DEZOITO

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- Bomm diaaaa Signe! - Havia uma animação na voz da enfermeira. - Sei que são quase cinco horas da manhã, mas tinha que aproveitar.

- Ãnn... Alexandra? Bom dia! - A doutora levou um susto sendo acordada pela garota. - Aproveitar o que?

- Saudades de você Signe. Aproveitar a não presença do doutor Misunnea. - soltando um sorriso.

- Digo o mesmo, mas estou um pouco surpresa em vê-la aqui. Bem... Você sabe... Podia ter vindo antes ou outros dias.

- Me desculpe Signe. Eu tentei várias vezes, mas sempre fui barrada pelo doutor Misunnea. - Disse em tom pesaroso.

- Nossa. Eu não sabia disso. Eu que peço desculpas agora. - Seus olhos começavam a ficar marejados.

- Esquece. O importante é que consegui lhe visitar. - Ela tinha um sorriso no rosto.

- E como você conseguiu se livrar dele hoje Alexandra? - Perguntou bem curiosa.

- Ele costuma ser um dos primeiros a chegar. Como não havia chegado até agora, vim correndo até aqui pra ver como você estava.
Não queria te acordar, mas eu não sabia quando teria outra chance dessa.
O doutor deve ter perdido a hora. - A enfermeira ria alto. - Nossa. Melhor eu falar baixo, vai que ele escuta. - Disse tampando a boca com uma das mãos.

- Verdade né. - Soltando um riso sem graça.

Signe por um momento sentiu vontade de contar tudo para ela. Mas desistiu. Não sabia em que confiar. Mesmo Alexandra aparentemente estando ao seu lado, não podia confiar em ninguém em Aker.
Escondeu a tristeza e com muito sacrifício segurou as lágrimas.
Sabia que teria de arrumar um jeito de escapar sozinha.

- Bom, vou indo. Tentarei vir mais vezes aqui te visitar. - Deu um beijo na testa da doutora. - E Signe, você é a minha irmã que eu nunca tive. Te considero muito, de verdade.

As palavras tocaram o coração de Signe, mas ela manteve firme suas convicções, apesar de sentir a mesma coisa pela enfermeira.
Signe pensou em aproveitar a brecha que Bjørg havia deixado, podia se levantar e fugir, mas ao pensar com mais calma percebeu que não era uma boa idéia.

Bjørg podia chegar a qualquer momento e se fosse pega ele tomaria providências para vigiá-la de forma mais efetiva.
Tinha que se manter calma, esse era seu mantra.
E então começou a pensar num plano de fuga.
Ela tinha que aguentar a barra um pouco mais, e esse pensamento de certa forma lhe trouxe conforto.
E ela sentiu-se otimista e confiante.

Bjørg não tinha voltado para casa, ficou esperando que Ingmar voltasse, o que demorou a noite toda.
Sua ansiedade era muito grande, por várias vezes hesitou em ir até a casa de Wedel e espiar o que estava acontecendo.
Ansiava por alguma notícia. Seu coração batia acelerado e estava excitado com a idéia de finalmente, liderar Aker.

De dentro de seu carro aguardou. Pegou no sono algumas vezes e minutos depois acordava assustado.
Ficava por alguns minutos se perguntando se Ingmar havia passado enquanto estava dormindo, mas logo se convencia que não. Afinal Ingmar teria de passar por aquele caminho e certamente o veria ali no carro.

Parecia que tudo conspirava a favor do seu plano. O guarda que ficava na guarita do estacionamento era um novato e dormia feito uma criança.
Perto das cincoo horas da manhã eis que ele acorda assustado com alguém batendo no vidro de seu carro. Abaixando o vidro da porta os dois começam a conversar.

- Não voltou pra casa doutor?

- Como voltaria? Tinha que esperar você voltar. Precisava ter a certeza se havia feito. - Ele então boceja e coloca a mão na boca. - Por que demorou tanto? E o que fez no seu rosto?

O JARDIM DE AKEROnde histórias criam vida. Descubra agora