Capítulo 5. Tensão no desaparecimento de Suzy.

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Em meio as tantas anormalidades desta manhã no sítio dos Williams: pessoas estranhas dentro da mansão; animais e empregados nervosos e uma quase ordem de prisão, está o instinto paterno de John não o deixou esmorecer a curiosidade em saber onde estará sua filha?!

Jamais o ego ou a liberdade deste homem fora afrontada com tal precisão após o inédito pedido lançado a si! Entretanto, a solicitação de Bochanan, esta que deixaria qualquer outro indivíduo alienado, não lhe surtiu qualquer efeito que fizesse denunciar medo, talvez, um incomodo. O homem se manteve calmo.

Os empregados, presentes na sala, sentiam-se tenso como se o requerido ao patrão tivesse sido feito a cada um deles. No entanto, John manteve-se calado, enquanto sentia o raro desejo de degustar, pela segunda vez numa só manhã, o aroma da fumaça extraída das inúmeras folhas do tabaco manualmente enroladas de seu charuto, o caríssimo Cohiba Cubano.

Lançou um olhar fino e atencioso ao investigador que, sem sucesso, tenta ao máximo não demonstrar fraqueza em ter que levar John William em seu veículo policial.

A detetive Judie volta a entrar na sala acompanhada dos dois funcionários da maior clínica veterinária do estado - um dos veterinários porta uma arma de dardos tranquilizantes. Sean, o outro policial que ficara à espera próximo aos veículos, pôs-se a guardar a entrada da mansão.

- Pra o quê este homem traz esta arma tranquilizante? - perguntou John numa voz áspera.

- O corpo da vítima foi encontrado com vários ferimentos feitos por um animal e sua garganta foi destruída! A autópsia certificou vestígio de saliva canina; seu cachorro vai ter que nos acompanhar.

O veterinário apontou à arma ao cão e ficou a espera da ordem.

Rufus voltou a ronquear e mostrar-lhes seus caninos ameaçadores. Paul revidou à ação do veterinário lhe apontando sua espingarda. Phil sacou sua pistola apontando-a ao Paul; Judie fez o mesmo. Sean entra na sala, com sua pistola Glock pronta a disparar, e a encostou na lateral da cabeça de Paul, este que não demostra nenhum vestígio de hesitação a uma possível necessidade de apertar o gatilho.

- Pelo amor de Santo André, Paul, abaixe essa arma! - Implorou Becker ao marido de olhos firmes no veterinário que já treme por estar num situação de protagonismo que nunca pensou viver.

O olhar de John é pulverizador, por outro lado, Bochanan não consegue esconder a inexistência da experiência para esse tipo de cenário, inédito até então.

Rufus ladrou umas poucas vezes e a imponência exibida pelo feito, apavorou os desconhecidos do animal demonstrando não conter a fúria que lhe quer atropelar a obediência.

- Calado! - Atirou John em voz alteada. - Quieto e deitado!

O cão lhe obedeceu de imediato. John se aproximou de Bochanan em passos minuciosos.

- Mande esses dois veterinários saírem da minha casa; agora! Ninguém vai atirar em ninguém em minha sala.

O cheiro do charuto ainda se manifesta no hálito de John. Os olhos castanhos claros do investigador, de pouco menos de trinta anos, demonstram que o abalo emocional está quase a lhe implodir se aquela situação não mudar.

Sendo Bochanan, o oficial chefe da investigação, não poderia, de forma alguma, se mostrar fraco na presença dos detetives que lhe acompanha primeiro caso como condutor de investigações; assim, decidiu atropelar sua indecisão afrontada pelo receio e se manteve o homem da lei a ser respeitado.

Ciclo do Lobisomem. 《Concluído》Onde histórias criam vida. Descubra agora