Jamon

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Jace Herondale olhava nostálgico da sacada do hotel. O enorme mar azul, e as ruas decoradas de todas as cores para o carnaval. Levantou cedo para comprar algumas coisinhas antes de cair na folia logo mais com seu namorado. Jace observou Simon dormir e só conseguia pensar no quanto era privilegiado em ter um homem tão lindo, gentil e doce ao seu lado. Mas nem sempre foi assim. O loiro sorriu ao lembrar do primeiro encontro maluco que teve com ele. Aquele foi realmente um dia intenso.
Um ano se passou, e eles passariam novamente o carnaval em Salvador, lugar onde esse amor surgiu. Jace se sentia especialmente nevoso hoje, pois, pediria Simon em casamento. Um ano podia parecer pouco para a maioria das pessoas, mas não para ele. Jace não queria perder mais um instante longe do homem que amava.
Desejava desesperadamente poder acordar todos os dias do seu lado, preparar o café da manhã que o amado tanto gosta, e de dizer bom dia ao seu lado na cama diariamente.
Do décimo andar, ele sentiu a brisa suave com cheirinho de maresia invadir seu rosto. Inspirou fundo, fechou os olhos e sua memória lhe trouxe lembranças do carnaval passado..
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Jace trabalha na empresa de eventos do seu melhor amigo Alec Lightwood, eles fecharam um contrato de uma grande festa carnavalesca em Salvador. A imensa área começava a ser montada, junto com o palco para receber os artistas. Ia ser uma festa privada, mas o rapaz sabia que no decorrer dela a maioria dos convidados iam escapulir para a praia, ele também pretendia fazer o mesmo. Ajudaria Alec com alguns assuntos chatos e pouco interessantes do evento e depois cairia na farra.
O Herondale nunca teve amarras com ninguém, sempre gostou de pegar, mas não se apegar. E nesse carnaval não seria diferente. Bem.. foi o que ele pensou.

-E aí, estamos prontos?

Alec se aproximou animado com uma enorme cartola branca na cabeça, combinando com sua bermuda, camisa polo e tênis da mesma cor.
Jace achou graça da sua súbita animação e desdenhou:

-Ué, eu pensei que fosse carnaval e não réveillon.

Alec lhe deu um tapa na cabeça bagunçando seu topete e o loiro se afastou para trás rindo.

-Eu estou coberto de glitter, você não vê?! Não há coisa mais carnavalesca que glitter.

O moreno de olhos azuis fez um bico convencido.

-Não, cara. Eu estou mais carnavalesco que você e ainda nem troquei de roupa para sair.

Alec fitou a camisa colorida com estampas florais de Jace e concluiu que seu amigo estava certo.

-Mas fala aí, qual o motivo de tanta felicidade?

O loiro sabia que não era apenas o clima festivo que deixava Alec alegre.
O sorriso dele ampliou ainda mais ao responder:

-Magnus ta vindo nos encontrar, isso não é fantástico?!

-Ué, ele não ia ficar preso na cooperativa do pai?

-Ia, mas deu um jeitinho de adiantar o trabalho e escapulir por esse final de semana.

Magnus era o marido de Alec.. Eles tinham se casado a pouco mais de três anos. A sua rotina em São Paulo sempre foi intensa, mas vez ou outra davam um jeito de escapar para alguma viagem rápida e romântica. Jace desconhecia casal mais apaixonado.

-Eu sabia! O motivo dos seus sorrisos só podem ser o Magnus.

O loiro revirou os olhos, mas no fundo achava aquilo fofo. O Lightwood sorriu ainda mais com a implicância do amigo.

-Você também deveria arrumar alguém, sossegar esse pau em uma bunda só!

Um pedaço de confete caiu no nariz de Alec e ele se distraiu procurando saber de onde aquilo veio.

-Meu pau agradece sua preocupação com ele, e manda dizer que está ótimo levando as coisas do jeito que estão.

-Cara, você é um depravado.

Amor de carnavalOnde histórias criam vida. Descubra agora