O Cavaleiro Ébano

Raoni Coaraci

O "Cavaleiro Ébano" nasceu numa cidade no sudeste do continente. Seu pai era um andarilho, um mercenários, um nativo das terras antigas, do que antes era chamado de "o continente original", ele era um homem forte e furtivo de pele vermelha e cabelos negros, conhecido como Fantasma Vermelho, mas seu nome era Yakecan, já sua mãe descendia daqueles que vieram do divino mangue, era uma linda mulher inteligente e esperta, com pele cor da noite, longos cabelos cacheados, olhos cor de âmbar e seu nome era Anaya Chinara.

Quando nasceu seu pai o nomeou de Raoni Coaraci, que na língua dos nativos significava "O grande guerreiro do Sol", logo após o nascimento do pequeno Raoni seus pais tiveram que fugir com ele pois a família de sua mãe não aceitava que ela tivesse um filho com uma pessoa do "tipo" de seu pai, então eles estavam constantemente fugindo pois nem um lugar os aceitava, todos desprezavam Raoni, viam ele como um híbrido entre duas raças desprezíveis, mas seus pais nunca deixaram que isso o abalasse, sua mãe o ensinou a ler, escrever e a falar três idiomas, seu pai o ensinou a caçar e a lutar com espadas, arcos e lanças, por incrível que pareça Raoni era bem desajeitado com armas no início, principalmente com lanças.

Raoni cresceu na estrada, aos 10 anos ajudava seu pai a caçar e trazer comida para sua mãe e irmã mais nova, aos 15 estava ajudando seu pai nos seus contratos, aos 20 ele já era maior que seu pai, mas também era mais desajeitado, seu pai era como um fantasma, já Raoni era arrogante, ele enfrentava seus inimigos cara a cara e muitas das vezes mantia sua guarda aberta só para ver seu inimigo achar que tinha alguma chance contra ele, essa arrogância muitas vezes lhe custou caro.

Em sua primeira missão solo seu pai o mandou atrás de um velho criminoso pouco conhecido que não tinha uma grande recompensa em sua cabeça, Raoni com sua costumeira arrogância e complexo de superioridade aceitou a missão achando que ia ser moleza, mesmo com seu pai dizendo para ele ter calma e não subestimar nenhum de seus inimigos. Raoni já sabia onde encontrar o tal criminoso então foi direto pra lá sem sequer traçar uma estratégia, chegando ao esconderijo do fora da lei que ficava em uma cabana no meio da floresta, Raoni simplesmente destrói a porta anunciando sua entrada sem um pingo de preparo, mesmo com a "entrada triunfal" de Raoni, o velho criminoso parece não se surpreender, na verdade ele parecia já estar esperando o jovem.
E então com um olhar de desdém o velho fala: — Hm da pra perceber que seu pai não te treinou tão bem quanto ele acredita...
— O que você sabe sobre meu pai velho? – Peguntou Raoni com com uma voz intimidadora
— Ah eu e seu pai? Nós somo//
— Quer saber velho eu não dou a mínima só preciso da sua cabeça não dá sua história de vida – Diz Raoni com sorriso de canto de boca após interromper o procurado.
Então Raoni saca sua espada e como um grande touro parte na direção do velho em alta velocidade, mas, o chão entre ele e o criminoso simplesmente desaba.
— INSOLENTE! Eu esperava bem mais da prole do próprio Fantasma Vermelho. – Esclama o velho com um olhar de desprezo.
Após o velho falar isso o buraco onde Raoni se encontrava fica repleto de um gás que faz o guerreiro simplesmente cair desacordado.

Raoni acorda amarrado em uma caverna com a visão turva, então ele ouve passos se aproximando, ele se contorce tentando fugir mas parece que seus esforços são inúteis pois ele ainda está fraco.
E então ele ouve algo que irrita e o conforta ao mesmo tempo, um clássico "Eu te avisei garoto" de seu pai.
Confuso e sem entender nada Raoni pergunta: — o que tá acontecendo coroa?
— Você errou, errou feio. – Diz Yakecan num tom de zoação.
— Tá coroa, mas o que aconteceu!? Aquele velho agia como se conhecesse eu e você – Retruca Raoni ainda confuso.
— O "Velho" que vc foi atrás é um antigo conhecido meu, ele é como uma erva daninha, não importa quantas vezes eu o mande pra cadeia ele volta, sempre com planos mega elaborados, fugas insanas dentre outras coisas idiotas e teatrais, sem falar nos disfarces ridículos.
— E por que você não mata ele de uma vez? – Pergunta Raoni que parece ficar mais confuso a cada palavra de seu pai.
— Ele nunca fez nada de muito grave filho, ele só é um ladrão muito estravagante. – Reponde Yakecan enquanto desamarra seu filho.
— Entendo, qual o nome dele? – Questiona Raoni que agora já está melhor.
— Lupin, Arsène Lupin, ou pelo menos esse é um de seus pseudônimos, aquele cara deve ter mais identidades e nomes que o continente inteiro junto.
— Saquei pai, então quer dizer que você me mandou pra uma roubada?
— É mais ou menos isso, mas na minha visão eu tô só te ensinando algo muito valioso.
— O que?
— Não seja um idiota, seu miolo mole.
— Tá pai, agora vamos dar o fora daqui, tô só o bagaço, véi. – Fala Raoni com uma voz dolorida.

Então eles voltam para seu acampamento que estava nos arredores da cidade e contam o que aconteceu para Anaya e Aziza a irmã mais nova de Raoni.