II-Daydreams and Van Gogh

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  Sempre tive admiração das pinturas de Van Gogh. Quando olho para elas, me perco em  suas linhas, texturas, pinceladas e cores. Tento achar um sentido para cada obra, ler em suas entrelinhas, sentir, experimentar, imaginar.

  Considero ele como um dos meus pintores favoritos. Talvez, porque sinto um reconfortante aconchego em suas telas. As mesmas transmitem uma receptividade  e não certa estranheza ou dúvida.

  Van Gogh era solitário, depressivo e, muitos cogitam, que possa até ter sido esquizofrênico. Na arte de pinturas e desenhos, encontrou uma forma de se expressar. Uma cálida tentativa de amenizar essa solidão, a dor e quem sabe, o peso de viver. Era o remédio dele. Sua terapia. 

  Por mais que enquanto vivo, todas essas demonstrações foram incompreendidas, suas obras não deixam de ser intensas. Nelas podemos perceber sua visão, sentimentos, estado, e até sua essência e alma. 

  Naqueles quadros brancos, que aos poucos receberam cores, ele encontrou seu calmante. Um meio ao qual silenciosamente, sem palavras ou conversas, demonstrava seus pensamentos e sentimentos. 

  Por vezes, imagino que como ele, escrever é uma forma de expressão, onde encontramos um refúgio para tirar o peso das obrigações da vida e realidade. É nosso remédio. Ao mesmo tempo que isso vira uma descontração, não deixa de ser uma parte expressa em palavras de nossos pensamentos. Suas visões e experiências. As profundezas de uma alma e mente.

  E, por mais que muitos, por vezes, não nos compreendam, somos como Van Gogh e diversos outros  pintores.

  Escrevemos, moldamos, pintamos e retratamos nosso inconsciente, por vezes belo, fatídico ou, doloroso, através da escrita. Isso é o que torna nossa arte bela. É o que faz dela intensa.

【Insomnia】(ブパ可)Onde histórias criam vida. Descubra agora