Cap. 2

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Lola narrando

Neste exato momento estamos sentados na grama, no meio do central park, por debaixo do céu estrelado de NY. Conversando sobre Faith.

- É difícil ser mãe solteira, sabe? - desabafo - Ainda mais no auge da minha carreira e fama

- Entendo.. deve ser difícil conciliar, né?

- Bastante.. mas eu não me arrependo da Faith, sabe? e como poderia.. ela é uma menina incrível! - sorrio ao lembrar dela -

- Não dúvido que seja mesmo, estou ansioso para conhece-la melhor.. nos anos do tratamento do Alec, vocês acabaram afastando à todos.. - disse Dominic -

- Uma parte de nós não queria mais pessoas sofrendo...

- E você acha que não sofremos com a morte dele? - ele suspira - Sinto sua falta até hoje.. - ele olha pro céu -

- Mas quando você presencia cada momento até literalmente o último suspiro, é bem pior..... - solto - Só mencionar o nome dele me dói... dói muito! - sinto lágrimas começarem a brotar no meu rosto -

Dom percebe e me puxa para um abraço. O que me fez despencar de vez.

- Parece que foi ontem que nos casamos, logo depois Faith nasceu e tudo parecia estar perfeito.. - choro em seu ombro - Achamos que ia dar tudo certo.. eu achava, sempre achei mas .. mas.. - começo a soluçar, ele acaricia meus cabelos -

- Esta tudo bem, esta tudo bem.. - diz em um tom tranquilizador -

Mas ambos sabemos que ele estava fazendo de tudo para segurar as lágrimas também. Dom e Alec podem ter tido suas desavenças, mas eu nunca vi parceria mais sincera. Quando Alec passava mal ou tinha algum problema e eu estava trabalhando e não havia mais ninguém por perto para ajuda-lo. Dominic sempre esteve ali. Dominic nunca falhou com ele, ainda que Alec o tivesse feito.

Lembro vagamente de vários momentos que eles passaram juntos na nossa casa. Jogavam videogame juntos, enquanto eu conversava e fofocava com as meninas. Iam assistir jogos de rugbe juntos e até mesmo saiam para beber quando precisavam "relaxar".

Eu sei a minha dor mas não faço ideia da dele. E não posso julga-lo e sobrecarrega-lo mais. Me afasto dos seus ombros e me recomponho.

Respiro fundo.

- Me desculpe - digo enquanto procuro um espelho e lenços na bolsa - É a bebida e o dia... é bem complicado pra mim.. - olho para ele - Pra nós.

Limpo os borrados de maquiagem. Ficamos um tempo em silêncio, observando o local à nossa volta.

- Bom, eu acho que já esta bem tarde - digo me pondo de pé, ele se levanta também -

- É.. esta sim. - diz passando as mãos pelo cabelo -

- Acho melhor eu pedir um uber.. já que está sem condições de eu dirigir dessa forma

- Se quiser posso te levar.. moramos no mesmo bairro, e eu não bebi tanto - ele propõe -

- Ah.. okay.. pode ser

Então caminhamos silenciosamente até seu carro. Ele dirigiu até minha casa e estacionou na calçada.

- É.. muito obrigada pela carona! - digo, abrindo a porta - Fico feliz por termos nos reencontrado

- Digo o mesmo.. espero que possamos nos ver novamente me breve!

- Vamos sim.. - sorrio - Boa noite, Dom

- Boa noite, pequena

Sorrio e fecho a porta. Me viro e caminho para dentro do grande jardim sem nem olhar para trás. Me seguro pelos corrimões ao subir as escadas e quando entro em meu quarto, despenco sob a cama. 

The Camp's GoneOnde histórias criam vida. Descubra agora