Reféns do Destino - Capítulo 1

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"O Destino é real?"

"Se ele for, serei eu capaz de sobreviver?"

"Agonia, tristeza, remorso, evolução e amor. Será que tudo isso foi gerado pelo universo como forma de aproveitar as nossas vivências?"

Abri os olhos, cessei um pouco do cansaço e ali começava a acordar. Minha respiração estava ofegante, era como se eu tivesse um pesadelo ou algo do tipo.

Comecei a olhar de relance para os lados. Estava em uma cama. Não era a minha casa e tudo estava um pouco estranho, eu não me lembrava de nada antes de adormecer.

Eu levantei-me, mas era como se ainda tivesse uma grande ânsia de sono e relaxamento sobre os meus ombros a forçar-me a deitar novamente. Fui indo a caminho do banheiro, para lavar o rosto, e acabei por ir recordando o que acontecera, e os motivos de eu estra ali, naquela casa que não era minha.

Bem, era a casa da minha namorada, Hori Kyoko, uma fofa e bela garota que me acompanha como sênior da escola secundária Katagiri.

Após enfim conseguir enxergar melhor, passei pela sala, para ver se havia alguém naquela residência. Tudo estava um grande silêncio, apenas ouvia o som dos meus passos sobre o piso de madeira.

E voilà! Havia alguém deitado no sofá. Naquele momento comecei a ter percepções que tinha visto um anjo em sua magistral beleza eterna.

Após encarar, com meu rosto colado àquela extrema beleza. No fim acabei por ser descuidado demais e ela acordou.

Kyoko: "M-Miyamura? É você?" – ouvia-se uma linda e baixa voz que ecoava como uma bela melodia aos meus ouvidos.

Ao consentir com a sua pergunta, ela foi levantando-se e indo diretamente para a cozinha. – "Vou preparar algo para comermos." – era o que ela dizia.

Infelizmente a queria ver dormindo por mais tempo, era uma certa rara imagem vindo do lado dela, alguém que sempre trabalha e se esforça para suprir as suas necessidades e sentimentos.

Já estava escurecendo, e por isso ela aproveitava para ir preparando uma refeição mais completa, para servir como se fosse de jantar.

Sota estava na casa de um amigo, e os seus pais estavam em trabalho, logo estávamos sozinhos naquela calorosa casa, um dos poucos lugares a qual posso chamar de "minha segunda residência".

A comida parecia demorar, e eu que estava com tédio de assistir o horário das notícias, apenas pude me levantar e ir em direção à cozinha. O cheiro estava de fato gostoso e aparentava ser uma espécie de ensopado.

Uma cara de espanto surge no garoto. Aquela era uma situação a qual deve-se chamar de anormal.

Izumi: "Hori-san, você comendo ensopado? Pensei que você não gostava. Você até me disse uma vez que já vomitou só de sentir o cheiro..." – perguntava curioso frente àquela pequena panela no fogão.

Kyoko: "Parece que no fim acabei por me acostumando, já que você gosta tanto." – dizia a garota com um sorriso, apesar de ser evidente suor a sair de sua face.

Izumi: "Mas Hori-san, você não precisa se forçar a fazer isso por mim."

Kyoko: "Ahahahahah, não se preocupe Ikkun, volte para o sofá e continue assistindo televisão!"

Aquelas palavras aqueceram o sangue do jovem. O apelido 'Ikkun' para si era um pouco vergonhoso, e por isso já estava todo corado. Sabendo que sua amada tentou-lhe persuadir com tais palavras, Izumi pensava em dar o troco.

Ele então com um tom sério e com um sorriso resplandecente plantado no rosto apenas refere – "Eu te amo, Kyoko, vamos nos casar."

A sua reação foi sem dúvidas engraçada. Como se já não bastasse demorar para captar aquela revelação, ainda ficou em um estado de choque, completamente parada com o seu rosto inteiramente vermelho.

Aproveitando aquela oportunidade, Izumi carregou-a até o sofá, como se fosse uma verdadeira princesa. A garota, ainda sem entender nada, estava sentada no colo do rapaz que novamente já puxava outro assunto – "Ei Hori-san, por que você está com tanta vergonha? Isso cedo ou tarde vai acabar por acontecer, até porque o Destino atraiu-nos a isso!"

Kyoko: "Hã? Você está bem Miyamura? É que você nunca acreditou no destino." – perguntava já um pouco mais relaxada, estando muito curiosa.

Izumi: "'É verdade, antes eu não acreditava, mas acho que é um erro da minha parte não acreditar que fomos feitos um para o outro."

Kyoko: "I-Idiota, você quer me constranger mais ainda?" – ela aos pouco voltava novamente àquele seu estado de histerismo.

Um silêncio se estabelecia no local por alguns segundos.

Kyoko: "E-Eu não queria ser convencida nem nada do tipo, mas acho que depois que nos encontramos e começamos a ter essa relação você mudou bastante, até cortou o cabelo e mostrou alguns de seus segredos para os outros!"

Izumi estava intacto, com um sorriso um pouco azedo no rosto, pensando: "Não, não pode ser, É UM DÈJA VÚ!" – Aquelas palavras eram as mesmas que a sua mãe o tinha dito há alguns dias atrás.

Izumi: "B-Bem, acho que o amor é capaz de fazer isso tudo."

Hori, mesmo após escutar essas palavras foi tornando-se um pouco mais séria, era como se estivesse com pena ou raiva de alguma coisa.

Kyoko: "Eu te respeito ainda mais quando percebo que mesmo depois de tudo que sofreu no colegial, não tendo nem amigos e sempre sendo desprezado, você tenha a coragem para mudar e evoluir como pessoa. Poucos têm uma cabeça assim como você, que mesmo apesar dos contratempos em sua cabeça, ainda tem tempo para amar. Com certeza não foi um erro namorar com você! Até me sinto um pouco mais realizada por ajudar na construção de sua vida. Acho que o Destino deve me ter escolhido, para que assim todas as suas dores e mágoas sejam suprimidas pelo meu grande e quente amor."

Agora foi a vez do Miyamura sair de si. Seus olhos brilhavam ao ouvir aquilo, era como se sentisse que tudo era verdade e que até mesmo começasse a acreditar mais nas capacidades das pessoas ao seu redor.

Colocando suas mãos sobre a barriga de sua namorada, trazendo-a para si em forma de puxão, pôde dar um abraço com infinitos sentimentos presentes.

Frente àquela situação, Kyoko apenas pôde perguntar – "Miyamura? Tudo bem?"

Preenchida de silêncio, naquela sala o clima ficava cada vez mais caloroso e amoroso.

Izumi: "Kyoko...Acho que me apaixonei novamente por você..." – dizia o garoto com uma cara envergonhada e séria ao mesmo tempo.

"Confirmo."

"Sim, confirmo, o Destino é sim real."

"Eu acredito que no fim das contas, iria acabar por encontrá-la, não importa o que aconteça."

"Aliás, não importa os sentimentos envolvidos, o amor foi sempre o que mais se prevaleceu entre nós."

Izumi e Kyoko (Em uníssono): "Acho que acabamos por nos tornar Reféns do Destino..."

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