Diana olhava para a paisagem passando por ela, pensando no que levara ela até ali. Pablo havia sugerido que saíssem do Rio por uns dias, longe da cidade grande, longe da multidão. Então eles estavam ali, de carro, indo para uma casa que alugaram em Cabo Frio.
O calor da mão do espanhol em sua coxa era um lembrete constante do porquê estava ali. A carioca olha para ele, que estava focado na estrada, e realiza que nem os céus podiam ajudá-la agora – o que faziam era tão quente quanto o inferno, e já estavam muito além da redenção.
– Ya estamos llegando, cariño. – o jogador diz e aperta levemente a sua coxa, dando um sorriso em sua direção.
A mulher retribui o sorriso, ansiosa. Sabia do que aquilo se tratava. Sabia que era uma despedida – ela trabalhava no setor administrativo do Flamengo. Ela sabia que não duraria para sempre, mas esse conhecimento não impediria que a despedida acabasse com ela.
Também sabia que o que faziam era errado, e nunca se imaginou nessa posição. A outra. Entretanto, estava lá. Não lembrava exatamente como ou quando começou, mas lembrava das sensações que Marí a fazia sentir. Cada. Uma. Delas. E, deus, se aquilo era mesmo o inferno, ela nunca queria ir para o céu.
Eles finalmente param em frente a uma casa bem reservada, de frente para uma praia deserta e sem outras casas por um bom perímetro. Ao sair do carro, sem a preocupação de serem vistos, Diana aproveita para observá-lo. Ele é tão alto e bonito pra caralho.
Sabia que deveria condená-lo por não ser fiel no casamento e que não deveria estar ali com ele. Sabia que era errado, que ela tinha parcela da culpa, que ele era o mau da história. Ah, com certeza ele era mau, mas ele a fazia se sentir tão bem...
Ao entrar na casa, observara tudo que podia – a sala de estar com dois sofás, a cozinha grande com uma ilha central, a vista para a praia, a escada que dava para o segundo andar com a suíte principal que, segundo as fotos , tinha uma cama imensa e no banheiro uma hidromassagem grande o bastante para os dois.
– Então... – ela fala, erguendo-se na ponta dos pés para abraçar o pescoço do jogador. – Por onde começamos?
Ele não tarda a beijá-la e impulsionar para que a carioca cruzasse as pernas em torno do seu quadril, colocando uma de suas mãos firmes na bunda dela para apoiá-la, e a outra no pescoço da mulher, aproveitando para aprofundar o beijo. No caminho para o sofá mais próximo ambos vão perdendo suas roupas, mas em compensação ganham cada vez mais desejo.
Ela já podia ver o fim desde o início ali onde estavam, mas não deixaria de aproveitar cada momento.
Não deixaria de aproveitar quando a língua dele fazia maravilhas em seu corpo, chupando seus seios, seu clitóris, devorando sua intimidade e fazendo com que chegasse ao ápice mais de uma vez.
Não deixaria de aproveitar quando ele a colocou em cima da ilha da cozinha e fodeu com vontade, fazendo com que ela enxergasse estrelas e causasse um leve desconforto ao andar depois. Ou quando, logo em seguida, ajoelhou-se para saborear-se com cada pedaço do pau dele, causando os gemidos roucos que tanto ama ouvir.
Também não deixaria de aproveitar quando ficou prensada no vidro da janela que ia do chão até o teto com vista para a praia, os bicos dos seios enrijecidos pelo contato com a superfície fria e o tesão de estar sendo comida por trás.
Ah, e com certeza não deixaria de aproveitar na banheira, cavalgando lentamente no membro dele, como se tivesse todo o tempo do mundo para deliciar-se naquilo.
Por fim, não deixaria de aproveitar quando finalmente fossem para a cama, onde dormiriam juntos, como um casal. Como se vivessem juntos, como se tivessem uma rotina normal juntos.
Ali, deitados juntos, com o espanhol já adormecido, Diana questionava novamente como chegaram nesse ponto. Lembrava deles enroscados juntos em sua cama, as roupas de ambos espalhadas pelo quarto, ele acariciando o seu cabelo depois de dormirem juntos mais uma vez.
