The Beginning Of The End

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Narração-

Após mais de 10 anos, Kuroda finalmente consegue voltar á casa de Tsukishima. Seya pediu que o mesmo fosse até aquela gélida casa para limpalá-la, pois finalmente a família de Tsukishima havia aberto mão da propriedade e iria vendê-la em breve. O portador dos cabelos -hoje- curtos ficara espantado e nostálgico com o pedido in(esperado) do amigo; embora Kuroda e Tsukishima tivessem uma conexão forte, não esperava ter de voltar naquela casa "nem tão cedo". Tentou de todas as formas buscar uma maneira de não ter de ir novamente lá, não queria ver onde seu amado Tsukishima havia cometido suicídio. Deu todas as desculpas existentes, até mesmo inventou desculpas, mas Seya sempre achava uma maneira de contornar suas desculpas e mentiras. Acabou que de tanto insistir, Kuroda é vencido pelo cansaço e acaba sedendo aos pedidos de seu amigo.

Kuroda ainda pensava em Tsukishima, e mesmo depois de mais de 10 anos, ainda sentia-se vazio, desolado, isolado e sozinho, era uma dor e um vazio que nada nem ninguém fazia parar ou tapava. A princípio, seu protótipo -apelidado de Tsukki por Kuroda- estava se encaixando perfeitamente no rombo que Tsukishima havia deixado em seu coração e alma; mas nem tudo é um mar de flores, o protótipo já havia se tornado um adulto idêntico ao Tsukishima, mas algo faltava, e Kuroda sabia disso. Quando se deu conta de que nunca conseguiria viver em paz sem pensar em Tsukishima, as palavras de Ichi Seya faziam presença, em todas as vezes que Kuroda olhava para Tsukki, sempre se lembrava; "-Quem ainda está vivendo no passado Kuroda, é você e não eu. Esse boneco nunca poderá suprimir ou diminuir a falta que você sente de Tsukishima. Você precisa deixá-lo ir, honre sua memória, mas não viva para os mortos".

Então naquela manhã gélida de primavera, Kuroda vestiu sua túnica azul, enfaixou seu pescoço com a bandana de Tsukishima e finalmente toma coragem e vai até a antiga casa de Tsukishima. A propriedade estava abandonada há tempos, nenhum serviçal tinha coragem de ir até lá, ninguém queria ir ao local onde uma pessoa gentil, amável, alegre e fofa havia morrido; por muitos, a propriedade era vista como mau-assombrada e/ou amaldiçoada.

Não dá pra odiar algo que é vazio, sem cor, sem vida ou que não haja alguém dentro -repetia mentalmente afim de juntar um pouco de coragem para adentrá-la.

Kuroda encarando a casa com pesar, finalmente consegue adentrar na residência. Havia poeira, mofo, rachaduras, aranhas, teias, ratos e baratas por todos os lugares. Saqueadores haviam visitado essa propriedade inúmeras vezes para roubar qualquer coisa de valor que tenha ficado pra reas, estava tudo em desordem; tanto na casa, quanto em Kuroda. Ele não sabia como agir, pensar, falar e muito menos sabia como se sentir naquelas condições. Permaneceu calado e imóvel por pouco mais de uma hora.
Abaixou-se perto de uma estante rústica de madeira onde pilhas de livros estavam espalhados, pegou livro-a-livro e arrumou-os em seus devidos lugares na estante. Desvirou a pequena mesa central, limpou o chão, bateu o sofá então foi para outro cômodo, repetindo os mesmos atos; organizando, limpando, varrendo.

Finalmente chegara no quarto onde tiveram sua primeira vez, ali Kuroda não conseguiu conter suas lágrimas e foi lançado ao chão de joelhos. Seus olhos ardiam, seu peito doía, mal conseguia puxar ar para seus pulmões, sua visão ficou turva, seus ossos parece que estourariam a qualquer instante, as lágrimas que saiam sem seu consentimento queimavam sua pele como fogo queima algodão. Seu coração estava completamente quebrado naquele momento, todo aquele esforço que Kuroda teve que fazer pra seguir em frente, foi destruído apenas com lembranças do que havia acontecido naquela sala vazia.

-N-não me deixe Tsukishima... Volte pra mim... -disse pra si entre soluços.

Raiva.
Era isso o que sentia de Tsukishima. Como alguém como ele, mesmo sabendo sobre suas fragilidades e sentimentos pôde ser tão egoísta ao ponto de tirar a própria vida?

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⏰ Última atualização: Mar 15, 2021 ⏰

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Hold On, Kuroda - Aguente firme, Kuroda [One Shot]Onde histórias criam vida. Descubra agora