VAMOS COM CALMA

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Prólogo: Vamos com calma

Min Yoongi e Jeon Jeongguk conheciam-se desde de pequenos, vizinhos de bairro, colegas de escola e amigos de infância.

Um, filho de uma longa linhagem de raposas, e outro pertencente a uma família rica de coelhos. Tornaram-se amigos em casa através das mães já que, Jeon Dandara, mãe de Jeongguk regularmente visitava Min Chaerin, mãe de Yoongi, para pedir conselhos amorosos e ver a sorte nas linhas indefinidas da palma da mão. Amigas de longa data e companheiras para toda a vida. E tal mãe, tal filho...

Quando o primeiro encontro entre Jeon Jeongguk e Min Yoongi aconteceu, a amizade óbviamente não surgiu de imediato entre os dois meninos tímidos e introvertidos, que claramente mantiveram-se escondidos nas saias das mães, as orelhas híbridas baixas, as bochechas coradas e um silêncio ensurdecedor que não foi quebrado por nenhum dos dois durante dias. Até que Min Yoongi, certo dia, corajosamente tomou a dianteira e convidou o híbrido de coelho para brincar consigo. Ele esperava uma partida acirrada na sua xbox, mas recebeu um convite tímido de pique esconde e foi incapaz de recusar. Jeon Jeongguk era um coelho muito fofo e Yoongi não resistia a coisas fofas, aquele era o seu ponto fraco.

A diferença de idade entre as duas crianças era pouco mais do que dois anos, mas isso não impediu que Yoongi, um menino inteligente que se considerava tão crescido e tão maduro quanto um tomate podre, de correr descalço pela casa, gritando e desarrumando tudo ao lado Jeongguk feito dois pirralhos de cinco anos. Neste caso, dois pirralhos de nove e sete anos, respectivamente.

A partir daquele dia, a relação de amizade entre os dois meninos escalou rapidamente as longas escadarias da intimidade. E de estranhos, foram para conhecidos, e de conhecidos para parceiros, para amigos, melhores amigos e então, almas gêmeas intituladas: unha e carne, tampa e panela, yin e yang, metades da mesma laranja, brotos da mesma raiz e qualquer coisa, assim, semelhante. E amigos para toda a vida se considerariam se, durante uma tarde entediante de estudos, fechados dentro da "toca" enorme do coelho, no casarão Jeon, um questionamento curioso e inocente não tivesse sido proferido pelo híbrido de coelho: como é beijar alguém?

E mesmo sendo dois anos mais velho que seu dongsaeng, Yoongi não conseguiu responder àquela pergunta, até porque ele mesmo nunca havia encostado os lábios aos de algum outro ser. Beijos na bochecha não contavam, e muito menos aqueles que ele experimentava na própria mão, no travesseiro ou no espelho do banheiro por pura curiosidade. E por mais estranho que a situação parecesse, Yoongi também quis sanar a dúvida naquele momento, bem ali com Jeongguk.

Um já tinha dezasseis e outro, recentemente, completou quatorze anos. Dois adolescentes, inocentes, solteiros, cheios de curiosidade totalmente untados em hormônios.
Sentaram-se sobre a cama, frente a frente no colchão macio da cama de casal de Jeongguk. Encararam-se meio hesitantes, meio entusiasmados, meio confusos e meio eufóricos e, rindo de nervoso, Yoongi proferiu vagamente um: - O que a gente faz agora?

Agindo como se ele próprio já não tivesse uma vaga ideia do que tinham que supostamente fazer. Levantando as sobrancelhas em confusão enquanto torcia os lábios, Jeongguk mostrou a sua ignorância mediante ao assunto: - A gente se beija?

A raposa imediatamente revirou os olhos. Levado por uma estranha impaciência e nervosismo, começou a enxergar o Jeon como um grandecíssimo idiota. Acertou um belo de um soco no ombro do amigo e respirou fundo, estava ansioso. Soltou uma grande lufada de ar para ver se tomava coragem, e então sorriu minimamente, apenas para passar uma sensação de conforto, mais para si mesmo do que para Jeongguk - ele que se fodesse.

Por fim se aproximou, os joelhos encostando-se nos de seu dongsaeng, os troncos lado a lado e os rostos perigosamente próximos.

Posicionaram as mãos sobre a cintura um do outro e semicerraram os olhos, cortando o espaço entre as faces. Os lábios macios e rosados colidiram inexperientes e com certo receio: o toque caloroso e inusitado, mas familiar e reconfortante.

O CLIMA DESSA VIAGEM;; yoonkookOnde histórias criam vida. Descubra agora