"Ninguém precisa saber o que fazemos", ela dissera após o jogador externar a culpa que sentia e o medo de descobrirem o seu caso.
"Estás segura?", Marí perguntara logo em seguida, recebendo um aceno de cabeça afirmativo em resposta. Aquela voz, que ela escutara em tantas coletivas ao assessorá-lo, tão familiar e que ela nunca imaginou escutar em uma situação como aquela. Sabia que, uma hora ou outra teriam um fim, mas naquele momento tudo estava tão bom que ignoraria esse fato.
Com um suspiro, a carioca logo decidiu dormir também, sabendo o que a esperaria no dia seguinte – e que não seria muito diferente do dia que acabara de ter.
Suas expectativas foram confirmadas quando acordou com o espanhol traçando uma trilha de beijos pelo seu corpo, e logo a comendo como se fosse o seu café da manhã preferido.
Mais tarde, aproveitaram a praia que tinham só para eles. Entraram na água, voltara, Pablo tentou mais uma vez ensiná-la a fazer embaixadinhas, Diana aproveitou para tomar banho de sol, fizeram drinks para tomarem juntos e agiram como se fossem um casal, sem medo de serem pegos. Era a melhor experiência que ela podia ter, e ao mesmo tempo a pior – sabia que nunca teria aquilo em sua rotina, então não podia criar falsas esperanças.
Quando o jogador sugeriu que jantassem na varanda para aproveitar a vista do pôr do sol, ela sabia que aquele momento seria a sua despedida. Ali seria o fim deles. Por isso, arrumou-se. Colocou um vestido longo de tecido leve e sem mangas, passou uma maquiagem leve, mas não conseguiu evitar e colocou um batom vermelho.
Por fim, o que já previa se concretizou. Após o jantar que Pablo preparou para ambos, após as conversas descontraídas, após sugerir que ela seria a sua sobremesa, o clima estava diferente.
– Diana, yo me voy. Para Londres. – Marí diz com um suspiro. – Y quería... quería despedirme. De ti.
– Shhh. – a mulher o cala, levantando da sua cadeira e indo sentar no colo do jogador. – Eu sei. Eu trabalho lá no mesmo clube que você, sabia?
Ambos soltam um riso fraco, e a carioca encara os olhos castanhos do espanhol, em seguida abaixando o olhar para os lábios dele. Pablo não tarda a entender o recado, e a puxa para um beijo. Um beijo intenso, cheio de paixão e que ambos sabiam que seria o último.
– Eu só... – Diana começa a falar depois deles pararem o beijo, ainda com a testa encostada na dele, e volta a encarar seus olhos. – Você vai lembrar de mim? De nós? – ela dá um sorriso fraco, afastando um pouco o seu rosto do dele. – Quando tiver uma retrospectiva na sua cabeça sobre tudo que passou por aqui, eu vou estar nela? Nós, enrolados um no outro a noite inteira, tentando apagar as chamas que ateamos juntos?
– Claro que sí, cariño. – ele diz com o cenho franzido, sem saber o rumo que isso levaria.
– Eu sei que essas memórias vão te seguir, porque vão me seguir também. Eu só peço que... – ela suspira. – Lembre de mim assim. Encarando o pôr do sol, com um vestido lindo. Diz que vai lembrar de mim com esse batom vermelho, com as bochechas avermelhadas, não só do que a gente fazia. – a mulher dá um sorriso fraco. – Diz que vai me ver de novo assim, mesmo que esteja apenas fingindo.
– No nesesito fingir, cariño. – ele sorri. – Voy a recordarme de ti en mis sueños, incluso en los más salvajes.
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Wildest Dreams | Pablo Marí ✔️
FanfictionSabia que o que faziam era errado, e nunca se imaginou nessa posição. A outra. Entretanto, estava lá. Não lembrava exatamente como ou quando começou, mas lembrava das sensações que Marí a fazia sentir. Cada. Uma. Delas. E, deus, se aquilo era mesmo...