— VAI SE FERRAR, VERMELHO! – gritou meu irmão, enquanto Branco e Azul o levavam para fora do refeitório. – A culpa foi sua, sempre é tudo culpa sua!
— Pode até ser. – falei, com os braços cruzados e o semblante sério. – Mas ainda sou o seu capitão e as regras são claras aqui: brigas podem levar a detenção.
Todos ao redor observaram a cena sem saber o que fazer. Rosa me olhou com raiva antes de seguir o Ciano porta afora — provavelmente para passar a mão na cabeça dele e tentar ajudá-lo como sempre fazia.
Ignorei aquilo e voltei minha atenção para o Verde, que engoliu o seco antes de chegar perto de mim e me entregar o copo d'água que pedi.
— Isso foi bem dramático. – Ele avisou, parecendo preocupado comigo. – Não faz o seu estilo, querido.
— Não importa, cansei de ser bonzinho. Daqui pra frente as coisas vão mudar.
— Então cuidado. Nem sempre elas mudam como a gente gostaria.
Encarei todos ali, inclusive o Roxo — que tinha ficado em um canto, observando a cena em silêncio. Ele parecia preocupado e triste ao mesmo tempo, tanto que virou o rosto quando percebeu que minha atenção estava nele.
De alguma forma, aquele simples gesto mexeu comigo.
— Você tá passando por muita coisa. – Continuou o Verde. - Tenta descansar um pouco a cabeça...
— Não preciso de conselhos. – falei, sem parar de olhar para o Roxo. – Cuide da sua vida, que eu cuido da minha.
Me afastei dele depois disso e me livrei do copo.
Queria ter disposição ou coragem para ir até à mesa do Roxo e conversar, mas não estava pronto. Seria doloroso demais.
Por isso deixei o refeitório, sem falar mais nada.
Sei o que todos pensariam de mim: que aquilo não passava de uma vingança pessoal minha pela "dor de corno".
Mesmo assim, a verdade era que o Ciano sempre esteve na corda bamba. Não havia um dia em que ele não me tirasse do sério. Agora, a última coisa que precisava era que meu irmão continuasse agindo sem consequências.
— Oi, chefe!
A voz do Amarelo me pegou de surpresa. Ele tinha praticamente corrido atrás de mim e me olhava com um semblante carente, louco para conseguir alguma migalha de atenção.
— Não tenho tempo pra você, garoto. – falei, irritado, voltando a andar pelo corredor da nave.
— Só vim ver se está tudo bem. O Rosa não me deixou te visitar, disse que estava descansando.
— Pois é, sábia decisão a dele...
O jovem respirou fundo antes de falar.
— Sei que tá tudo muito confuso ainda, mas que tal marcarmos aquele almoço agora, hein?
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Among Us | Gay Fanfic +18
General FictionUma espaçonave carrega os últimos resquícios da espécie humana. Sem nomes, sem destino e com a tarefa impossível de sobreviver a um vazio sem fim, os poucos tripulantes precisam enfrentar um mal misterioso entre eles. Algo poderoso, capaz de destrui...