As aulas já haviam acabado e a escola estava mais silenciosa do que nunca. Estava Tooru, subindo lentamente as escadas com uma certa calma. Sua alma nunca esteve tão tranquilo quanto naquele momento: o piar dos pássaros, o soar do vento nas folhas de árvores e uma certa canção.
– Yoshikawa? – O rapaz não conseguiu proferir uma única palavra ao estar presente àquele tesouro, ao observar uma pequena garota cantarolando sob suaves e belos passos de dança. Era realmente o retrato humana de uma deusa.
A pequena continuou a rabiscar o chão e ar com suas pernas. e com sua suave voz os pássaros calavam-se.
– Ah, Tooru! – com o rosto corado, ela finalmente percebeu a presença do garoto. – O-O que você está fazendo?
– E-Eh, bem, eu estava só passando por aqui, desculpe se interrompi algo. – Ele deu uma tossida forçada e virou as costas em sinal de retiro.
– Espera! – A suave voz abafava todo aquele silêncio. – V-Você não interrompeu nada! Não vá! – Ele prontamente realizou o desejo da pequena, e então sentou-se no chão. – V-Você gostou? – A jovem tentava acabar com aquele silencio constrangedor.
– A-Ah, sim, foi uma bela performance.
A jovem, já recuperada do abrupto momento sorria lindamente. – Ainda bem! Eu ando treinando, sabe?
– A-Ah é? Que bom, que bom – o garoto gaguejava já se acalmando. – Então, quer comer alguma coisa? – referia o garoto andando até Yoshikawa.
– Sim! Estou com uma fome...
– Então que tal o MCDonalds? – Referia o garoto apontando com o seu dedo indicador para a esquina.
– Por mim pode ser, vam... – A sua fala foi totalmente cessada ao olhar para o rosto do rapaz. Eram profundos, sedosos e roxeados glóbulos oculares. Eles transpassavam um desejo, uma vontade estranha.
– Yoshikawa? Aconteceu algo? Você está com tanta fome assim?
– É só que... – O olhar da garota continuava aficionado para aqueles belos olhos do garoto.
– Eh, por acaso tenho alguma coisa no rosto?
– Sim...
– Ah, você pode tirar para mim, por favor? – dizia ele preocupado com sua aparência.
Para a surpresa de Tooru, ela, na ponta de seus pés, selava a sua boca com seus belos e meigos lábios.
– Yoshi-
Era inútil qualquer ação naquele momento. Aqueles doces lábios iam roubando toda a vitalidade dele. A estudante havia se tornado uma espécie de súcubo, ativando todos os tipos de prazeres sexuais.
Tooru, então, percebeu o encanto nos leves e castanhos olhos da garota e com os braços entrelaçados nas costas da pequena entro no quente clima daquele beijo.
Aquele enroscar de línguas era algo sedutor e despertador. Outros sentimentos cada vez mais quentes que os outros surgiam com aquela sequência harmônica de amor.
Os olhos fechados, lábios molhados, línguas juntas, corpos colados, respiração ofegante... aquilo era com certeza uma vista muito chamativa e dedutiva.
Finalmente, já sem ar, os dois iam se desprendendo da doce carícia de línguas. A respiração ia se estabilizando e os olhos brilhando cada vez mais.
– Tooru... Foi muito repentino, desculpa... – A garota encheu-se de pontos rosados em seu rosto. – É que eu senti que se não fizesse isso agora, não conseguiria fazer outra vez.
– Não se preocupe, eu também assenti com a situação... desculpa.
Novamente um melancólico e constrangedor silêncio cobriu o ambiente e o clima romântico tinha sido completamente estabelecido.
– Sabe, Yoshikawa, você tem belos olhos. – dizia o rapaz com um rosto sério e justo.
A garota instantaneamente ficou perplexa com aquelas palavras. Não estava nada à espera daquele elogio e por isso a paralisia repentina.
– Teus olhos são tão bonitos que pensei ter visto todo o universo nele. – Continuava o garoto com a mesma feição de antes – Sim, era realmente algo profundo e infinito, como se o limite não tendesse para nada, como se não houvesse desfecho para aquele momento. – Tooru demonstrava mesmo concentração excepcional naquela conversa. – Não... seus olhos não só parecem infinitos como também o seu brilho é capaz de ser reluzente o suficiente para hipnotizar uma pessoa, nem mesmo a escuridão conseguiria competir contra o poder divino e purificador deles.
Quanto mais falava, mais tímida e embaraçada ficava a garota, como se fosse uma espécie de paradoxo sem encerramento.
– Você também... – Uma baixíssima voz era proferida pela estudante. – Você também tem belos olhos.
– HEY, YOSHIKAWA... – dizia de uma forma totalmente desajeitada o garoto. Tão desajeitado que até mesmo ela ficou com medo. – VOCÊ QUER NAMORAR SERIAMENTE COMIGO?
E com essas palavras ela foi à loucura. É verdade que já há algum tempo possuía esse tipo de sentimento associado a ele. Ela já percebeu que é impossível recusar esse facto, mas mesmo assim, não queria que a relação entre eles mudasse.
– Não é que eu não queira, Tooru, mas é que somos muito amigos, e tenho medo que a nossa relação mude assim instantaneamente. – Tais palavras deixaram o garoto completamente falido de sentimentos, era uma forma de ser rejeitado. – Mas... Mas é verdade que não posso recusar que não goste de você, aliás, o motivo de te amar é algo que quase sempre carrego comigo.
Tooru então com um sorriso, pegou o queixo da pequena com seus leves dedos. – Sim, sim eu percebi, mas precisa ficar desesperada! Apenas me responda no momento que você souber a resposta, ok? – e com um leve movimento, dava um breve e surpreendente beijo, uma marca que selava a promessa deles.
A feição da garota era suficiente para explicar toda aquela situação. Uma conjunção entre surpresa, dúvida, embaraço, amor, paz, amizade, uma certa junção de milhares de sentimentos
– Ah, aliás, são mesmo belos, assim como você, esses seus olhos cintilantes...
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Olhos Cintilantes
RomanceYuki POV: Ao cruzar o meu olhar com o dele simplesmente fiquei paralisada, acho que o destino nos uniu para sempre. Tooru POV: Acho que o seu brilho é mais do que um sentimento... é realmente um desejo.