiste – você me disse que queria que eu fosse especial para você.

- É, um amigo especial. Eu nunca disse que ia transar com você – ela empina o nariz.

- Mas você deu a entender que iria – ele fala entredentes, evidentemente ficando bravo.

Angeline mantém a postura firme. Ela sabe como lidar com Danilo.

- Desculpa se você entendeu errado – ela dá de ombros, como uma bela vaca.

Danilo fecha a cara completamente.

- Você fez isso se propósito – ele se dá conta – você me enganou! – e fica puto.

Angeline lhe lança um olhar do tipo “estou nem aí”.

- Que foi? Ficou chateado porque eu não te ajudei a ganhar aquela aposta nojenta que você fez com os outros garotos da escola, de tirar minha virgindade? – ela joga na cara dele – vou te contar uma novidade – ela se aproxima mais do seu ouvido – já chegaram na sua frente – fala baixinho.

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