capítulo nove

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Azriel se aproximou das escadas e esticou a mão enluvada para que a garota o acompanhasse, havia escolhido as melhores naquela noite, para não machucá-la com minhas mãos cicatrizadas

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Azriel se aproximou das escadas e esticou a mão enluvada para que a garota o acompanhasse, havia escolhido as melhores naquela noite, para não machucá-la com minhas mãos cicatrizadas. 

Evalin tinha um estranho jeito de lar, lugar pelo qual as pessoas jamais iriam querer sair. E por mais que não entendesse o por quê, o ilyriano ficou feliz por ela não se afastar dele. 

Assim que a dança havia começado, e por um momento, o mundo parou de girar e tudo ficou em silêncio.

Era como se estivessem sozinhos ali.

Evalin brilhava como o sol da alvorada, e só ela tinha o aconchego de uma lareira quente no inverno. 

‒ Você parece ter saído de um roteiro clichê ‒ dissera certa vez que o mestre-espião fizera questão de levá-la para conhecer Velaris, a cidade era particularmente bela à noite, e ele achou que seria a oportunidade perfeita para saírem juntos. 

Esse era o efeito que Evalin causava nele, e por mais que negasse, Azriel estava feliz por tê-la ao seu lado. 

A garota pensava o mesmo do jovem alado. 

Ela adorava histórias previsíveis e romances água-com-açúcar. 

‒ Me diga Eva, o que acha do nosso querido Az? Vejo que já colocou uma linda coleira nele ‒ Cassian desdenhava, mas Evalin sabia o quanto ele estava feliz pelo irmão.

‒ Não é porque ele tem cabelo preto, um passado sombrio, músculos que provavelmente iria admirar, um jeito sarcástico e aquelas sombras que deixam ele extremamente atraente. Claro que não seria por isso que eu me apaixonaria ‒ respondeu divertida ‒ Pelo menos, posso me gabar que a envergadura das asas dele são maiores que a sua Cass.

O círculo íntimo que antes fingia não prestar atenção, gargalhavam, mais uma vez a garota havia inflamado o ego do general.
Entre todos eles, Evalin era a única que conseguia devolver as provocações de Cassian na mesma moeda.

Em poucas semanas, a dupla de tornou inseparável e Cassian sempre dizia se sentir um velho perto da jovem.

O clima do baile estava leve e alegre, enquanto Az e Eva se dirigiram até o terraço do castelo para olhar as estrelas.

– Como se sente sobre ver o seu pai? – Az questionou a garota

– Sabe, eu sonhei com esse dia faz muito tempo, às vezes, quando chegava a noite eu pedia as estrelas que elas me respondessem – sussurrou – eu estou feito criança, vê-lo aqui é como um presente. Não sei como me sinto, não é como se tivesse saudades dele, mas me sinto feliz.

– Não quero ser invasivo, mas – Az falou, parecia um pouco nervoso – acha que ele seria contra nós?

— Existe um 'nós', Encantador de Sombras? – questionou

— Não terá se você não quiser – respondeu

Não havia música tocando, mas eles dançaram mesmo assim.
Evalin nunca tinha se sentido assim. Eles eram  amigos ou um pouco mais?

– Eu não sei, então, se você disser que quer que eu fique, mas eu jamais mudaria de ideia. – continuou e seus olhos brilhavam, como as estrelas que respondiam aos meus sonhos.
– Levou todo esse tempo pra dizer que tinha me amado primeiro? – a garota perguntou e Az sorriu, as covinhas que o mesmo fazia questão de esconder, insistiam em aparecer.
Seus sentimentos estavam bem ali. Evalin sentiu a respiração quente próxima ao seu rosto, então fechou os olhos.
Az a beijou, e seu coração explodiu por dentro.
Isso era emoção? Era algo real, a emoção de uma garota diante de um garoto, não a sensação que tinha quando assistia ou lia em um livro.

– As estrelas ouviram os meus pedidos – Az sussurrou

O clima feliz estava prestes a acabar quando Beron pediu para fazer um pronunciamento. Depois do fiasco que havia sido o jantar no Equinócio de Outono, todos ficavam temerosos com a sua próxima loucura.

— Agradeço a atenção de todos. E também ao nosso anfitrião pela sua boa vontade de me deixar falar – Beron iniciou, a verdade é que em momento algum Helion havia permitido aquilo — Creio que alguns já conhecem meu filho, só não esperava que Rhysand trouxesse a bastarda de Eris hoje à noite.

Azriel estava prestes a atacar o grão-senhor quando Evalin o impediu, não podiam tornar aquele circo maior do que já era.

Sua mãe estava bem ali, desfalecida. Eva tinha certeza que havia sido torturada. O horror no rosto da menina fazia o sorriso maquiavélico de Beron aumentar.

— Mas quem eu quero enganar, finalmente será um prazer tê-la na minha presença – o discurso dele só provava o quão obstinado era – Considere esse seu presente de aniversário dezoito anos, minha neta.

Ele fincou um adaga no coração de Suzan enquanto recitava:

"sanguis debitum solvi debet in sanguine"*

Estava trocando uma vida por outra. E para o assombro de todos, ela estava de volta.

E parecia mais forte.

*Uma dívida de sangue deve ser paga com sangue

A Grã-Rainha PerdidaOnde histórias criam vida. Descubra agora